Em um lugar desconhecido
Meia hora antes…
A porta de ferro rangeu ao se abrir. Primeiro entrou um dos capangas com capuz, seguido por David e Lily. Elizabeth segurou Mary com força, sentindo o coração apertar.
— Papai achou a gente? — perguntou Mary, com a inocência típica das crianças.
David esboçou um sorriso frio e ameaçador, percebido imediatamente por Elizabeth.
— Seu pai… já está a caminho.
— O que vai fazer com a gente? — a voz de Elizabeth tremeu, carregada de temor.
— Eu? — David respondeu, deixando escapar um prazer sádico. — Nada que John não queira.
Elizabeth engoliu em seco, sem entender, mas pressentindo o pior. Olhou para Lily, buscando algum consolo, mas a jovem desviou o olhar, incapaz de encarar a verdade.
— Vamos. Precisamos estar prontos para receber nosso ilustre convidado — ordenou David, e o capanga empurrou Elizabeth para frente, apontando a arma para suas costas.
Elizabeth abraçou Mary ainda mais firme, tentando proteger a filha da visão da arma.
— Tia Lily, não estou gostando dessa brincadeira… — Mary falou, confusa e assustada.
Lily desviou o olhar, sentindo uma pontada de dor no peito. Cada riso e abraço que lembrava das crianças parecia uma acusação silenciosa contra suas mãos manchadas de cumplicidade.
Eles seguiram por um corredor escuro até chegarem a um galpão mal iluminado, sem janelas, onde o ar pesado parecia sufocar. Os homens os conduziram a uma laje acima do piso.
Elizabeth percebeu a posição estratégica de mais dois capangas e, antes que pudesse reagir, foi forçada a ajoelhar-se perto de uma estaca de madeira. Seus pés e cintura foram amarrados, e uma corda passou pelo pescoço, não apertada, mas suficientemente para causar medo.
— Mãe, por que estão te amarrando? — Mary começou a chorar, sentindo o pavor da situação.
— Faz parte da brincadeira, meu amor — Elizabeth respondeu, mantendo a voz serena, tentando tranquilizar a filha.
David deu um sinal, e Lily se aproximou de Mary.
— Tia Lily, eu não quero brincar mais. Quero ir pra casa… quero brincar com meus irmãos.
— Daqui a pouco, querida — respondeu Lily, tentando disfarçar a angústia.
Elizabeth observava, sentindo cada segundo pesar. O coração de Lily apertava ao ver a mãe e a filha presas, e, por um instante, memórias felizes das crianças brincando com Elizabeth surgiram em sua mente. Ela percebeu algo na serenidade da mulher diante do medo, uma força silenciosa que a deixava sem palavras.
Quando viu que Mary seria amarrada, Elizabeth implorou:
— Por favor… deixe eu segurá-la. Por favor.
O capanga olhou para David, que assentiu. Uma corda passou delicadamente pelo corpo da menina.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...