O galpão parecia encolher, o ar rarefeito. John estava destruído, Elizabeth tentando ser a rocha no meio do caos, Mary inocente sem compreender a gravidade. E David… alimentando-se do sofrimento, pronto para dar seu próximo passo.
David ergueu a arma, o cano reluzindo sob a luz fraca da iluminação amarela do galpão. O olhar cruel queimava em direção a John.
— Se não escolher… — disse lentamente, o tom carregado de veneno — as duas morrem.
Um homem encapuzado apareceu das sombras e apontou uma arma para a cabeça de Elizabeth enquanto David apontava a sua arma em direção a Mary.
— Acha que eu não tenho coragem? — A voz diabólica e o olhar sério não deixou dúvidas que ele atiraria em Mary.
John olhou para Elizabeth que permanecia com o olhar de uma paz que John não entendia e depois para a de Mary, que fechou os olhos choramingando abraçado a mãe.
Ele ergueu a mão livre, os dedos prontos para começar a contagem. O silêncio era tão pesado que se podia ouvir a respiração trêmula de Elizabeth e o soluço contido de Mary.
— Um… — a voz de David ecoou como trovão denunciando que o tempo estava se esgotando.
John estava de joelhos, o corpo inteiro trêmulo, lágrimas correndo pelo rosto. Olhava de Elizabeth para Mary como um homem condenado sem saída.
— Oh! Deus, não… não me abandone… em ajude.
— Dois…
Elizabeth ergueu a cabeça, seus olhos fixos no marido.
— John… não lute contra isso. — Sua voz saiu suave, mas firme. — Você precisa viver… precisa cuidar dos nossos filhos. Se for minha vida pela vida de vocês, eu aceito. Morro feliz por você e a Mary.
John balançava a cabeça, sufocado pela dor.
— Não… não me peça isso… Elizabeth… não!
— Três… — disse David, com um sorriso cruel, saboreando cada segundo da tortura psicológica.
John apertou as mãos contra o chão, a respiração descompassada. Enquanto Elizabeth murmurava orações, pedindo perdão pelos pecados e entregando sua vida nas mãos de Deus, se preparando para o momento derradeiro.
— Quatro…
Elizabeth fechou os olhos, respirando fundo, e beijou a cabeça de Mary.
— Não chore, minha princesa… papai vai cuidar de você.
Mary olhava parecendo entender que aquilo que começou como uma brincadeira, na verdade estava se tornando em uma realidade que ela não entendia muito bem.
— Cinco. Última chance, Walker. Quem morre? — David ergueu a arma.
John, num grito de desespero que parecia rasgar sua alma, explodiu:
— Meu amor, meu perdoe. — Com a respiração pesada e impotente, John gritou. — ELIZABETH!!!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...