Laura Müller -
Eu voltava para o quarto de Christian quando algo me chamou a atenção no corredor.
Uma enfermeira passou apressada, com os saltos tilintando contra o piso de porcelanato branco. Algo nela não parecia certo. A postura tensa, o olhar esquivo… Como se estivesse fugindo de alguma coisa.
Franzi o cenho, parando no meio do caminho. Ela saiu da sala de medicação. Em seguida, outra enfermeira apareceu, empurrando uma bandeja de metal com medicamentos organizados em seringas e frascos.
Segui seus passos sem hesitar, minha intuição gritando dentro de mim.
Ela entrou no quarto de Christian sem sequer bater na porta. E assim que eu atravessei a entrada, a vi preste a aplicar algo na veia de Christian.
— NÃO! — Gritei correndo até lá.
Em um impulso, alcancei a bandeja e a derrubei no chão. Todos no quarto me olharam surpresos e então eu a ameacei.
— Você não vai aplicar nada nele! — cuspi as palavras, apontando para a enfermeira.
Mark deu um passo à frente, mantendo os olhos afiados sobre mim.
— Laura, o que está acontecendo?
A enfermeira se encolheu, com as mãos tremendo.
— Senhora, eu só estou fazendo o meu trabalho…
— O que exatamente você ia injetar no meu marido?! — Falei com firmeza.
A porta se abriu novamente e outras enfermeiras entraram apressadas.
Uma delas usava um uniforme diferente, a identificação indicava que era a responsável pelo turno. Ela olhou para o chão, depois para mim e para Christian, claramente confusa com a confusão.
— O que está acontecendo aqui?
Mark cruzou os braços, analisando a situação em silêncio, enquanto Christian me olhava com as sobrancelhas franzidas.
A enfermeira responsável pegou a ficha de Christian e examinou o que estava prescrito.
— É apenas um antibiótico, senhora. Algo necessário para evitar uma infecção.
Christian desviou o olhar para mim, agora visivelmente desconfiado.
Mas eu não recuei.
Balancei a cabeça em negação, sentindo um frio na espinha. Algo estava errado.
— Amor, você não vai tomar isso.
— Laura… — Ele me chamou, com o tom baixo, mas carregado de tensão.
A enfermeira-chefe me encarou cruzando os braços.
— Nosso dever é garantir que o senhor Müller não desenvolva uma infecção generalizada depois do que passou. Se sua esposa não permitir que ele receba o medicamento, teremos que chamar a segurança.
— Laura… o que você acha que está acontecendo aqui? – Perguntou Christian, confuso.
Eu respirei fundo, sentindo meu estômago revirar.
— Eu não sei… Mas alguma coisa me diz que essa injeção não é só um antibiótico.
A enfermeira-chefe pareceu hesitar, mas se manteve firme.
— Senhor Müller, se recusar o medicamento pode colocar sua vida em risco.
— Então eu só tomo quando tiver certeza do que estão tentando injetar em mim.
O silêncio no quarto era pesado.
A enfermeira mordeu o lábio, claramente contrariada, mas não insistiu.
— Senhor, é apenas um antibiótico — ela insistiu, erguendo a ficha como se aquilo fosse o bastante para me convencer. — Está prescrito aqui.

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