Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 65

John e Elizabeth

Na manhã seguinte, John acordou mais cedo que de costume. Era o grande dia da assinatura final do projeto de parceria, um marco que consolidaria a expansão do Grupo Walker no mercado internacional. Tomou banho rapidamente, vestiu seu terno cinza escuro impecável e desceu as escadas com passos firmes.

Elizabeth ainda não havia terminado de preparar o café quando ouviu os passos cadenciados de John se aproximando da cozinha. Virou-se instintivamente e, ao vê-lo parado à porta, seu coração acelerou.

— Bom dia, John. Acordou mais cedo hoje. — disse, tentando soar natural.

— Tenho um dia cheio — respondeu, seco, apertando o nó da gravata. — Preciso chegar cedo ao escritório.

— Estou terminando de preparar o café. — disse, voltando-se para o fogão e ajeitando as panquecas.

— Sem problema. Pode servir aqui mesmo. — disse, sentando-se no mesmo lugar da noite anterior, onde podia observá-la em silêncio.

Elizabeth trabalhou em silêncio, com gestos leves e organizados. Havia preparado panquecas douradas, torradas com geleia de frutas vermelhas e suco fresco de laranja. Enquanto colocava o café quente em sua xícara, o aroma delicioso espalhou-se pela cozinha, despertando o apetite de John, embora ele não demonstrasse.

Enquanto colocava uma xícara de café à frente dele, John notou novamente o vestido modesto que ela usava. Era um dos mesmos do dia do casamento.

Na noite passada, antes de dormir, ele passou pelo quarto de hóspedes onde Elizabeth ficou enquanto se recuperava depois do acidente da trilha. Por curiosidade ou impulso, entrou no closet e viu que todas as roupas estavam lá. Praticamente nenhuma delas havia sido usada.

Na hora, lembrou-se da conversa frívola de Pamela com as namoradas de Daniel e Marcus, comentando sobre marcas de luxo e roupas de grife, ostentando etiquetas como troféus.

John ficou intrigado, mesmo que ele não dissesse claramente que havia comprado aquelas roupas para ela e que deveria usá-las não só enquanto estivesse se recuperando, ela deveria ter entendido que as roupas eram delas a partir daquele dia, não? Ou será que ela tenha pensado que era para manter as aparências? Se ele tivesse dito que era um presente, ela teria usado? Ele simplesmente não havia dito nada.

John a observava enquanto ela terminava de servir o café. Notou que ela arrumou a composição de xícara, pratos e talheres só para ele.

— Não vai tomar seu café? - Perguntou ele

Elizabeth não tinha certeza se ele se incomodaria de tomar café com ela, por isso não teve intenção de arrumar uma composição de porcelana e talheres para ela. Diante da pergunta dele, seu coração se alegrou.

— Sim. - Disse abrindo o armário e pegando outra composição para si e colocando sobre o balcão em frente a ele.

Enquanto John tomava seu café e olhava para ela se servindo, ele reparou novamente nas roupas dela.

— Por que você não está usando as roupas que te comprei quando se acidentou? — perguntou de súbito, em tom firme, quase uma acusação.

Elizabeth o olhou surpresa, parecendo confusa e ficou em silêncio.

Ele não mexeu novamente no prato prato, olhava sério para ela aguardando uma resposta.

Elizabeth percebeu que ele queria que ela dissesse algo.

— Eu não achei que fossem um presente. - Disse simplesmente

John suspirou.

— Não achou que fosse um presente? — repetiu, a voz fria, mas com uma ponta de incredulidade. — O que achou que fosse então?

— Achei que eram roupas para serem usadas enquanto eu me recuperava. Roupas para manterem a aparência, e que… e que não… combinavam comigo.

As últimas palavras saíram em tom mais baixo desviando o olhar dele. Ela usou as palavras de John ditas no dia do casamento.

Jhon também lembrou e entendeu. Realmente ele havia sido cruel, mas seu orgulho falou mais alto então não disse mais nada.

Realmente depois daquele dia ele nunca lhe deu nada a não ser o cartão ilimitado. John pensou na época que ela se recusaria a usar aquelas roupas e correria para as lojas para comprar as roupas de grife que toda mulher adora. Mas ela simplesmente aceitou, se resignou e só usava aquelas que ele tinha jogado aos pés dela.

O silêncio que se seguiu foi cortado apenas pelo barulho dos talheres no prato enquanto John comia mecânicamente o restante de seu café, quase não sentindo mais o sabor delicioso de sempre.

Elizabeth olhava para seu café que esfriava na xícara ainda intocado.

— Se não gostou daquelas, compre outras do seu agrado. Essas já estão velhas. - Disse por fim, a voz baixa tentando parecer indiferente.

— Está bem. - Ela concordou.

Verifique o captcha para ler o conteúdoVerificar