O silêncio da sala de espera era insuportável.
Eu observava Ivy ao meu lado, vendo cada detalhe de sua inquietação.
Suas mãos se moviam sem parar, seus pés balançavam denunciando sua ansiedade, e sua respiração estava irregular, quase ofegante.
Ela estava sufocando naquela espera.
Meus olhos deslizaram por seu rosto.
Eu a vi morder o lábio inferior, com o seu olhar fixo em algum ponto distante, contendo as lágrimas que ameaçavam escapar.
Soltei um suspiro discreto antes de envolver seus ombros em um abraço contido, mas firme.
— Fique calma, você não está sozinha. Eu estou aqui.
Ela travou por um instante, como se minhas palavras tivessem rompido a última barreira que ainda a segurava. Então, um soluço escapou de seus lábios, e antes que eu pudesse reagir, ela se virou em um movimento instintivo, encostando a cabeça contra o meu peito.
Eu congelei.
Senti sua respiração entrecortada contra o tecido da minha camisa. Seu corpo tremia em pequenos espasmos, como se ela estivesse lutando contra a dor que a consumia.
Fechei os olhos por um breve instante antes de soltar um suspiro forte e envolver seus ombros com mais firmeza. Passei a mão suavemente por suas costas, dando leves t***s, sem saber exatamente como lidar com aquilo.
Ivy chorou.
Eu não disse nada. Não havia palavras que pudessem amenizar o que ela estava sentindo naquele momento. Então, simplesmente permaneci ali, oferecendo a única coisa que eu podia: presença.
Aos poucos, os soluços foram cessando.
Ela respirou fundo e se afastou, me olhando nos olhos com um peso silencioso no olhar.
Eu estava prestes a dizer algo quando a porta do centro cirúrgico se abriu.
Me virei no mesmo instante, observando a médica sair lentamente e se aproximar.
Ivy se levantou de imediato. E foi então que percebi. O olhar da médica dizia tudo.
— Ivy — A médica começou a falar, lançando um olhar de compaixão para ela. — Precisamos conversar sobre sua avó.
Ivy se enrijeceu ao meu lado, segurando o próprio braço como se precisasse de algo para se apoiar.
— Como ela está? — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.
A médica suspirou.
— O AVC causou um edema cerebral, e tivemos que esperar o inchaço reduzir antes de qualquer procedimento. Mas, infelizmente, ela sofreu outro derrame.
— O que significa? Eu não entendo a gravidade. — Disse ela com a voz trêmula.
— Significa que precisamos esperar o cérebro absorver o sangue antes de avaliar se haverá sequelas. Por enquanto, ela ficará na UTI sob observação. Ligamos alguns aparelhos para ajudá-la a respirar e evitar o cansaço excessivo do corpo.
Ivy piscou algumas vezes, como se tentasse absorver aquela informação. Mas eu sabia que ela já estava sobrecarregada. Primeiro, perder a mãe. Agora, a única família que lhe restava estava entre a vida e a morte.
— Eu... posso vê-la?
— Ainda não. Mas assim que for possível, avisaremos.
Ivy apenas assentiu e a médica se retirou, nos deixando ali.
Observei Ivy. Seu olhar estava perdido. Os lábios dela estavam entreabertos, como se quisesse falar algo, mas ela não teve forças.



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