Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 66

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu, se você sumir, eu juro que tiro todas as acusações contra ele.

— Você está mentindo!

— Não estou não, você é a única pessoa que está impedindo minha volta com o Oli. Se desaparecer, logo ele voltará para mim.

— Mesmo que eu vá, ele jamais irá querer você de volta.

— Isso é problema meu. Faça a sua parte apenas, pegue suas coisas agora e saia daqui, eu prometo que deixarei ele do lado do filho, eu tenho direito sobre a guarda do Noah, mesmo que Oliver saia da prisão, terá que conviver comigo pelo resto da vida, já que o menino é meu filho também, mas está em suas mãos se essa convivência será pacifica ou não.

— Quem me garante que você faria isso?

— Te dou a minha palavra, se quiser, vamos agora até a capital e eu retiro a queixa. Deixarei você vê-lo sair da cadeia, mas você tem que me dá a sua também, que jamais o procurará, nem falará dessa nossa conversa, simplesmente sumirá e deixará o meu filho e meu homem em paz.

— Por que eu deveria acreditar em você?

— Porque eu sou sua única saída, ou você vai conseguir viver com a consciência tranquila em ver Oliver sofrendo sem notícias do filho, sabendo que poderia evitar tudo isso? Você é jovem Aurora, pode refazer sua vida em outro lugar, não irá perder nada, se você sente algo pelo Oliver, será questão de tempo para esquecer, agora se ficar aqui, irá prejudicar a vida tanto do pai quanto do filho, mesmo que ele saia da prisão hoje, Oliver jamais te perdoará, sabendo que você deixou o filho sumir no mundo comigo.

— Você é um monstro Liana,

— Que seja! Eu quero saber, você aceita a proposta ou não? Tenho pressa, se não quiser, fale imediatamente, pois já tenho marcado um voo para ir com meu filho.

— Você não pode fazer isso.

— Eu só não farei isso, se você concordar com as minhas condições, está nas suas mãos o destino do Oliver e do Noah, se você não aceitar, eu vou embora com meu filho, e o Oli terá que lidar com um julgamento, tenho certeza que será condenado a prisão, e ainda sofrendo por saber que o filho está perdido pelo mundo, porque te garanto, eu não darei mais notícias do Noah, nunca mais entendeu? Tendo a lei ao meu lado ou não.

Eu estava encurralada, não havia uma saída naquele momento, eu jamais deixaria o Oliver e o Noah, mas seria muito egoísmo meu, ver algo assim acontecer, Oliver não merecia passar a noite na prisão, nem ficar longe do filho, eu abriria mão da minha vida, só para não deixar o Noah longe do pai, e eu sei que quando saísse, ele iria fazer algo para ficar com a guarda exclusiva do filho, ele jamais voltaria para essa bruxa.

Eu daria a oportunidade de Oliver brigar pelo filho, mas, solto. Podendo ter livre acesso a todos os recursos possíveis, em troca dessa liberdade, eu me aprisionaria, ficando longe das pessoas que eu mais amava neste mundo.

— Eu aceito, mas com uma condição!

— Você não está em posição de exigir condições, mas me fala qual seria?

— Me deixe ver o Oliver pela última vez, eu quero falar com ele, e quero vê-lo solto também.

— Tudo bem, mas que fique claro uma coisa. — Apontou o dedo na minha cara. — Se você contar a ele, ou a qualquer outra pessoa sobre nossa conversa, eu juro que vai se arrepender, você será a culpada pelo desaparecimento e morte desse menino, para o resto de sua vida.

A bruxa me assustava, precisava colocar Noah em segurança o mais rápido possível.

— Eu não contarei a ninguém, eu prometo.

— Arrume suas coisas, vamos lá na capital, de lá você já pode sumir das nossas vidas.

— Tudo bem.

Entrei na casa, e peguei minhas coisas, eram poucas, então não demorei para arrumar, meu coração estava despedaçado, mas não tinha outra escolha no momento, a liberdade de Oliver dependia de mim, e eu o amava muito para deixá-lo sofrer, além disso, não podia deixar essa psicopata nem um minuto a mais com o meu Noah Após pegar minhas coisas, entrei no carro com Liana.

O caminho para a capital foi longo, cada quilômetro, meu coração se despedaçava mais, Noah estava dormindo no colo da mulher, sua carinha inocente, estava alheia a toda a situação.

Chegamos a frente da delegacia onde Oliver estava detido, o carro ficou estacionado em um lugar que tinha livre acesso a visão de quem entrava e saía.

