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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 35

Mas John viu e isso só aumentou a tensão nele. Agarrou os cabelos de Elizabeth, obrigando-a a olhar para ele. Ela gemeu de dor e continuou com os olhos cerrados.

— Olhe. Para. Mim. — ordenou, a voz rouca, tensa — Quero ver se você me deseja... tanto quanto eu te desejo agora.

Mas Elizabeth resistiu. O pânico crescia. Jamais havia estado tão próxima de um homem... muito menos de John.

A tensão explodiu quando John, tomado pelo próprio desejo descontrolado, segurou seus pulsos e a deitou sobre a cama, dominando-a. Seus olhos estavam escuros, dilatados, febris.

Elizabeth não sabia dizer se o que sentia era medo, desejo... ou ambos.

Ele apertava seus pulsos com força, depois os prendeu com uma só mão acima da cabeça dela. Com a outra, agarrou seu pescoço, não para machucar, mas para manter o controle, o domínio.

— Olhe para mim! — exigiu, mais rouco.

Ela sentiu a pressão dos dedos dele afrouxar. E então as mãos dele começaram a percorrer seu corpo. Não com ternura. Mas de forma exigente. Quase selvagem.

O toque dele queimava, como se cada lugar por onde passava deixava um rastro de fogo sobre sua pele, mesmo através do tecido do vestido.

Nunca, jamais, havia sentido algo assim. Contra sua vontade, um gemido escapou de seus lábios, e isso pareceu alimentar ainda mais a fome dele.

Ela lutava. E ao mesmo tempo... se rendia.

Em seus sonhos românticos, sua primeira vez com John, imaginava que ele seria terno, carinhoso e gentil, ela não estava preparada, não daquela forma.

Os dedos de John desceram pelo pescoço dela até o decote. Num gesto brusco arrebentou os botões do vestido, expondo a lingerie rendada, ele se afastou um pouco admirando a pele clara. Sua mão desceu então pela coxa dela, e quando ela sentiu suas pernas sendo afastadas…

O pânico tomou conta dela.

Com a respiração ofegante, a boca seca, o peito arfando, ela finalmente olhou para ele e uma lágrima escorreu.

Não... não era assim…

E então... ele viu.

Não era desejo. Era medo. O pavor estava estampado no rosto de Elizabeth

— John, por favor… desse jeito, não… por favor… eu não… — a voz dela saiu frágil, embargada, assustada.

As palavras morreram.

Foi como um soco no peito. O corpo inteiro de John enrijeceu. Como se, subitamente, despertasse de um transe.

O impacto foi devastador. John ficou imóvel, olhando para ela vendo o pavor em seu rosto. O que estava fazendo?

Recuou. Como se tivesse sido empurrado por dentro. Levantou-se abruptamente, ofegante. Passou as mãos pelos cabelos, nervoso, perdido, e virou-se de costas.

Nunca havia experimentado algo como o que sentiu ao estar tão próximo de Elizabeth. Não era desejo carnal somente, não era desejo lascivo de um corpo que quer outro para satisfazer seu egoísmo.

Era mais, muito mais. Era como se ela fizesse parte de si, algo que lhe faltava e somente ela poderia completar.

Toda mulher sonha em estar na minha cama... pensou, com um misto de frustração e amargura. E a minha esposa... foge de mim como uma donzela assustada.

Era isso um jogo? Uma provocação cruel?

Mas... não. Não era isso. Algo nele sabia.

Elizabeth... parecia inexperiente. Ingênua, até. Uma mulher que tivesse vivido... não reagiria daquela forma.

O choque se transformou em confusão. Raiva. Desejo. E mais raiva.

Ela o intrigava.

Elizabeth não vai pedir o divórcio, pensou. Ela tem muito a perder. Seria mais fácil apenas ir para sua cama, cumprir seu papel, e depois mudar para seu quarto e dividir a cama com ele.

Mas ela não fazia isso. Ao contrário de todas as outras mulheres ao seu redor, ela não tentava seduzi-lo. E era exatamente isso que o atormentava.

Se fosse algum tipo de armadilha, uma artimanha bem planejada, ele quase caiu. No fundo algo dizia que não era, mas ele não ouviu sua voz interior.

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