Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 64

— Preso? Como assim?

— Recebemos uma denúncia e temos aqui um mandado de prisão. Por favor, não resista, o senhor tem o direito de ficar calado, tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal.

Os policiais iam algemando o Oliver.

— Não precisa disso, eu vou acompanhar vocês. Aurora, ligue para o Saulo imediatamente e diga que estou indo para a delegacia da capital.

— Sim, Oliver. — Respondi mais que depressa, pegando meu celular.

— Tudo bem, por favor, entre no carro, senhor Oliver.

— Eu já disse que irei acompanhá-los, mas irei dirigindo meu carro.

— O senhor não pode fazer isso!

— Ah, é? Quem de vocês vai me impedir? Quem tentar tocar em mim levará um processo tão grande, que ficarão até sem a roupa do corpo!

Os policiais se entreolharam, mas nenhum teve coragem de tocar no Oliver, ele pegou seu casaco e as chaves do carro.

— Não se preocupe, eu vou resolver isso e logo volto para você.

— Oliver, por favor, se cuide e me mantenha informada.

Então ele saiu em seu carro e os policiais saíram o escoltando, liguei para Saulo imediatamente.

— Alô!

— Saulo é a Aurora, por favor, vá para a delegacia da capital, Oliver acabou de ser preso.

— É o quê? Como assim?

— Os policiais vieram aqui e falaram que receberam uma denúncia da Liana, ela disse que o Oliver a agrediu e tentou matá-la, vá imediatamente!

— Que mulherzinha safada. Tudo bem, irei imediatamente.

— Por favor, qualquer coisa me avise.

Lúcia estava tão desesperada quanto eu.

— Como ela fez uma acusação horrível e mentirosa quanto essa? Oliver nunca levantou a mão para ela, ou para mulher alguma! — Estava indignada.

— Eu não entendo, Lúcia, o que ela está tentando fazer? Que cobra! Estou com tanta raiva. Estou quase indo lá quebrar a cara dela de verdade!

— Não faz isso filha, acalme-se. Essa situação será resolvida, o Saulo com certeza ajudará o senhor Oliver a resolver esse mal-entendido.

— Ai, Lúcia, como é horrível ficar de mãos atadas.

— Vamos, sente-se, termine de comer, logo receberemos notícias.

— Comer como? Não passa nada nessa minha garganta, a única coisa que estou com vontade nesse momento é de ir até à fazenda e esganar aquela mulher.

— Você não é assim, Aurora. Estamos do lado certo, se fizermos isso, é o mesmo de dar pano para a manga, ela irá querer se passar por vítima.

— Eu sabia que essa mulher aparecendo aqui não era coisa boa, essa bruxa, mentiu desde o começo.

Ficamos sentadas por um tempo, esperando alguma novidade. Meu telefone tocou e vi se tratar de Denise.

— Denise, onde você está?

— Aurora, me escuta, tira o Noah daí agora, a Liana está indo aí com um oficial de justiça e quer pegar o bebê.

— O quê?

— Ela acabou de sair daqui, por favor, seja rápida.

Desliguei o telefone imediatamente e falei para Lúcia.

— Vamos levá-lo para minha casa.

— Esse é um assunto entre seu patrão e a noiva.

— Ela não é noiva do Oliver! — falei num tom mais alterado.

O oficial ia falar algo mais, entretanto, Liana levantou sua mão, como sinal para ele ficar em silêncio.

— Então você é a Aurora… — Me olhou de cima a baixo. — Não fomos apresentadas pessoalmente. — Estendeu sua mão, que deixei no vácuo. Ela fingiu constrangimento e se recompôs. — Fico muito feliz em saber que você cuidou tão bem do meu filho em minha ausência.

Eu estava com tanta raiva, pelo cinismo dessa mulher, que estava quase a pular em seu pescoço. Eu queria fazê-la pagar por todas as coisas que fez a Oliver desde o início, até o momento.

— Cuidei do Noah, a pedido do Oliver, o qual é um ótimo pai e não mede esforço em nada pelo filho.

— Aurora, eu creio que você talvez tenha algum tipo de problema comigo, por coisas que as pessoas falaram, não por me conhecer. Se você soubesse o que passei e sofri nesse tempo longe do meu filho, jamais me julgaria.

— Eu não acredito em uma só palavra que sai da sua boca, então poupe-as.

— Fui sequestrada no dia do parto, fui levada para longe do meu filho, e agora que volto, Oliver esconde o menino de mim, sem ter o direito de conhecê-lo. Se você se colocasse no meu lugar, estaria do meu lado. Sou uma mãe que não tem o direito de tocar no filho, de beijar, abraçar, pôr para dormir. Sofro todos os segundos longe dele, Oliver não tem o direito de deixá-lo longe de mim, eu sou a mãe do Noah!

— Liana, já te disse para poupar suas palavras, seu papel de mãe injustiçada não cola comigo, fala logo a verdade, sobre o que você quer do Oliver, o que seria mais correto a ser resolvido, pois o Noah só sai daqui, por cima do meu cadáver.

— Quero o meu filho!

— Você não está aqui pelo menino, pois se fosse, teria um modo correto de correr atrás dos seus direitos e não precisaria inventar falsas acusações contra Oliver. Fale logo o que você quer realmente!

— Senhor oficial. — Falou, olhando para o homem ao seu lado. — Pode nos dar um minuto para nos falarmos a sós? É uma conversa entre mulheres, por favor, não me leve a mal.

Tudo bem, senhorita Liana, estarei no carro caso precise de algo.

— Obrigada!

O oficial entrou no carro e começou a mexer no celular, logo, Liana se voltou para mim, com um sorriso diabólico.

— Aurora, você quer saber realmente o que quero? Então vamos lá.

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