Central de Inteligência Privada do Grupo Walker
As horas passaram lentamente, e a sala de operações permanecia mergulhada em um silêncio quase sufocante, quebrado apenas pelo brilho frio dos monitores, pelo clique incessante dos teclados e pelo zumbido baixo de linhas de telefone tentando qualquer vestígio digital do cativeiro. Cada computador trabalhava em tempo real, processando dados de GPS, triangulação de sinais de celular e rastreamento de IP.
Todos ali passaram a noite em claro, olhos vermelhos e mãos cansadas, debatendo cada mínimo detalhe, analisando logs criptografados, interceptações de chamadas e mensagens encriptadas, enquanto mapas digitais eram atualizados a cada segundo com coordenadas imprecisas.
Pela manhã, o silêncio absoluto foi rompido por um sinal de alerta: uma chamada de vídeo criptografada, do tipo quase impossível de rastrear, entrava na rede da operação.
— Senhor, é uma conexão via rede anônima de ponta a ponta, com criptografia quântica ativa. Qualquer tentativa de rastrear a origem será quase impossível. — informou um dos analistas, com a testa franzida.
— Coloque na tela. — ordenou Carlson, a voz firme, mas carregada de tensão.
A tela tremeu por alguns segundos antes de exibir a figura de um homem totalmente vestido de preto, capuz cobrindo o rosto, e a voz deformada por moduladores eletrônicos.
— Bom dia, senhor Walker. — a saudação veio acompanhada de uma risada irônica, carregada de provocação.
John avançou, quase atravessando a tela com os braços.
— Onde estão minha esposa e minha filha? — bradou, a voz carregada de desespero.
— Calma, senhor Walker. Elas estão bem. — a voz respondeu, fria e metódica.
A imagem mudou. Elizabeth e Mary apareciam sentadas em uma cama velha, abraçadas. O coração de John apertou tanto que sentiu como se fosse parar. Ele tocou a tela como se pudesse atravessá-la, sentir a pele delas, ouvir a respiração.
— Elizabeth… Mary… — murmurou, quase em súplica.
— Você pode falar com elas — a voz do sequestrador deu um comando seco.
John respirou fundo, tentando recuperar o controle.
— Elizabeth.
No mesmo instante, Elizabeth ergueu o olhar e viu a câmera apontada para ela, a voz trêmula de emoção escapando:
— John… — sussurrou, alívio misturado com lágrimas.
— Papai, você nos achou? — perguntou Mary, inocente e sorridente, sem entender a gravidade da situação.
— Estou quase, meu amor… Como vocês estão? — John tentava soar firme, mas a voz falhou no último trecho.
— Estamos bem… John, eu… sinto muito… — Elizabeth começou, mas foi interrompida pela voz metálica do sequestrador, que soava como se saísse de um sintetizador de som de última geração:
— Diga a ele. Elizabeth, seu tempo está acabando.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...