Christian Müller -
Acordei com o sussurro de Sophie chamando Laura com desespero. As duas saíram do quarto e me virei para cobrir Nathan indo atrás delas.
Assim que cheguei na sala, notei que Laura desligou a televisão com desespero, o que me pareceu estranho.
Antes que eu pudesse a questionar, batidas fortes ecoaram pela porta.
Dominic se adiantou para abrir, e logo em seguida Mark entrou, com uma expressão preocupada.
— Christian, temos problemas — anunciou Mark, vindo até mim. Ele se aproximou da mesa, espalhando alguns papéis sobre ela.
— A polícia está exigindo sua presença na delegacia para exames e esclarecimentos — informou ele, com a voz carregada de urgência.
Senti o peso da situação, mas mantive a calma.
— O que está acontecendo? – Perguntei vendo Amanda pegar o controle da televisão, a ligando.
— Está em todos os canais! – Disse ela me olhando.
Olhei para Laura, que me observava com preocupação. Eu me aproximei dela, depositei um beijo suave em sua testa, tentando acalmá-la
— Não será nada.
Ela segurou minha mão, seus olhos refletindo apreensão.
— Christian... – Chamou ela, com um olhar triste. — Quer que eu vá com você?
— Vai ficar tudo bem — assegurei, tentando transmitir uma confiança que eu mesmo lutava para sentir. —Isso é uma armação das grandes para chegarem até você. Eu vou começar a agir.
Soltei sua mão dela com relutância e me voltei para Mark.
— Vamos acabar comisso.
Dei um último olhar para Laura, segui Mark, seja lá para o que era.
Ao chegarmos na delegacia, meus olhos imediatamente encontraram Andressa, que aguardava com uma expressão tensa. Mantive minha postura firme e segui em direção ao delegado, que me aguardava com uma pasta em mãos.
— Senhor Müller, aqui estão as acusações formais contra o senhor — disse o delegado, me entregando os papéis.
Antes de abrir o documento, coloquei uma pasta sobre a mesa, encarando o delegado.
— Delegado, estou disposto a realizar o exame de corpo de delito sem objeções. No entanto, peço que, enquanto isso, avalie cuidadosamente o conteúdo desta pasta — falei com firmeza.
Mark, meu advogado, aproximou-se e entregou dois pendrives ao delegado.
— Senhor, aqui estão o álibi de Christian e as provas relacionadas a este documento — explicou Mark, mantendo um tom profissional.
O delegado recebeu os pendrives e os entregou à sua equipe de TI.
— Avaliem tudo minuciosamente. Se houver qualquer indício de montagem ou uso de inteligência artificial, o senhor Müller será detido — ordenou o delegado, com autoridade.
Andressa, visivelmente surpresa, interveio:
— Ameaça não é nada perto do que você recebeu de Norma para matar uma mulher que nunca te fez mal — repliquei, observando a expressão dela em busca de qualquer sinal de remorso.
Ela riu, um som forçado que não alcançou seus olhos.
— Ela fez sim. Entrou no meu caminho — respondeu, sua voz carregada de rancor.
Me aproximei mais uma vez, meu rosto a centímetros do dela.
— Você está no meu caminho e ainda está viva. Não conte com isso por muito tempo — murmurei, minhas palavras carregadas de uma promessa sombria.
Me fastei, levantando as mãos em um gesto de rendição antes de colocá-las nos bolsos. O silêncio pesado entre nós foi interrompido quando um oficial chamou Andressa para o exame. Ela lançou-me um último olhar antes de seguir o policial, me deixando sozinho na sala, aguardando minha vez.
Minutos depois, um oficial se aproximou e me informou que o médico já estava à minha espera. Levantei-me e o acompanhei até a sala de exames, mantendo a postura firme que sempre adotei em situações adversas.
O médico, um homem de meia-idade com expressão neutra, pediu que eu me sentasse. Ele explicou tudo e eu assenti, permitindo que ele realizasse o exame.
Após concluir o exame, ele fez algumas anotações e me informou que eu poderia retornar à sala de espera. Agradeci brevemente e saí, encontrando Mark me aguardando.
— Tudo certo? — perguntou ele em voz baixa.
— Sim. — Respondi, mantendo o tom controlado.
Finalmente, a porta se abriu e o delegado entrou, carregando uma pasta que reconheci no mesmo instante.
— Senhor Müller, senhorita Andressa, as coisas estão ainda mais sérias do que imaginei. Vocês ficam.

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