Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 75

Acordei no sábado pela manhã com o estômago embrulhando, não devia ter comido aquele lanche tão gorduroso, depois que comecei a comer essas coisas, sentia minha barriga mais inchada e havia engordado um pouco mais.

Tomei um remédio para enjoo e fui para o centro vender meus laços.

Havia aprendido o caminho para o centro, como ia bem cedo, o sol não me queimava tanto. Eu me sentava num certo ponto de uma praça bem movimentada e colocava os laços à mostra. O local onde ficava era um ponto estratégico, onde muitas pessoas passavam, tinha dias que vendia todos, mas algumas vezes, quase nenhum.

Eram quase duas da tarde e consegui vender quase todos os laços, só restaram dois, então decidi que já era hora de ir para casa. Arrumei minha bolsa e me levantei. Logo tudo ao meu redor resolveu rodar, minhas vistas se escureceram e senti meu corpo bater no chão.

— Moça, você está me ouvindo?

Ouvi a voz de uma pessoa me chamando.

— Chamamos uma ambulância, não se preocupe. — Outra voz disse.

Meus olhos lentamente começaram a se abrir e vi uma pequena quantidade de pessoas ao meu redor.

— O que aconteceu? — Perguntei confusa.

— Não se mexa muito, acho que você desmaiou e bateu sua cabeça na quina do banco; ela está sangrando.

Pus a mão em minha cabeça e senti uma dor insuportável e vi que meu dedo se manchou de sangue.

— A ambulância chegou, não se preocupe.

Logo os paramédicos chegaram e pediram para as pessoas se afastarem, eles enfaixaram minha cabeça, me colocaram numa maca e me levaram para o hospital.

Chegando lá, fui atendida, o médico olhou o machucado em minha cabeça e disse que não havia sido nada grave, mas que era para ficar em observação. Ele havia me perguntado o porquê da minha queda e falei do meu desmaio, então ele pediu que fizessem alguns exames para saber a causa do mesmo.

— Você ficará de repouso até os resultados dos exames saírem, se tudo estiver certinho, terá alta. Você já desmaiou assim antes?

— Só uma vez, quando estava me alimentando mal e acabei ficando com uma anemia profunda.

— Vamos ver os motivos desse desmaio, e procurar a solução mais rápido possível. Quer que ligue para algum familiar seu?

— Não, muito obrigada.

O médico saiu e eu fiquei deitada na sala de observação, meu telefone logo tocou. Era a Rafaela.

— Oi, Rafa.

— Oi, Aurora, tudo bem com você?

— Tudo Sim.

— Liguei para te pedir desculpas por ontem, eu desliguei o telefone sem falar nada para você, me perdoa.

— Tudo bem, Rafa, eu entendo.

— Para ser sincera, fiquei com um pouco de ciúmes de vocês. O Tácio é sempre assim, prestativo e gosta de auxiliar as pessoas. Eu, que acabei confundindo as coisas, me perdoe.

— Sem problemas, Rafa, eu também me senti muito mal por isso, não queria ter ido ao mirante sem você. Também havia tocado no assunto sem querer com ele, que iria comprar o micro-ondas hoje, daí ele me apareceu com um lá, fiquei muito sem jeito, mas ele se recusou a pegá-lo de volta.

— E por que você recusaria? Ele tem um coração maravilhoso, faz tantas coisas boas por tanta gente.

— Sei que ele é bom, mesmo ficando sem jeito, eu o entendo. Ele só quer ajudar.

— Então, já que você entendeu meu lado, vamos tomar um sorvete? Estou chegando em sua casa em cinco minutos.

— Eu não estou em casa.

Disse depressa, eu não queria preocupá-la, mas ela devia saber onde eu estava.

— Não? E onde você está? Fala que passo para te pegar.

Alguns minutos depois, o médico que me atendeu, chegou com os resultados dos exames.

— Senhorita Aurora, seus resultados mostram que está tudo bem com a senhora.

— Ah, que bom, isso significa que posso ir embora?

Já cortei logo sua conversa, pois queria ir embora dali o mais rápido possível. Eu odiava hospitais.

— Há uma pequena observação, não sei se você estava esperando por isso, mas os exames mostraram que a senhorita está grávida.

— O quê?

A minha voz saiu com a de Rafaela, que estava tão surpresa quanto eu, não podia ser, eu não podia acreditar.

Pedi para refazerem os exames e, após outra confirmação, aproveitei que já estava no hospital e pedi um ultrassom.

— Eu só acredito vendo.

Na sala de ultrassonografia, esperava o médico passar o gel em minha barriga. Eu estava com uma sensação muito estranha, não poderia ser verdade, mas me lembrei de que, na última noite em que Oliver e eu estivemos juntos, não usamos nenhum tipo de proteção, entretanto, não esperava que pudesse acontecer assim tão rápido.

Logo uma imagem se formou na tela, algo minúsculo, mas com um formato decifrável.

— Bem, senhorita Aurora, não sei se consegue perceber aqui, nesse pontinho, é o seu bebê, quer ouvir seu coração?

Balancei a cabeça em sinal de confirmação. Eu via, mas não acreditava.

Logo, um som de batidas rápidas invadiu a sala, não consegui manter as lágrimas nos olhos.

— Esse é o batimento do primeiro feto, mas veja aqui, desse outro lado, há outro bebê, parabéns, você será mãe de gêmeos.

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