Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 47

Elizabeth

Aos poucos Elizabeth tentava abrir os olhos e a consciência voltando como uma névoa

Uma pontada aguda no tornozelo, Depois, uma pressão surda na cabeça, latejante, pulsando como um tambor abafado dentro do crânio.

Elizabeth gemeu baixo, os olhos ainda fechados. A chuva fria batia em seu rosto, misturando-se ao sangue que escorria da testa. O corpo inteiro doía, mas foi o frio que parecia doer mais como se chegasse aos ossos

Com dificuldade, abriu os olhos. Tudo girava.

Por um momento, não sabia onde estava. Estava tudo escuro acima de si, os galhos retorcidos das árvores e o som da chuva martelando a floresta ao redor. O chão sob seu corpo era duro, molhado, e havia folhas grudadas em sua pele, nos cabelos, no rosto.

Tentou mover a perna, mas o tornozelo protestou com uma dor cortante. Soltou um grito fraco, desesperado.

— Ah... — ofegou, tentando conter o choro. — Não... não...oh Deus me ajude.

Quis se levantar, mas o corpo não obedecia, uma tontura tomava conta da cabeça. Estava caída em um pequeno desnível da trilha, um buraco formado pela erosão da terra.

Levantou o braço com esforço, tateando o chão ao redor, procurando algo para se apoiar e tentar levantar, em vão, não tinha forças.

— John... — sussurrou, sem pensar, como se seu nome fosse uma oração em meio ao caos.

As lágrimas vieram, misturadas à chuva. Chorava não só pela dor, mas pelo medo. Pela solidão.

Quis rezar, mas não conseguia formar as palavras. A mente embaralhada lutava para permanecer desperta, enquanto o frio sugava suas forças.

Abraçou a si mesma, encolhendo-se o máximo que pôde, tentando conter os tremores.

Mas então... uma luz tremulou ao longe. Um som abafado de passos sobre a terra encharcada. Ouvi alguém chamar seu nome e mesmo ao longe reconheceu a voz.

Ela tentou abrir os olhos, mas tudo girava. A única coisa que conseguiu foi tentar gritar, mas estava quase sem voz:

— John… Estou aqui… - Foi o que conseguiu dizer com suas últimas forças.

*****

John

O feixe da lanterna cortava a escuridão da trilha. A chuva havia diminuído e John avançava com passos duros, o terreno estava escorregadio o obrigasse a se apoiar nos galhos e nas pedras. A lanterna em sua mão vasculhando cada metro do caminho enlameado.

— Elizabeth! — chamou, pela terceira vez, a voz abafada.

Nenhuma resposta. Só o som do vento e a água.

Os seguranças caminhavam com dificuldades um do lado do outro vasculhando cada canto entre as árvores

— Elizabeth! — gritou novamente, a voz ecoando entre as árvores.

Quando estava prestes a chamar novamente, ouviu. Fraco. Quase imperceptível

Um sussurro perdido no vento:

John… Estou... aqui...

John parou, o corpo inteiro em alerta. Virou o rosto na direção do som, movendo a lanterna de forma frenética até que, entre as sombras e o mato amassado, viu algo.

Ele a colocou na cama e rapidamente tirou-lhe a roupa, enquanto a despia, tentava desviar o olhar para não se aproveitar da situação, imediatamente a embrulhou com o edredom da cama, abraçando-a com força tentando aquecê-la.

Olhou para seu rosto pálido, os lábios estavam azuis e ela tremia descontroladamente. Limpou o rosto de Elizabeth removendo as folhas e um pouco da lama misturada com sangue procurando o ferimento que ainda sangrava.

John foi para o closet e trocou suas roupas que também estavam molhadas, retornou e a pegou no colo e saiu em disparada escada abaixo. O carro já esperava com a porta aberta. Assim que ele se acomodou, o motorista saiu apressado enquanto John segurava Elizabeth contra seu corpo.

Pegou o celular e ligou para Bruce.

— Senhor! - Bruce atendeu de imediato

— Ligue para o hospital agora, quero uma equipe preparada para quando eu chegar. Elizabeth caiu e bateu a cabeça. - Disse sem mais detalhes desligando o telefone.

Assim que chegou no hospital uma equipe já os aguardavam e com uma rapidez que exigia uma emergência, principalmente de alguém tão importante quanto a paciente que acabara de receber, logo Elizabeth foi encaminhada à emergência.

John ficou parado no centro do corredor, andando de um lado para outro, a respiração irregular. Uma enfermeira apareceu e o levou a uma sala de espera reservada.

O tempo parecia não passar.

Cada minuto se arrastava como uma tortura silenciosa.

Bruce chegou minutos depois.

— Senhor. Como ela está? — perguntou, cauteloso.

— Ainda não sei. — A voz de John era baixa, controlada.

Bruce o observou em silêncio. Conhecia John há tempo suficiente para saber que aquele autocontrole era uma armadura.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento