Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 30

Após chegarmos ao hospital, Oliver pediu todos meus documentos para fazer a ficha do paciente, enquanto era levada para a sala de exames.

Fiz uma bateria de exames, depois me levaram para um quarto, onde passaria a noite, tomando vitaminas e sendo observada. Ao entrar no quarto, encontrei Oliver, ele estava sentado numa poltrona, mexendo no celular, a me ver desligou o aparelho e se levantou.

— Está se sentindo melhor?

— Sim, o senhor já pode ir.

— Vou ter que ficar, não posso deixar uma menor de idade sozinha sem acompanhante.

— Farei dezoito depois de amanhã, peça para abrirem uma exceção, não precisa ficar, sei me virar sozinha.

— É regra do hospital, já havia pedido que abrissem a exceção, não é por minha vontade, acha mesmo que quero ficar aqui — Falou nervoso e se sentou de novo onde estava.

Logo uma enfermeira chegou e começou a colocar a medicação no soro.

— Olá Aurora, como está se sentindo? — Ela era uma senhora de aproximadamente 40 anos.

— Estou bem melhor, obrigada! Sabe quanto tempo terei que ficar aqui? — Perguntei, porque era horrível ficar num quarto de hospital, ainda mais com Oliver como acompanhante.

— Isso vai depender dos resultados de seus exames, mas não se preocupe, nós faremos o melhor para que você se sinta bem acomodada enquanto estiver por aqui.

— Ah, não é isso, é por meu acompanhante ser muito ocupado, sabe? Ele precisa cuidar da vida dele, será que eu não poderia ficar sozinha?

Oliver começou a prestar atenção na minha conversa com a enfermeira.

— Eu entendo, mas nesse caso, existe o serviço de acompanhantes, já ouviu falar? — A enfermeira continuou — São pessoas responsáveis, que se disponibilizam a ficar com pacientes no hospital, já que não é todo mundo que tenha parente com disponibilidade. Eles cobram por noite.

— Nossa, que interessante, onde posso chamar uma acompanhante para hoje? — Disse empolgada, já dando graças a Deus.

— Trarei o número e você liga tudo bem? — A enfermeira falou sorridente.

Mas antes que saísse do quarto, Oliver retrucou.

— Não precisa trazer o número de ninguém, já cancelei meus compromissos, posso ficar aqui com ela.

A enfermeira assentiu e saiu do quarto, eu o olhei e agora estava muito brava, por que ele fez isso? Já que poderia ir para sua casa descansar.

— Por que fez isso? Eu estava dando um jeito, o senhor não precisava ficar responsável por mim, ainda mais quando acabou de jogar na minha cara que não queria está aqui! — Ao dizer tudo o que queria, me veio uma enorme tontura, o bom que já estava deitada, se não cairia no chão outra vez.

— Só fica caladinha, para tudo isso aqui acabar logo.

— O Noah, como ele vai ficar? — Me preocupei.

Denise sabia cuidar de criança, mas ela não teria o mesmo cuidado que eu, além disso, ela já tinha os seus afazeres.

Oliver me encarava, parecia querer enxergar através dos meus olhos.

— Denise cuidará dele. — Voltou a mexer no celular.

— Não! — Gritei. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas não queria ficar longe dele, ele já era acostumado comigo, o tanto que ele choraria até pegar no sono, só por não está lá. — Quero ir para casa, quero ficar perto do Noah!

— Já conversamos sobre isso, Aurora, ele não é responsabilidade sua.

— Claro que é! Esqueceu-se de que estou na sua casa porque você me colocou para cuidar dele? É claro que ele é responsabilidade minha.

— Para de se preocupar, por acaso está com medo da Denise tomar seu emprego?

— Não é isso, você não entende? — Nisso comecei a chorar descontroladamente.

Conheci Noah desde praticamente o primeiro dia de vida, eu que cuidei dele sempre, nunca nos desgrudamos, nem sequer por um segundo, eu o amava e não sabia explicar o tamanho desse amor, não entendia isso, e nunca, senti algo desse jeito, nem por Alice, que era minha irmã eu me sentia assim.

Oliver me olhou chorando na cama por alguns minutos, então abriu a porta do quarto e saiu. Eu não sabia o que fazer, não adiantava dizer nada, ele não acreditaria em minhas palavras, com tudo que passou, aprendeu a desconfiar de tudo e todos.

Passado uns minutos, ele entrou com uma enfermeira, que aplicou algo no meu soro, e logo me senti sonolenta e dormi.

[...]

Acordei com uma enfermeira trazendo café da manhã para mim.

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