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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 31

Elizabeth

Elizabeth buscou refúgio no imenso jardim. Lutava para se manter firme e não chorar. Já chorou demais por aquela noite.

Precisava se afastar o máximo possível da cena de John com aquela mulher, dos olhares de desprezo da família dele e dos comentários maldosos que ela percebia ecoando pelo salão.

Fechou os olhos e, em silêncio, fez uma prece. Pediu a Deus que a livrasse daquele tormento.

— Lizzie!

Uma voz masculina a chamou. Estranhou a chamarem daquela forma, só os amigos mais próximos a chamavam assim.

Ela se virou, surpresa, e viu à distância um homem caminhando apressado em sua direção.

Por um instante, não o reconheceu. Mas quando ele se aproximou, com um sorriso aberto e afetuoso, soube na hora quem era.

— Adam! — exclamou, pela primeira vez naquela noite, com uma alegria genuína. Um rosto amigo, alguém que se importava com ela.

Adam era seu amigo desde a adolescência. Haviam estudado na mesma escola e pertencido ao mesmo grupo de amigos.

Durante anos, muitos apostaram que um dia eles acabariam namorando, mas entre os dois sempre existiu apenas amizade.

— Lizzie, quanto tempo! — disse ele, abraçando-a com carinho.

— O que faz aqui? Eu não o via há tanto tempo! — disse ela, radiante com o reencontro.

— Estou de volta à cidade para assumir o hospital da família.

Adam havia se formado em medicina e, apesar da pouca idade, já era um profissional respeitado.

A família Saints era dona do maior e mais bem conceituado hospital particular da região, com filiais em várias cidades e ele estava se preparando para suceder o pai nos negócios da família.

Adam Saints era extrovertido e muito perspicaz, com uma mente brilhante. Nada lhe escapava, por isso ficou apenas observando Elizabeth e John desde o momento que eles chegaram a mansão e tentava entender o que se passava entre o casal. Tinha certeza que havia algo errado naquele casamento, esperou o momento certo para se aproximar de Elizabeth.

— Meu pai é médico particular da família e cuida do velho Walker. Minha mãe também tem um parentesco distante dos Walkers e aqui estou.

— Estou tão feliz em ver um rosto amigo… — disse Elizabeth, com a emoção transparecendo no semblante.

— Lizzie, eu vi o que aconteceu lá dentro — disse Adam, agora com expressão séria. — Não entendi. O que aconteceu com você? Quando soube desse casamento repentino com John, nada fez sentido. A forma como te trataram lá dentro... essas roupas...

Elizabeth desviou o olhar, tentando esconder a dor que ameaçava transbordar.

— É um pouco difícil de explicar… tudo aconteceu muito rápido — respondeu com a voz vacilante. — Mas não quero falar sobre isso.

— Tudo bem — disse ele, suavizando o tom.

Havia ternura em seu olhar. Para Adam, Elizabeth sempre foi como uma irmã e tinha um carinho especial por ela.

— Só quero que saiba: se precisar de um amigo, estarei aqui.

Ela olhou em volta, como se o próprio jardim pudesse escutá-los.

— É complicado… — murmurou, por fim.

— Pegue — insistiu ele, colocando o papel em sua mão. — Guarde. E se um dia precisar de qualquer coisa, mesmo que seja para fugir desse cara, pode contar comigo.

Adam conhecia muito bem John Walker e tinha receio que a amiga estivesse sob algum tipo de pressão.

Elizabeth assentiu e guardou o bilhete no bolso do vestido.

— E a Sarah? Como ela está?

— Ela está em um simpósio de pediatria e não pode vir. Ficamos noivos. — respondeu, mostrando a aliança com um sorriso feliz.

— Sério? Fico muito feliz por vocês!

Nesse instante, um sino soou ao longe, anunciando que o jantar seria servido.

— Vocês, ricos, têm uns costumes estranhos… — disse Elizabeth, rindo.

— Vamos — disse Adam, divertido. — Os Walkers são cheios de cerimônias. Se não estivermos à mesa na hora certa, é bem capaz de nos deixarem com fome. Aquela mesa que parece ter lugar para um batalhão.

Elizabeth se sentiu mais segura em companhia do amigo.

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