Elizabeth
Os dias se sucediam e uma nova rotina começava a se firmar na mansão.
Como John lhe explicara, duas vezes por semana uma equipe de manutenção vinha à casa. Na verdade, tratava-se de um verdadeiro batalhão de profissionais que tomava cada cômodo com eficiência quase militar. Divididos em grupos de dois ou três, espalhavam-se pela residência, até mesmo com alpinistas para alcançar os imensos paineis de vidro que compunham a fachada.
Trabalhavam com rapidez e discrição, apenas a supervisora trocava algumas palavras com Elizabeth, mantendo o restante da equipe em silêncio e concentrada.
Em cerca de duas horas, a mansão estava impecável. Tão veloz quanto a chegada era a partida: em poucos instantes, o silêncio voltava a reinar.
Nos demais dias, os cuidados com a casa recaiam sobre Elizabeth. Ela se ocupava do quarto de John e das refeições com carinho e amor.
Elizabeth acordava antes do amanhecer, quando a mansão ainda estava mergulhada na penumbra e o silêncio parecia absoluto.
Ia para a cozinha preparar o café com todo cuidado, aos poucos foi percebendo do que John gostava: panquecas, ovos mexidos, bacon, bolo de chocolate ou limão, torradas, geleia e algumas frutas. Ela equilibrava e adaptava o cardápio para cada dia.
*****
John
John tomava o café da manhã sempre às sete em ponto, sozinho. Elizabeth, por sua vez, saía mais cedo, antes que ele se levantasse, para cumprir sua rotina de oração na igreja.
Às vezes, ele a via pela janela do quarto, caminhando até o carro onde James a esperava. Trocavam algumas palavras antes de ela entrar. O carro partia. John sabia para onde ela ia.
Também, era comum vê-la conversando com o jardineiro enquanto colhia flores para enfeitar a casa.
John, por outro lado, nem lembrava do nome do senhor que cuidava do jardim com tanto zelo, enquanto sua esposa falava com ele como se fossem velhos amigos.
Às noites, ao retornar, encontrava Elizabeth no saguão, sem sorrir, mas com um semblante tranquilo.
Avisava que o banho estava pronto e que o jantar seria servido em seguida.
De início, Elizabeth sentava-se à mesa com ele e tentava iniciar alguma conversa. Perguntava sobre seu dia, fazia comentários amenos, mas ele mal respondia, ou se limitava ao silêncio.
Com o tempo, ela passou a servir o jantar somente para John e ela passou a comer sozinha na cozinha.
Ele não se importou. Sua presença parecia irrelevante.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...