John parou o carro a alguns metros de vários galpões abandonados, desligou o motor e manteve o volante firme entre as mãos, respirando profundamente para controlar a adrenalina que pulsava em seu peito.
— Ok… — murmurou para si mesmo, ajustando o tom de voz — só mais um pouco. Carlson, está me ouvindo?
— Sim, senhor. Ouvindo e vendo.
— Não façam nada antes que Elizabeth e Mary estejam seguras. Não importa o que aconteça comigo. A prioridade é as duas. — A voz de John era tensa.
Houve uma pausa.
— Eu entendo senhor. — A voz de Carlson sempre controlava denotou certo receio.
Um microdispositivo quase imperceptível, fixado discretamente como um botão na camisa de John, transmitia imagem e áudio em tempo real para a equipe de apoio. Assim que desceu do carro, ergueu o olhar e avistou um drone pairando acima, acompanhando cada movimento. Conferiu o celular, onde a rota previamente traçada piscava na tela como uma linha de guia.
À distância, Carlson coordenava sua equipe e os policiais. Três atiradores de elite buscavam ângulos de disparo estratégicos, enquanto o restante da equipe se espalhava de forma calculada, mantendo a tensão de um limite invisível de três quilômetros.
O mapa no celular o conduziu até um galpão isolado, parcialmente encoberto por containers enferrujados. Um pequeno ponto vermelho piscava na tela, indicando a porta de entrada. John desceu devagar, verificando cada sombra e cada detalhe ao redor, sentindo o frio do concreto sob os sapatos.
O galpão estava trancado com uma pesada porta de metal. John sentiu a pulsação acelerar ao colocar a mão sobre a maçaneta e girar. Um clique metálico soou, e a porta cedeu com um rangido alto. O coração dele quase parou por um instante, o medo e a esperança se misturando.
Ele empurrou a porta devagar e entrou, os olhos ajustando-se à penumbra. O cheiro de mofo e umidade tomou o ambiente, e ele ouviu apenas o eco de seus passos no chão de concreto. Mary e Elizabeth poderiam estar a apenas alguns metros, mas ele ainda não sabia o que encontraria.
Do lado de fora, a equipe não se aproximava. Os drones continuavam a sobrevoar, suas câmeras térmicas e sensores de movimento monitorando cada ponto do perímetro. Cada sinal do celular de John era rastreado pela rede segura da operação, garantindo que ele não estivesse entrando em uma armadilha.
O aparelho em sua mão piscava, indicando que ele deveria seguir um corredor estreito no galpão, cada passo guiado com precisão. John sentiu a tensão apertar a garganta. Cada sombra, cada barulho metálico parecia um alerta.
Ele respirou fundo, o braço firme segurando o celular e o outro pronto para qualquer eventualidade. — Estamos quase lá… — murmurou, mais para si do que para qualquer outro.
Os drones continuavam a girar silenciosos acima do galpão, transmitindo imagens em tempo real para a equipe, enquanto John avançava, determinado, em direção à última coordenada marcada. Cada segundo se arrastava, cada passo era um teste de paciência e coragem.
John avançou pelo galpão silencioso, o concreto frio sob os pés e o eco de seus passos ressoando nas paredes descascadas. O celular continuava piscando, cada atualização da rota vibrando em sua mão como um tambor de urgência. O cheiro de ferrugem e mofo misturava-se com a maresia tornando o ar pesado.
Quando chegou ao centro do galpão mal iluminado, algo fez seu corpo parar abruptamente. Seus olhos se ergueram para a laje acima, a cerca de quatro metros do chão, e o que viu congelou seu sangue.
Elizabeth e Mary estavam ajoelhadas, amarradas abraçadas a uma estaca improvisada de forma que Elizabeth podia abraçar Mary. Os cabelos de Elizabeth caíam desalinhados sobre o rosto, mas ainda assim, seus olhos encontraram os de John com um misto de esperança e alívio. Mary, menor e frágil, aninhava-se contra a mãe, sem entender completamente o perigo.
— PARE! — Ordenou um homem ao lado delas.
Imediatamente John parou e olhou para o homem, John não se lembrava de tê-lo visto antes. A sombra que projetava era tão ampla quanto sua postura ameaçadora. Os olhos do desconhecido eram raivosos, penetrantes, como lâminas afiadas que queimavam tudo ao redor. A expressão sombria, quase selvagem, transmitia a sensação de que qualquer movimento errado poderia ser fatal.
— John! — Exclamou Elizabeth num misto de alívio e medo.
— Papai, você achou a gente! Mamãe disse que ia achar a gente.
O coração de John disparou. A adrenalina corria por suas veias como fogo, misturando-se ao medo que crescia a cada segundo. Ele respirou fundo, tentando manter a voz firme:
— Solte minha esposa e minha filha. Agora!
O homem apenas inclinou a cabeça, um sorriso cruel se formando nos lábios, e respondeu com uma voz rouca, quase sussurrada:
— Você veio sozinho, Walker… exatamente como mandei. Mas ainda assim, veio.
Um outro homem saiu das sombras e foi em direção a John e instintivamente John levantou as mãos. O homem encapuzado, revistou John e depois fez um sinal de negativo e se afastou.
John manteve os olhos fixos em Elizabeth, tentando captar qualquer sinal de segurança. Cada músculo de seu corpo estava tenso, pronto para qualquer reação. Ele sentiu o desespero crescer, mas também uma determinação implacável: ele não permitiria que nada acontecesse com elas.
Elizabeth tentou erguer a cabeça um pouco mais, os olhos marejados brilhando:
— John… — sua voz fraca, mas firme, atravessou o ar pesado — eu…
Mary apertou a mão da mãe, olhando para o pai com os olhinhos grandes, confusa, mas querendo acreditar que tudo ficaria bem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...