— Você vai entrar lá e conversar com ele, não se esqueça, qualquer palavra mal falada lá dentro, custará um preço caro a ele e ao bebê.

— Tudo bem.

— Você tem dez minutos, quando terminar, volte para o carro, que irei lá dentro retirar a queixa, você verá seu amado saindo livremente, e logo depois, irá embora para sempre.

Desci do carro e entrei na delegacia, conversei no balcão e pedi para vê-lo.

Antes encontrei Saulo.

— Aurora cadê o Noah? — Perguntou preocupado.

— Liana está com ele.

— Como assim, como ela conseguiu fazer tudo isso?

— Parece que tudo já estava planejado há muito tempo, deve ter sido o plano B dela, já que o A, de ludibriar Oliver, não deu certo.

— Como fomos tão bobos em deixar tudo isso acontecer? Parece que todos aqui estão do lado dela.

— Devem está, o mal sempre tem seus aliados, preciso ver o Oliver, não tenho muito tempo.

Não disse mais nada, já que poderia estar sendo observada. Fui levada por um policial, entrei num corredor que dava acesso à cela onde estava Oliver, ele estava sentado, abatido, mas ao me ver, levantou-se imediatamente.

— Aurora. — Se encostou na grade da cela.

— Oi... Vim ver como você está.

— Ainda estou tentando assimilar tudo, Saulo está correndo atrás das coisas para mim, mas dessa vez Liana fez algo muito bem pensado.

— Essa mulher é um monstro, espero que você consiga lidar com isso, espero que você consiga se livrar dela, e que você e Noah nunca se separem.

— Ei! O que está dizendo? Eu jamais deixaria isso acontecer. — Falou segurando meu rosto e fazendo carinho.

— Eu sei, eu também jamais deixaria você e o Noah longe um do outro.

— Onde o Noah está?

— Não se preocupe, quando você chegar em casa, o Noah estará esperando por você.

— Provavelmente não irei para casa hoje, na verdade, demorará um pouco, até as coisas se esclarecerem.

— As coisas irão se esclarecer, hoje mesmo estará em sua casa, seguro com o Noah. — Me afastei — Oliver!

— O que foi?

— Preciso ir, mas queria te dizer algo antes. — Estava me segurando para não chorar, mas uma lágrima solitária caiu do meu rosto. — Você é o homem mais incrível que já conheci na vida, queria muito que isso não acontecesse, eu não suportarei ficar longe de você e... — Não conseguia terminar de dizer.

— O tempo de visita acabou, o senhor Oliver será transferido daqui a pouco. — O guarda disse.

— Aurora, por favor, não fique assim. Nós ainda teremos muitos momentos bons, eu te prometo, não se preocupe, eu sairei daqui, e consertarei todo esse erro.

— Eu sei que vai, estou contando com isso. Adeus Oliver.

Dito isso, virei as costas e saí, deixando que toda a lágrima caísse em meu rosto, seria a última vez que o veria, me sentia culpada por não poder dizer a verdade, mas se falasse, Liana sumiria com o Noah e isso não estava sob meu controle.

Voltei para o carro e encontrei a bruxa sorridente.

— Não fica assim Aurora, o Oliver vai sair daqui, você está fazendo isso por uma causa muito nobre. — Zombou.

— Fiz minha parte, agora faça a sua Liana.

— Estou indo, aproveita seus últimos minutos com o bebê, você não o verá nunca mais, mas fique de olho na porta também, será a última vez que verá o Oliver.

Liana saiu do carro, peguei Noah no colo e fiquei acariciando seu rosto, beijando suas bochechas e cheirando seu corpinho, eu não suportava a ideia de ficar longe dele, mas sabia que se não fizesse isso, Oliver jamais teria chances de lutar pelo filho.

Algumas horas depois, Saulo e Oliver saíram pela porta da frente da delegacia, caminhando, meu coração acelerou os passos, eu poderia correr ao encontro deles e contar toda a verdade, mas sabia que Liana tinha alternativas que poderiam ser usadas a qualquer momento.

Um tempo depois, Liana apareceu e entrou no carro.

— Pega o menino Bia. — A mulher tirou o Noah do meu colo. — Vamos ao aeroporto imediatamente.

— Liana, você disse que não iria embora com o Noah! — Gritei.

— Eu não vou com o bebê a lugar algum, queridinha, quem vai embora desse lugar é você.

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