Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 63

O dia passava lentamente, enquanto pensava em Oliver, e toda a nossa noite, sentia algo tão diferente em meu peito, e não via a hora de vê-lo outra vez, senti que o que houve entre nós, foi algo intenso, em certos momentos vi que ele sentia algo por mim, além do desejo, havia outro sentimento em seus olhos, sei que não posso esperar muitas coisas e muito menos exigir nada, mas sei que algo pode realmente começar a dar certo e acontecer.

Me preocupei quando Denise me falou que eles estavam brigando no escritório, eu não entendo o motivo daquela mulher aparecer, depois de todo o mal que fez a ele e ao filho.

Se pudesse, eu resolveria todos os problemas da humanidade, pois não consigo ver a injustiça acontecer e me calar diante dela, Oliver é um homem bom, e não falo isso por está gostando dele não, e sim porque vi, ele não mede esforços para ajudar quem precisa, não se importa com a opinião alheia em relação as suas decisões, mesmo que isso possa afetar sua honra. Eu o admiro por ser quem é, e por mais que no começo ele foi duro comigo, enquanto não me conhecia, jamais soltou a minha mão.

Ele havia mandado Lúcia vir para cá cuidar da casa, mesmo eu dizendo que não precisava, havia mandado também arrumar o berço para Noah, isso eu já sabia que ele faria, o motivo qualquer pessoa no mundo entenderia, Oliver queria o conforto da cama, pensar nisto me fez arrepiar por um segundo.

— Oliver!

Voltei a mim quando ouvi o barulho, vindo da porta. Logo corri para abrir.

— Oi Aurora. — Já fui recebendo um beijo maravilhoso.

— Chegou cedo.

— Hoje quero jantar com vocês. — Oliver entrou e se acomodou no sofá. — Vem cá. — Me chamou para sentar ao seu lado. — Fiquei pensando em você o dia todo, sabia? — Me abraçou e beijou mais uma vez.

— Eu também pensei muito. — Estava tímida, mas não queria esconder meus pensamentos dele.

— O berço do Noah já está montado?

— Sim.

— E onde ele está agora?

— No outro quarto, dormindo.

— Então vem. — Oliver me pegou no colo me levando para a cama desesperadamente.

— Oliver, o que você está fazendo? — Perguntei enquanto ele tirava sua roupa.

— Preciso de você Aurora, e preciso agora!

Não demorou nem um segundo, para que ele se atirasse em cima de mim, me beijando loucamente, como se fosse a última vez que nos veríamos, estava ofegante e sua respiração era pesada, por mais que estivesse bom aquele momento, ainda sentia sua preocupação, seus músculos estavam tensos, iria conversar com ele, mas com certeza não seria agora.

— Ah Oliver!

[...]

Depois de algum tempo, estava deitada sobre seu peito, escutei um barulho na cozinha, mas antes que me levantasse, Oliver se levantou e foi até a porta do quarto espiar, era Lúcia, que veio preparar o jantar.

— Lúcia, se o Noah acordar, fique com ele por favor, estou conversando com a Aurora.

— Sim senhor! — Ouvi sua voz respondendo, logo fechou de novo a porta e veio em minha direção.

— Estava morrendo de saudade de você.

— Eu também, mas... Oliver, aconteceu alguma coisa? — Ele me olhava como se quisesse medir as palavras para falar comigo. — Por favor, diga sem rodeios.

— Não se preocupa, tudo bem? Eu resolverei.

— Eu não quero ser insistente, mas, por favor, me fala o que está acontecendo.

— Olha! — Pausou um pouco. — Liana apareceu e me contou várias coisas, eu não sei se é verdade ou não, mas para mim, isso não importa mais, é verdade que ela está com o corpo cheio de hematomas, mostrando que foi muito agredida, mas mesmo assim, eu não confio que ela tenha sido transparente em toda história que contou, eu a mandei embora, lhe ofereci uma boa quantia para sumir, e começar a vida em outro país, mas ela não aceitou, bateu o pé firme dizendo não, até me ameaçou dizendo que iria levar o Noah.

— Ela não pode fazer isso não é mesmo? Por favor, diga que não.

— Infelizmente, se ela conseguir provar que foi levada contra a vontade do hospital no dia do parto, poderá pedir que coloquem seu nome na certidão do Noah, logo também poderá pedir pela guarda compartilhada, ou a guarda definitiva, mas claro que eu não deixarei isso acontecer, nem que para isso eu precise contatar todos os advogados do país.

— Oliver, o que vai fazer?

— Preciso saber realmente o que ela quer, isso pode levar algum tempo, então eu te peço que tenha paciência, e fique nesta casa com o Noah, não quero que ela o veja ainda.

— Eu tenho medo que ela tire o Noah da gente... — Me corrigi — Quero dizer, de você.

— Ela não vai fazer isso, eu não permitirei, o Noah não sairá do nosso lado, tudo bem?

— Falando nele.

Ouvimos o chorinho vindo da babá eletrônica, logo Lúcia o pegou no colo, e também se aproximou da porta do nosso quarto, avisando que o jantar estava pronto.

— Eu não quero sair daqui. — falou beijando meu pescoço.

— Eu também não, mas estou morta de fome.

Após tomarmos um banho longo, fomos para a cozinha, o cheirinho da comida estava delicioso, Lúcia estava dando mamadeira ao Noah, sentamos à mesa, e começamos a comer.

Aquela casa para mim, estava se tornando familiar, ela era pequena, mas, ao mesmo tempo, se tornava o melhor lugar do mundo, pois havia amor, em todos os cantos das paredes, havia paz, era como se aquela fosse a minha casa, e aqui agora comigo, fossem meus familiares.

Viajei em meus pensamentos por muito tempo, não me importava com a presença de Liana, pois sabia que Oliver estava decidido a não ficar com ela, isso me tranquilizava, eu não sabia o que ele estava sentindo por mim, mas sabia o que eu estava sentindo por ele, e faria de tudo para continuar assim, Oliver já passou por problemas demais em sua vida, desde que conheceu aquela mulher.

Ele não merecia se preocupar com mais nada em relação ao filho, aquela mulher estava disposta a tirar a sua paz, eu não deixaria de modo algum, se dependesse de mim, eu jamais deixaria Oliver sofrer outra vez.

Fui tirada de meus pensamentos, com batidas na porta.

— Quem será a essa hora? — Lúcia perguntou.

— Não sei, talvez seja Denise. — respondi.

— Irei abrir.

Oliver se levantou em direção a porta, abrindo e dando de cara com dois policiais.

— Boa noite, em que posso ajudá-los?

— É o senhor Oliver Caetano? — Um dos policiais perguntou.

— Sim, sou eu.

— O senhor está preso, por agressão e tentativa de feminicídio, contra a sua noiva, Liana Passos.

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