Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 36

Acordei com um barulho na maçaneta da porta, esperei alguém entrar, mas não aconteceu, então me levantei e fui ver quem estava lá, ao abrir a porta do quarto, encontrei uma sacola grande pendurada, peguei, abri e vi uma caixa dentro, e um papel com algo escrito.

"Aurora, já que vai ficar muito tempo sem receber um centavo, estou te doando meu MacBook, isso vai te servir para começar seus estudos, está todo reiniciado, pronto para uso."

Ps: Não se sinta especial, eu comprei um modelo moderno e melhor para mim.

Aquilo me roubou um sorriso do rosto, entrei no quarto e abri a caixa, o notebook estava em perfeito estado, era branco com detalhe dourado na maçã, tinha até o plástico de proteção do teclado, Oliver era muito cuidadoso, pois parecia está doando algo novo.

Eu estava super eufórica, e isso nem eram 5 da manhã ainda, liguei e criei meu login, passei minhas fotos do celular para ele, depois personalizei meu notebook e aí sim, comecei a pesquisar faculdades a distância. Eu estava feliz, Oliver apesar de ser um grosso, às vezes ele era um amor de pessoa.

O resto do dia, Denise veio para o quarto com Noah, depois descemos juntas para caminhar e tomar um sol com ele, Denise fazia tudo, não deixava que nem empurrasse o carrinho, nem me esforçasse. Desci com meu notebook, pois estava lendo e pesquisando coisas, já que estava como poderia dizer, sem ocupação alguma.

Não vi Oliver o dia inteiro, e queria agradecê-lo pessoalmente pelo presente.

Enquanto sentamos no jardim, a mulher que estava trabalhando no lugar de Denise trouxe nosso cafezinho.

— Obrigada, não precisava se incomodar.

— Não é incômodo algum, senhorita Aurora.

— Só Aurora, por favor. Como é o seu nome?

— Me chamo Elisa.

Elisa parecia ser um pouco tímida, e só falava quando alguém perguntava algo. Depois que ela voltou para a casa, Denise começou a falar.

— Que computador lindo em Aurora, vejo que seu aumento de salário foi um sucesso.

— Ah, esse computador é lindo mesmo, não é? Mas não fui eu que comprei não, eu ganhei de presente do senhor Oliver.

— O quê? — Nos seus olhos havia surpresa.

Noah estava deitado no carrinho, ela encostou mais perto de mim, falando baixo como se alguém pudesse nos escutar.

— O Oliver comprou um MacBook para você? Não creio. — Colocou a mão na boca.

— Não! — Corrigi. — Ele comprou um para ele, esse é usado, me deu para que eu começasse a estudar, já que não poderei comprar nenhum agora, porque meu salário vai ficar todo na conta do hospital.

— Usado? Mas eu nunca vi esse no escritório dele, o que ele usa é branco com detalhe prata.

— Talvez ficasse no quarto dele, não? — Perguntei.

— Amiga, eu limpo aquele quarto todo dia, arrumo closet, gavetas e mesas, te digo com muita certeza, esse computador nunca esteve nesta casa.

— Ué! — Fiquei me perguntando.

— Mas me fala, como foi sua noite? Eu me senti triste de não poder ficar e comemorar com você, mas é que tia Lúcia ontem estava precisando de ajuda nas lembrancinhas que ela está preparando para o aniversário do tio Joaquim.

— Falando nela, ela está melhor?

— Melhor? Melhor de quê?

— Oliver disse que ela não estava bem ontem, e que Joaquim não pôde me buscar porque estava cuidando dela.

— O quê? — Denise começou a rir.

— Do que você está rindo Denise? — Perguntei curiosa.

— Meu Deus, o senhor Oliver odeia mentira, mas está sendo um belo mentiroso. — Continuou rindo. — Pelo amor de Deus, que essa conversa morra aqui Aurora.

— O que foi? Fala logo!

