Oliver voltou para Elizabeth e continuou.
— John é meu neto, mas também é um Walker. E nós, Walkers, somos orgulhosos demais. Isso nos torna fortes, mas também tolos.
O velho estendeu a mão enrugada e pegou uma das mãos de Elizabeth, cobrindo-a com a outra.
- John é um bom homem, às vezes, é tolo, muito tolo. Mas ele é intenso em tudo. A forma como ele se entrega à raiva e ira não se compara à forma como ele ama.
Ela sentiu o coração apertar. Seria possível…?
Oliver deu-lhe uns tapinhas na mão, com um sorriso compreensivo. Para Elizabeth, parecia que ele pressentia seu sofrimento.
Elizabeth por sua vez não sabia o que dizer e permaneceu em silêncio por alguns momentos.
- Obrigada… vovô - Elizabeth tentou expressar confiança e serenidade em suas palavras. Mas o olhar que tentou expressar suas palavras não se refletiram neles.
Oliver percebendo, apenas lhe sorriu gentilmente e apertou novamente a sua mão como se quisesse transmitir força.
Martha, percebendo que seu pai dedicava atenção demais a Elizabeth, decidiu intervir.
Com uma pequena colher, bateu levemente em sua taça, chamando a atenção de todos. O quarteto de cordas silenciou, e Martha subiu ao pequeno palco..
— Boa noite a todos e obrigada por terem vindo celebrar os noventa anos de papai. Estamos todos muito felizes e esperamos que este dia se repita por muitos e muitos anos.
As pessoas aplaudiram, algumas com sinceridade, outras por mera formalidade, e seus olhares convergiram para Oliver Walker, que parecia um rei em sua poltrona.
Foi a vez de John falar, sua voz grave ecoando com segurança pelo salão.
— Nesta noite, celebramos a vida de um homem cuja força moldou esta família. Seu caráter e sua liderança construíram este império — ele olhou para o avô, que acenou com a taça em reconhecimento. — Seu exemplo é o que nos inspira, mesmo quando não conseguimos estar à altura. Parabéns, vovô. É uma honra ser seu neto.
Todos sorriram e aplaudiram.
— Brindemos a Oliver Walker! — finalizou John, erguendo sua taça.
— Ao patriarca! — repetiram todos em uníssono.
As taças tilintaram, e a música suave do quarteto de cordas preencheu novamente o ambiente.
As pessoas começaram a se aproximar para cumprimentar o patriarca, praticamente expulsando Elizabeth de seu lado.
Ela foi para um canto e observou a cena ao redor, cada pessoa se revezando para apertar a mão de Oliver.
Aos poucos, os grupos se reorganizaram, Martha e Roger tomaram os lugares ao lado do patriarca.
Elizabeth percorreu com os olhos o local, não conhecia ninguém e nenhum deles fizeram questão de se aproximar dela para conversar.
Catherine estava rindo e conversando com algumas mulheres e provavelmente estava alheia à situação de Elizabeth.
Reconheceu Laura, a outra tia de John, e esposo Brian, o filho Arthur com a namorada, estes últimos apenas a olharam com indiferença, mas o olhar de Laura continha um certo ressentimento.
Lembrou quando foram apresentados por Martha no dia do casamento, Laura a tratou com frieza. Agora ela sabia porque. O casamento dela com John impediria que seu filho fosse o presidente do Grupo caso casasse antes de John.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...