Elizabeth
A rotina da casa não era suficiente para ocupar sua mente. Quando terminava suas obrigações, vagava pela mansão. Passou a fazer caminhadas pelos jardins no final da tarde e frequentar a academia da mansão para manter a forma. Mas não era suficiente.
Chegou a perguntar a John se ela poderia arrumar um emprego ou trabalhar como chef de cozinha, sua paixão. O que ele negou veemente.
Então para ocupar o tempo, começou a fazer trabalho voluntário. Dedicava-se ao orfanato e ao asilo mantidos pela igreja.
John não se opôs. Achou que era uma desculpa para ela sair de casa, para ele era mais uma tática para chamar a atenção. E caso ela saísse da linha, James reportava tudo para ele.
Doou o piano para a paróquia e passou a dar aulas de canto e piano no pequeno auditório para crianças e adolescentes.
Uma vez por semana, tocava para os velhinhos do asilo. Quando ela chegava, era como um anjo que iluminava aqueles dias solitários.
Também passou a cantar nas missas, sua voz doce e angelical tocava todos os corações, até mesmo o de James, que nunca havia entrado numa igreja.
A princípio Elizabeth o convidada para participar das Missas aos domingos, porque era o dia dedicado ao Senhor, ela havia explicado. Ela lhe ensinava sobre fé com paciência e doçura.
Ele passou a participar ativamente. Sempre discreto, no fundo da igreja, atento à celebração e à segurança dela.
Elizabeth o tratava com respeito e humanidade. Perguntava sobre sua família, felicitou-o quando soube que sua esposa estava grávida e prometeu visitar o bebê quando nascesse.
James pensou que talvez fosse por carência, por não ter com quem conversar.
Ela não tinha amigos, não saia para lugar algum a não ser a Igreja e para os trabalhos voluntários, era o único lugar que ele a via sorrir.
James passou a admirá-la profundamente. Não entendia como o marido podia tratá-la com tanta frieza.
Quando era chamado ao escritório para relatar sobre a rotina da esposa, percebia que John parecia esperar que ele relatasse algo que abalasse a integridade dela como esposa, mas a rotina dela o fazia franzir a sobrancelha intrigado.
O rosto de John se fechava, desconfiado.
James percebia, ele não acreditava que ela fosse tão verdadeira.
Ao sair, James encontrava Elizabeth e, mesmo sendo um profissional contido, olhava para ela com um leve constrangimento.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...