— O quê? — Perguntei desacreditada.
— Espera, antes de dar seu show, me deixe falar! — Era inacreditável. — Olha só para você, Aurora, está vivendo bem, morando numa mansão, passando férias na praia e transando com um homem podre de rico.
— Mãe! — Tentava falar.
— E eu? O que eu tenho? — Começou a chorar. — Primeiro, quando seu pai morreu me deixou sozinha cuidando de você, eu vivi como uma cachorra para não te deixar passar fome.
— Mãe, pelo amor de Deus, são coisas totalmente diferentes.
— Não, não são! — Gritou — Se o Sandro for preso, eu vou voltar de novo para a estaca 0, com uma criança para me responsabilizar, perderei o emprego, porque você sabe que estou lá graças a ele. Como manterei a casa? Como pagarei a escola da Alice? — Gritava histérica.
— Para de gritar, mãe.
Alice se assustou com os gritos e correu para ver o que era e, para minha surpresa, ela correu para os meus braços, assustada!
— Você já está tendo a vida que sonhou, então pensa bem, se não for por mim, pelo menos pensa nela.
Olhei para minha irmãzinha em meu colo, assustada, escondendo o rosto. Alice não tinha culpa do que o pai fez e também não tinha culpa da mãe desnaturada que tinha, que ao invés de pensar nas filhas, pensava apenas no homem lixo que havia arrumado.
— Não. — Falei baixo.
— O quê? — Minha mãe perguntou, não escutando.
— Eu não vou retirar a queixa, mãe!
— Como assim? — Estava desesperada. — Você não pensa na sua irmã?
— É nela que estou pensando mesmo. Hoje ele tentou abusar de mim, estou assegurando que no futuro não seja ela.
— Sua ingrata, eu fiz tudo por você!
Ela veio para cima de mim, mas antes que isso acontecesse, a porta do quarto foi aberta de imediato, Oliver entrou num instante, ele estava vestido roupas sociais e parecia ter acabado de chegar de alguma reunião.
— O que está acontecendo aqui?
Falou alto e sério, com sua voz grossa e firme de sempre, que fazia qualquer um temer.
Alice me abraçou mais ainda, parecia estar com medo, então tentei amenizar a situação por minha irmã.
— Senhor Oliver, que bom que chegou, deixa eu te apresentar, essa é a minha irmãzinha, Alice. — Me aproximei com Alice em meu colo, ela olhou para ele, sorriu tímida e escondeu de novo o rosto entre meu cabelo e meu pescoço. — E essa é a minha mãe, Vânia. Pena que ela já está de saída, tem muitas coisas para fazer.
Minha mãe balançou a cabeça em sinal de saudação.
— É um prazer conhecê-lo, vamos Alice, precisamos ir.
Minha mãe praticamente arrancou Alice de meu colo, o que partiu meu coração.
— Não! Quero ficar com a Rora, mamãe.
Alice chorava enquanto era levada para fora do quarto, eu estava me sentindo mal, por ser tão impotente em relação à minha irmã. Percebia-se que ela não estava mais sendo tratada como antes e eu via em seus olhos o pedido de socorro, só que não tinha o que fazer naquele momento.
Após minha mãe sair do quarto, Oliver disse.
— Espera só um momento aqui, que já volto.
Saiu do quarto e depois de alguns minutos voltou.
Oliver se aproximou.
— Como você está se sentindo hoje?
— Bem melhor, obrigada!
— Que surpresa, o que sua mãe fazia aqui? — Perguntou curioso.
— Eu também fiquei surpresa. — Dei um meio sorriso para disfarçar minha tristeza. — Ela veio me pedir para retirar a queixa. — Falei sem delongas, Oliver havia feito muito por mim, jamais mentiria para ele.
— M-e-u D-e-u-s — Denise começou, fechando a porta do quarto e me dando Noah no colo. — Vocês estavam se beijando? Eu não acredito! Espero que o Oliver não me mate depois, por atrapalhar vocês.
— A gente não estava se beijando. — Tentei disfarçar.
— Ah, é? E o que ele fazia com o rosto tão próximo ao seu?
— Ele estava olhando meus olhos inchados.
— Ah, conta outra, Aurora. Não se preocupe, tudo bem? Eu não sairei por aí falando nada para ninguém.
— Claro que não, afinal, não tem nada para se falar.
— Ai, Aurora. — Falou séria. — Achei que fôssemos amigas.
— Nós somos.
— Por que não me conta o que está acontecendo entre vocês dois?
— Porque não está acontecendo nada, foi apenas um beijo.
— Aqui agora, sim, mas e antes? Desde quando você fisgou o coração do patrão?
— Eu não fisguei o coração de ninguém, não, doida! Eu não faço ideia do que está acontecendo, mas apenas nos beijamos algumas vezes.
— O que está acontecendo é o que se nota de longe, que o Oliver está apaixonado por você, por isso percebi como ele anda diferente de uns tempos para cá.
— Apaixonado? Meu Deus, Denise. Apaixonado é o Saulo, por você e você só o enrola.
— Nem vem com essa história, já te falei que sou bem pé no chão, a família do Saulo é riquíssima e ele é filho único, jamais aceitariam uma pessoa como eu.
— Como você? O que quer dizer com isso?
— Aurora, você tem uma maneira peculiar de se esquivar das discussões. — Riu mais uma vez, me abraçando e brincando com Noah.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Caminho Traçado - Uma babá na fazenda
Os capítulos 73. 74 estão faltando ai ñ da para compreender e ficamos perdidas...
Alguém tem esse livro em PDF ?...
Do capítulo 70 em diante não se entende mais nada, pulou a história lá pra frente… um fiasco de edição!!!...
A partir do capítulo 10, vira uma bagunça, duplicaram a numeração dos capítulos, para entender é preciso ler apenas os lançados em outubro de 2023, capítulo 37 está faltando, a rolagem automática não funciona, então fica bem difícil a leitura! Uma revisão antes de publicar não faria mal viu!!!...
Nossa tudo em pe nem cabeça, tufo misturado, não acaba estórias e mistura com outro, meu Deus...
Lindo demais...