Christian Müller -
Pontualidade para mim é uma questão de honra. As dezenove horas eu já estava em frente ao apartamento onde Ivy morava, assim como eu havia a dito antes que faria.
Assim que Ivy entrou no carro, senti minha respiração travar por um segundo, mas logo me recuperei, para não parecer um bobo na frente dela.
O vestido vermelho que escolhi para ela vestia como uma segunda pele, delineando cada curva do seu corpo com perfeição. A corrente dourada repousava sobre suas costas nuas, e a maquiagem sutil apenas realçava sua beleza natural. Eu já a achava linda, mas naquele momento…
Ela estava estonteante.
—Ivy! Boa noite! - Falei simplista, esperando que ela se ajeitasse ao meu lado. Eu queria dizer que ela estava e que ficaria ainda melhor se ela sorrisse, mas me calei e resolvi partir para os negócios da noite.
Eu a entreguei o papel para que estudasse sobre cada um que estaria naquela noite na festa; ela tinha uma memória fotográfica perfeita e eu já notava isso nela, mas em alguns pontos.
Eu não entedia como ela ainda não conseguia se lembrar de mim, tendo um bom desempenho no trabalho para lembrar datas e horários.
Depois de a estender os papeis e esperar que ela começasse a lê-los com atenção, peguei uma caixinha de dentro do terno e abri a estendendo.
Ivy me olhou confusa e ao mesmo tempo surpresa. Antes que ela pensasse demais, logo me expliquei.
— Não pode faltar a aliança. Minha família é bem detalhista e vão duvidar se não ver um anel no seu dedo. - Falei colocando no dedo dela a vendo reparar a joia.
Talvez nunca tivesse visto um tão grande pessoalmente.
O caminho até a mansão foi silencioso. Ivy parecia tensa, e eu também, mas por motivos diferentes.
Assim que descemos do carro, eu a abracei pela cintura para entrarmos no salão juntos. De repente, minha atenção foi imediatamente capturada por uma cena à distância.
Meu avô conversava com um velho amigo, um dos sócios mais antigos da empresa. Ao lado deles, uma mulher jovem e impecavelmente vestida.
Meu instinto gritou um alerta, me fazendo perceber que aquele jantar havia sido planejado. - Coisa que eu já premeditava.
— Senhoras e senhores, meu neto chegou! - Disse meu avô com animação na voz, fazendo com que todos aplaudissem-nos.
Eu então, avistei o amigo do meu avô empurrar com leveza sua neta e antes de esperar que a noite fosse estragada por eles, eu mesmo decidi fazer isso.
Abracei ainda mais a cintura de Ivy a mantendo bem perto e quando os olhos dela vieram sobre os meus com curiosidade, eu sorri minimamente, levando o olhar para os convidados.
—Boa noite a todos. Gostaria de aproveitar a presença de cada um aqui essa noite e apresentar alguém especial para mim. Essa é Ivy Hunter, minha noiva.
O impacto foi imediato.
As conversas cessaram. Os olhares surpresos e algumas expressões incrédulas se voltaram para nós. Mas nenhum olhar era mais intenso do que o do meu avô.
— Christian, o que pensa que está fazendo? — Sua voz soou baixa e entre dentes, mas seus olhos já me alertavam sobre o que estava por vir.
Ele então saiu, esperando que eu fosse com ele. Olhei para Ivy e apertei sua cintura antes de sair
—O que ela...- Resmunguei ameaçando ir atrás dela, quando de repente, uma voz suave e venenosa soou ao meu lado.
— Parece que sua pressa em se casar tem um motivo bem óbvio.
Cerrei os punhos antes mesmo de me virar, encontrando Norma, minha madrasta, mantendo um sorriso vencido no rosto.
O que você quer dizer com isso? — Perguntei, entredentes a vendo sorrir e tocar meu terno como se estivesse o lipando.
— Enjoos? Uma pressa absurda para um noivado? Ah, querido, você acha que não vão perceber? - Perguntou ela com um tom desdenhoso na voz.
Minha mente congelou.
Virei o rosto na direção do banheiro, onde Ivy havia desaparecido, e repeti a palavra, sentindo meu peito apertar.
— Gravidez? - Questionei como um pensamento alto, voltando a encará-la. —Ficou surpresa, querida madrasta? Talvez isso fez com que sentisse ameaçada, já que estou a um passo à frente do seu filho agora.
Ela então rangeu os dentes.
—Você...- Antes que ela continuasse a falar, me aproximei dela para cochichar.
—Se encostar um dedo nela, eu acabo com você, ou quem for que se meter entre a gente.

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