Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 23

Denise havia saído na sexta à noite com Saulo, eles iriam passar o fim de semana na praia, confesso também que morria de vontade de conhecer o mar. Mamãe já havia viajado três vezes com o Sandro e a Alice, mas nunca me levaram. Minha mãe já sentia ciúmes mesmo me vendo vestida com roupas compostas, tenho certeza de que ela me mataria se me visse de biquíni na praia. Seu ciúme era doentio e, por culpa disso, eu era privada de tudo.

Após o bolo ter assado e esfriado, cobri com a cobertura que havia feito, coloquei a velinha e o topo do bolo, guardei na geladeira e subi para dar a mamadeira e arrumar meu chefinho.

Deixei meu celular carregando para tirar várias fotos, separei algumas roupinhas que ele tinha, que achava muito lindas também, faria outras fotos dele.

Noah já estava arrumadinho, o coloquei no carrinho e desci para a sala. Montei um pequeno cenário no sofá e o coloquei lá. Ao lado, posicionei o bolo e comecei minha sessão de fotos. Confesso que havia arrumado meu cabelo e vestido a roupa mais arrumadinha que tinha, para tirar foto com ele também.

Coloquei no temporizador e tiramos várias fotos, esse pedacinho de gente sabia ser lindo, ficou uma foto mais linda que a outra. Estava quase terminando, quando vi Oliver, parado no corredor nos observando.

Ele estava com um terno preto bonito, barba feita e cabelo penteado para trás. Ele parecia um verdadeiro CEO. Fiquei um pouco constrangida, por observá-lo demais, mas era a primeira vez que o achava bonito.

Já havia alguns dias que não o via e ele parecia muito diferente. Logo me veio uma ideia na cabeça, para todo aquele constrangimento ir embora, mas antes que eu falasse alguma coisa, ele já encostou e começou.

— O que é isso aqui mesmo?

Ignorante como sempre. Mesmo que tenha melhorado a aparência, continuava um troglodita.

— Bom dia, senhor, hoje é o aniversário de 1 mês do Noah e estou comemorando com uma sessão de fotos. — Tentei soar a mais positiva e empolgada possível.

— Que palhaçada! — Revirou os olhos.

— Não é palhaçada, é algo para ficar de recordação. Quer tirar uma foto com ele? Aproveite o fato de estarem vestindo a mesma roupa hoje, dando a impressão de que tudo foi combinado.

Tentava fazer o melhor que podia. O Oliver pegaria o Noah no colo e tiraria algumas fotos, seria uma ótima recordação para se guardar e um jeito de criar algum vínculo.

— Eu não vou fazer isso, acha que ele vai se recordar de alguma dessas idiotices?

Minha paciência com Oliver às vezes era limitada, mas mantinha minha voz firme e doce. Decidi que tentaria aproximar o pai do filho. Não foi nada fácil o que Oliver passou, eu o entendo, mas ele deve entender que o Noah é o mais inocente da história.

— Ele não vai se lembrar agora, por isso devemos tirar as fotos. Quando crescer, irá olhar com amor essas recordações e saberá que o pai sempre esteve presente em sua vida.

Oliver parecia pensar um pouco, mas antes mesmo dele responder um não, peguei Noah e ofereci para que ele o pegasse no colo. Ele ficou receoso e me olhava sem entender, mas, depois que olhou para Noah, eu vi seus olhos brilharem na mesma hora que encarou o filho, até a sua feição mudou.

Oliver amava Noah, só estava machucado.

— Segure-o e se sente ali no sofá, vou bater algumas fotos.

Coloquei Noah em seu colo, de um jeito que ele não pôde recusar. Ao pegar o bebê, ficou um pouco desconfortável, então o guiei até o sofá, ele se sentou e não parava de olhar para o filho, então, aproveitei esse momento e peguei meu celular do tripé improvisado e comecei a bater as fotos.

Oliver parecia estar em outra dimensão, nem percebia que eu estava ali, acho que era a primeira vez que pegava Noah no colo com amor. Eu não parava de bater fotos, não queria perder aquele lindo momento de vínculo entre pai e filho.

Passados uns três minutos, Oliver falou.

— Pare de ser tola, Aurora, larga esse celular.

— Ah, desculpas, senhor, é que as fotos estavam ficando muito bonitas.

— Já parou para pensar que talvez eu não seja a pessoa que compra e sim a que vende? — Refutei.

— E vai vender o quê, retórica? — Insinuou.

— Talvez, já que tenho um cliente satisfeito por aqui.

Respondi e empurrei o carrinho, continuando a andar.

Este idiota está achando que é quem para falar comigo assim? Tudo bem, ele não me pagará, mas zombar da minha cara era demais. Fiquei com tanta raiva que isso me deu mais motivação para amanhã vender todos os meus laços, e também prometi a mim mesma que não iria cair na mesma ignorância que Oliver.

Ele acelerou o carro, me acompanhando outra vez.

— Entra, dou uma carona para vocês.

— Não, obrigada, eu quero andar. — Disse sem olhar para sua cara.

Esse homem tinha uma mudança de humor muito drástica, qualquer oportunidade que me der de agora para frente, irei mandá-lo se tratar. No fundo, o entendia por ser tão desconfiado assim, mas até a minha paciência não funcionava às vezes, ele podia até ser uma boa pessoa, como Denise falou, mas agora estava sendo insuportável.

— Então vá pela sombra.

Logo passou com o carro por nós. Noah e eu continuamos a caminhar. Eram quase seis da tarde quando chegamos na casa, estava morrendo de fome, então iria comer e depois subir para dar banho no pedacinho de gente, mas, quando entrei pela porta da cozinha, encontrei Oliver cozinhando. Quando senti o cheiro da comida que ele estava fazendo, minha barriga roncou mais ainda, mas para não ficar no mesmo ambiente que ele, resolvi ir para o quarto dar banho no Noah, depois desceria para a cozinha, talvez assim ele não estivesse mais por lá.

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