Elizabeth
Na mansão, Elizabeth passou o dia sozinha andando pela casa procurando o que fazer. Ela já estava se acostumando com a ausência de John, ou, pelo menos, tentava.
Ela criou sua própria rotina, além das missas diárias e os trabalhos voluntários. Passou a frequentar a academia da mansão para manter a forma e a mente ocupada.
Passeava pelos jardins, ajudava Oscar a cuidar das plantas e flores. Em suas caminhadas ela observava um bosque atrás dos muros da casa e um portão. Oscar havia lhe dito que ali tinha uma trilha que levava a um pequeno platô que proporciona uma bela visão da região.
Um dia ela pediu para Oscar a levar até lá, ele prontamente atendeu, a trilha era boa e com uma subida não muito difícil. Ao chegar ao platô ela se impressionou com a vista. A cidade e as montanhas que se estendiam até perder de vista.
Essa trilha passou a fazer parte de seus passeios, e após algum tempo ela passou a ir sozinha e sentir a paz daquele lugar que parecia levá-la mais próxima de Deus.
Também gostava de frequentar a biblioteca, desta vez ela folheava um livro sem prestar atenção nas palavras. A verdade era que sua mente vagava, perguntando-se onde ele estaria... e com quem.
Suspirou, fechando o livro com um estalo seco. Levantou-se e dirigiu-se até a enorme janela da sala, observando o jardim perfeitamente aparado.
Seu olhar recaiu sobre a aliança em seu dedo. Ficou olhando para ela um bom tempo com o olhar perdido. Sonhara tanto com aquele casamento e construir uma família grande e feliz com John.
A realidade era outra. Não vivia um sonho, mas um pesadelo. Mas ela não desistiria, continuaria a sonhar enquanto houvesse esperança.
E assim os dias foram passando, dia após dia.
John cada vez mais ausente e Elizabeth sozinha naquele palácio de vidro.
*****
John
Após mais uma noite mal dormida onde John sonhara com Elizabeth, ele levantou cedo. Os sentidos confusos e o humor alterado.
Era final de semana novamente e geralmente ele passava a maior parte do dia no clube com Daniel e Marcus, claro, falando sobre negócios com outros ou pegavam suas motos e passavam o dia na estrada.
Ao chegar na sala de jantar o café o esperava como sempre. John deu um suspiro.
Todos os dias desde que casaram ele encontrava o café preparado com cuidado e zelo de uma esposa dedicada. Não estava com fome, tomou um café puro e algumas torradas com geleira.
Olhou em volta o silêncio era total. A casa se tornava cada vez mais fria.
Foi para a sala de estar e pelos grandes paineis de vidro viu Elizabeth conversando com o jardineiro que parecia ensiná-la a cuidar das flores. Ele tinha percebido que todos os dias tinha flores frescas em casa.
A tensão o invadiu, o maxilar enrijeceu. Ela parecia a esposa perfeita que todo homem sonhara. Mas John sabia que aquilo tinha um preço e ela aceitou.
Foi para a academia, tinha que extravasar sua frustração e seus desejos conflitantes.
Geralmente treinava no prédio da sede do Grupo onde uma academia ocupava todo um andar. Os funcionários podiam frequentar, desde que não fosse no horário de trabalho. Mas John tinha um horário exclusivo com um personal.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...