Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 100

Os dois ficaram no Brasil para assistir o casamento de Oliver e Aurora, já que eram os padrinhos. Tudo foi bem simples e bonito, a pedido de Aurora, que queria apenas as pessoas que foram mais importantes na vida dela, mesmo assim, três menininhos usando terno roubaram a cena.

Uma semana após o casamento dos amigos, resolveram viajar.

No avião, Denise se sentia confortável e feliz, era bom estar de férias, ainda mais depois de tudo que aconteceu com Oliver e Aurora. Enquanto pensava no futuro, Denise estava pensando em parar um pouco e aproveitar o noivo e a família, iria voltar aos estudos que havia parado, já que o pronto-socorro da vila seria ampliado, ela queria ser uma das enfermeiras, já que Aurora seria a médica futuramente.

Pensava também em todas as coisas que a esperava, e nas surpresas que aconteceriam naquele lugar para onde estava indo, conheceria um país diferente, de cultura diferente, teria que entrar em conflito a família do noivo, que até agora, só ouvia coisas ruins deles, mas, no fundo, esperava que tudo ocorresse bem, e que as histórias de Saulo, não passassem de contos mentirosos para assustá-la.

Antes da viagem, Saulo havia lhe presenteado com um banho de loja, estava cheia de roupas lindas e elegantes, de marcas mundialmente conhecidas, ela não era envaidecida para esse lado, mas amava ganhar presentes do amado, não importava o que fosse, presentes sempre eram bem vindos!

Também havia ganhado algumas joias, isso a fez se sentir muito mais bonita do que já se achava, já que era apaixonada por brincos e colares, e os que havia ganhado, combinavam perfeitamente com seus gostos.

Denise era uma pessoa muito pé no chão, e sabia o valor das coisas, não gostava de se mostrar em relação ao luxo, mas amava se vestir bem, e a aparência contava muito para ela, que sempre quando estava fora do trabalho, fazia questão de se vestir como uma princesa.

Sabia que isso era uma das coisas que chamava a atenção de Saulo, toda a vez que a via, ele a elogiava de um modo diferente.

Ela também sabia, que os presentes que ganhou para a viagem seriam necessários, as roupas que tinha, não eram apropriadas para conhecer os futuros sogros, ela se lembrava do que Saulo disse antes:

— Quero que se acostume com isso, porque você merece sempre o melhor, e como será minha esposa, será mais comum se vestir sempre assim, mesmo sabendo que isso não mudará a sua essência, mostrará as pessoas que seu poder econômico é grande.

Ela entendia, que o amado só queria que ela não se sentisse inferior a ninguém e no mundo de aparências, para onde estavam indo, as roupas de grife e joias, eram muito importante.

Após o avião pousar, um carro já os esperava, Denise estava encantada com a grande Londres, e havia pedido a Saulo, para lhe mostrar todos os lugares possíveis enquanto estivesse por ali.

— Bem-vinda a Londres, meu amor, serei seu guia turístico, e seu fotógrafo também, prometo não te decepcionar.

Saulo deu um beijo na amada, enquanto o carro passeava pela linda capital.

— Por favor, nos leve próximo ao palácio de Buckingham, ainda é cedo para irmos para casa. — Saulo pediu ao motorista que os levava.

— Desculpe senhor, mas sua mãe deu ordens para que o levasse direto para casa.

— A velha já começou cedo, hein? — Saulo ironizou.

O motorista não o respondeu nada, simplesmente continuou dirigindo, só estava cumprindo ordens.

— Tudo bem, a gente descansa um pouco, depois iremos conhecer tudo com tempo. — Denise falou, o acalmando.

— Queria te mostrar algo, mas tem razão, vamos desfazer as malas, temos muito tempo mesmo.

O carro logo chegou em frente a uma parede de muros altos e um enorme portão de grades, numa imensa mansão.

— Esta é a casa de seus pais? — Denise perguntava, de boca aberta.

— Uma delas... — Ele riu. — A mais simples, para ser sincero!

— Saulo! — O repreendeu, dando um tapinha em seu braço. — Seja mais humilde, não conseguirei acompanhar essa sua versão rico, filhinho de papai.

— Estou brincando Morena, não fique encabulada tão cedo, tem muito ainda para conhecer, isso aqui não é nem o começo.

— Não me assuste, por favor. — Ria sem jeito.

Entrando pelo grande portão, ao descerem do carro, foram recebidos por uma senhora, de meia-idade, que aparentemente ter quarenta e poucos anos, atrás dela, havia alguns funcionários em fileira. Era como Denise via em alguns filmes, o herdeiro da casa chegava e todos os empregados da mansão, deviam vir cumprimentá-lo.

— Saulinho, que honra recebê-lo, como está lindo e forte, quase nem te reconheci, após tanto tempo, não fique muito tempo longe, eu sinto a sua falta. — O abraçou — Seus pais o esperam na sala principal.

— Obrigado Cora, tive muitos compromissos, por isso não pude vir antes, mas agora que estou vim, ficarei por um tempo, aproveitando que já estamos aqui, quero te apresentar minha noiva, a Denise.

A mulher logo olhou para a moça de longos cabelos pretos e lisos, dos pés a cabeça, com olhar de desprezo.

— Noiva? Bem… é... é um prazer conhecê-la. — Respondeu sem graça.

Denise já percebeu o olhar da mulher, então apenas lhe deu um sorriso amarelo.

— Esta é a Cora, Dê, ela trabalha aqui desde que nasci, ela que foi a minha babá, me criou como uma mãe, depois que cresci, continuou aqui, então se tornou a governanta da casa, ela é praticamente da família.

— Que bom, o prazer foi todo meu, em conhecê-la. — Disse sem ânimo, usando seu inglês. Mesmo que Saulo tivesse uma grande estima pela mulher, ela percebeu que não foi bem aceita pela mesma.

Na verdade, já na entrada da casa, percebeu o que passaria lá dentro, se os funcionários já a olhavam desse jeito com desdém, a dona da casa iria é lhe dar um chute na bunda, lhe mandando de volta para o Brasil, sem ao menos oferecer um copo de água, para refrescar a boca seca.

Subiram os degraus da escada de entrada, entraram por uma sala grande com um sofá e várias poltronas, mas os pais de Saulo não estavam lá, ela o olhou desconfiada.

— Essa não é a sala principal, morena.

Ria da cara surpresa de Denise, que examinava cada detalhe da mansão, ela sabia que Saulo era de família rica, mas não imaginava a proporção de dinheiro que eles tinham.

Ela, coitada, sentia-se como uma plebeia, entrando num palácio de um príncipe, e que teria de enfrentar um rei e uma rainha maléficos, para conseguir se casar com o único herdeiro da família.

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