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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 46

Elizabeth

De volta a mansão, naquela tarde a solidão silenciosa da casa trouxe de volta a melancolia que Elizabeth tentava, em vão, silenciar. Precisava sair, arejar a mente, encontrar alguma paz.

Calçou um tênis, vestiu um moletom leve e decidiu subir até o pequeno platô escondido atrás da propriedade. O dia estava nublado, o céu em tons de cinza, mas ela não deu importância.

Caminhou com passos calmos, cruzando o jardim até passar por um dos seguranças, que a cumprimentou. Ela seguiu até o portão lateral.

Nenhum dos seguranças notou que ela havia saído pelos fundos.

A subida foi tranquila. Quando chegou ao topo do platô, sentou-se sobre uma pedra e abraçou os joelhos, deixando o vento bagunçar seus cabelos soltos.

A vista era deslumbrante. Do alto, via-se a cidade ao longe, encoberta por névoa, e as montanhas abraçando o horizonte.

Pensou em John com os olhos perdidos no infinito, não chorou. Não se lamentou. Apenas... permaneceu ali. Como se o tempo tivesse parado.

Não soube quanto tempo ficou perdida em seus pensamentos. Quando se deu conta, o céu havia escurecido com uma rapidez incomum. As nuvens tornaram-se espessas, o vento mais forte, cortante. Um trovão soou ao longe. Ela se levantou, alarmada.

— Preciso descer — murmurou para si mesma, vendo as nuvens escuras se aproximarem rapidamente.

A trilha, antes tranquila, agora parecia mais estreita e escorregadia. As primeiras gotas começaram a cair, pesadas e frias. Ela acelerou o passo, mas o chão coberto por folhas molhadas traiu seus pés.

Seu tornozelo virou com força. A dor foi imediata e aguda. Tentou se apoiar em um galho, mas perdeu o equilíbrio e caiu, batendo com violência a cabeça contra a raiz exposta de uma árvore.

A dor no pé desapareceu diante do impacto na cabeça. O mundo girou. As últimas imagens que viu foram os galhos se contorcendo contra o céu tempestuoso... depois, escuridão.

*****

John

A tempestade desabava com força quando John chegou em casa. Já prevendo o caos do trânsito e os alagamentos comuns na cidade, decidiu sair do trabalho mais cedo.

O céu escureceu de tal forma que parecia noite. A mansão estava silenciosa e mergulhada na penumbra, recebia apenas a iluminação suave das luzes automáticas que se acendiam ao anoitecer.

Ele estranhou. Elizabeth não o esperava como sempre e a casa não estava iluminada. Olhou em direção à cozinha escura. Nenhum sinal dela.

Imaginou que estivesse em algum outro cômodo da casa ou que tivesse saído com James para mais um de seus “trabalhos voluntários”. Talvez estivessem presos no trânsito por causa da chuva. Não se preocupou de imediato.

Seguiu para seu escritório, abriu o computador e retomou o trabalho. Mas, conforme os minutos avançavam e a chuva martelava os vidros com violência, uma inquietação crescente tomou conta dele.

Olhou para a porta do escritório aberta. A casa continuava mergulhada na penumbra e no silêncio.

Pegou o telefone e ligou para Elizabeth. O toque soou até cair na caixa postal. Tentou novamente. Nada.

Levantou-se e virou para a janela vendo a chuva lá fora, com o cenho franzido, ligou para James, que atendeu de imediato, surpreso com a ligação.

— Senhor Walker — disse no tom formal de sempre.

— Onde vocês estão? — John foi direto, a voz firme.

— A senhora já me dispensou hoje, senhor.

— Ela não está com você? — perguntou, já sentindo o frio na espinha.

— Não, senhor. Deixei-a em casa pouco antes do almoço e à tarde ela disse que não precisaria mais dos meus serviços.

— Certo... — murmurou quase para si, e desligou.

John levantou-se lentamente. A sensação de vazio na casa, o silêncio... algo estava errado. Muito errado. Olhou para fora enquanto a chuva continuava, agora menos intensa.

Começou a percorrer os cômodos. A sala de jantar, cozinha, corredores, dependências dos fundos. Tudo escuro. Subiu as escadas, foi ao seu quarto. Nada.

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