Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 9

Com um leve toque na porta do escritório, Elizabeth a entreabriu, hesitante.

John estava sentado numa cadeira de couro, atrás de uma mesa imponente.

A grande janela às suas costas emoldurava o jardim cuidadosamente aparado. Como o restante da casa, o escritório era amplo, sofisticado e, ao mesmo tempo, frio e impessoal.

Ao lado dele, um homem permanecia de pé, com postura impecável. Devia ter cerca de trinta e cinco anos, porte atlético, cabelos castanhos alinhados para o lado, os traços austeros.

Apesar da beleza discreta, havia uma rigidez em sua expressão e, quando seus olhos encontraram os de Elizabeth, não revelaram absolutamente nada.

— Este é James — anunciou John, com frieza. — Seu motorista e guarda-costas. Pode ir aonde quiser, desde que esteja acompanhada por ele. Em hipótese alguma sairá desta casa sozinha. Entendeu?

Elizabeth assentiu, sustentando o olhar dele.

— Responda. Entendeu?

A agressividade cortou o ar, fazendo até James erguer sutilmente uma sobrancelha, embora mantivesse o semblante impassível.

— Sim. — A voz dela saiu fraca, quase inaudível.

John franziu o cenho.

— Eu não ouvi direito.

Erguendo a cabeça, tentando preservar um resquício de dignidade, Elizabeth repetiu, com o rosto lívido:

— Sim, John. Eu entendi.

— Muito bem. James ficará à sua disposição na edícula dos funcionários. Sempre que precisar, use o comunicador da casa.

Fez uma breve pausa e estendeu a mão.

— Me dê seu celular.

— Como? Meu celular? — Elizabeth estranhou a ordem.

— Tem algo a esconder? — A pergunta soou como um desafio.

— Não — respondeu simplesmente.

— Então não há problema em me entregá-lo.

Ela balançou a cabeça negativamente e, sem protestar, tirou o celular do bolso do vestido, entregando-o a John.

Ele o pegou sem desviar o olhar, a expressão severa e altiva esperando uma reação de histeria que não veio

Sem dizer nada, entregou o aparelho a James, que o recebeu com visível desconforto.

— Pode ir, James — ordenou.

— Com sua licença — respondeu ele, a voz grave e formal.