— Ontem, o Oliver recebeu uma ligação do hospital dizendo que você já havia saído, aí ele ficou todo nervoso, perguntou para o tio Joaquim se você já havia ligado para ir te buscar, aí o tio disse que não havia nenhuma ligação sua, Oliver saiu da casa, com uma cara nada boa, pegou o carro e saiu parecendo piloto de fórmula um. Mais tarde, antes de vocês chegarem, ele mandou uma mensagem para o tio ir na capital comprar alguma coisa, mas eu não sei o que era, porque tio Joaquim não me falou de jeito nenhum.

— Denise, agora estou perdidinha, por que o Oliver mentiu para mim?

— Amiga, eu tenho minhas teorias aqui, mas deixa quieto.

— O quê, fala Denise, o que você acha que aconteceu?

— Ai, amiga nada, estou brincando. — Mudou de assunto.

— Eu não estou entendendo nada Denise.

Logo um carro chegou na fazenda tirando nossa atenção, e dele, desceu Saulo e Oliver, Saulo nos viu e veio em nossa direção, já Oliver vendo que o amigo vinha até nós, virou as costas e entrou na casa.

— Bom dia senhoritas.

— Bom dia. — Respondemos juntas.

Saulo se sentou ao lado de Denise e lhe deu beijo, eu fiquei super constrangida, mas continuei onde estava.

— As coisas parecem está voltando ao normal nesta fazenda, acredita que Oliver autorizou a entrada de pessoas de fora para a feira?

— Sério? — Denise deu um pulo de alegria, que chegou a assustar o pobrezinho do Noah no carrinho.

— Desculpa meu amorzinho.

Ela passou a mão na cabecinha dele que se acalmou rapidinho.

— E tem mais, a feira agropecuária também irá voltar, ou seja, teremos sete dias de festa na vila.

— Não acredito! — Dessa vez, Denise pôs a mão na boca que estava aberta. — Teremos festa, sério?

— Sim, daqui a um mês já teremos festa, acabamos de fazer uma reunião com o pessoal do marketing, logo todos saberão que a vila São Caetano voltou a todo vapor.

— Eu não acredito Saulo, isso é maravilhoso!

Denise abraçou Saulo eufórica, depois olhou para mim.

— Aurora, minha amiga, você está fazendo milagres.

— Eu, como assim? — Não entendia.

— Brincadeira amiga, é porque depois que você chegou, as coisas começaram a andar para frente de novo. — Se explicou.

Saulo e Denise se entreolharam e riram, e eu mais uma vez feito boba, não entendia qual o motivo daqueles dois estarem rindo feito hienas.

— Irei entrar, daqui a pouco teremos que ir à capital. Morena, espero você esta noite, tenho uma surpresa para você.

— Surpresa? — Perguntou curiosa.

— Até a noite, com licença.

Saulo se despediu e eu fiquei olhando para a cara de Denise.

— Você é ansiosa, não é? — Perguntei rindo.

— Claro que sou, odeio quando alguém diz que tem algo para mim, e faz esse mistério todo.

— Relaxa, o dia vai passar voando.

— Eu só não vou morrer de curiosidade, porque estou muito feliz que as festas irão voltar.

— Que bom Denise, estou feliz por você.

— Por nós amiga, você vai conhecer a feira agropecuária de São Caetano, tem barracas de comida, bandas famosas, parque de diversão, e muita gente bonita! — Via-se a alegria dela de longe.

— Eu já estou vendo que não poderei ir, esqueceu que cuido do Noah, em tempo integral?

— Ah amiga, a gente dá um jeito.

Então Denise começou a contar tudo sobre as festas da vila, de como era lotada de pessoas que vinham de toda a região, das bandas que faziam shows e muitas outras coisas.

Confesso que fiquei curiosa com tudo que ela falou, e fiquei morrendo de vontade de ir, já que nunca tenha ido a uma festa na vida.

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