Despertei sentindo um incômodo do cheiro forte do hospital.
Minhas pálpebras pesavam e eu pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a claridade.
Na medida em que minha mente despertava, percebi que estava em uma maca de hospital. Meu corpo parecia leve demais, como se tivesse flutuado para aquele lugar sem aviso prévio.
— Que bom que você acordou. — Uma voz feminina soou próxima.
Meus olhos se abriram completamente, e encontrei uma médica ao meu lado, segurando alguns papéis.
—Doutora, o que aconteceu? - Perguntei preocupada, ouvindo-a soltar um suspiro.
— Você teve um pequeno desmaio por conta da falta de ferro, o que é comum na gravidez. — Ela explicou com um tom paciente. — Isso causa as tonturas e os enjoos, mas, tomando a medicação correta, logo você vai se sentir melhor.
Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu bruscamente
— Gravidez? — Sua voz firme cortou o ar quando a palavra escapou dos lábios da médica.
Congelei no mesmo instante, vendo os olhos de Christian sobre mim. Eles estavam alarmados e confusos, esperando por uma resposta.
De repente, a médica cortou aquele breve silêncio.
—Vou deixar vocês a sós. Me avise se precisarem de algo! - Disse ela se retirando em seguida.
E de repente, éramos apenas nós dois no quarto e o meu coração acelerou.
A presença forte de Christian fez com que eu apertasse o jeans da minha calça enquanto eu buscava palavras corretas na minha mente para o contar.
Eu então, respirei fundo e me sentei na maca, o vendo se aproximar.
—Senhor Müller, eu tenho algo importante a dizer! - Falei com a voz fraca o vendo com a atenção sobre mim. Eu então, respirei fundo e continuei. —A um mês atrás, na sky pub, nós nos conhecemos e...
Um suspiro forte me interrompeu.
—Você finalmente se lembrou? - Perguntou Christian, tirando o celular de dentro do bolso, me exibindo um vídeo.
O vídeo da briga com Linda e Henri.
—Então era verdade...- Resmunguei baixo o vendo me olhar e arquear uma sobrancelha.
—Do que está falando?
—Nós dormimos juntos naquele dia e não usamos proteção. Eu estou grávida.
Assim que falei, o olhar dele não pareceu surpreso. Christian apenas respirou fundo e confirmou com um aceno de cabeça.
— Você sabia, né? — perguntei, hesitante. — Sabia o tempo todo que eu era… eu.
— Eu sabia. — Sua voz era baixa, mas firme. — Mas não imaginava que o destino ia nos aproximar de novo.
De repente o silêncio se instalou sobre nós brevemente.
— Ivy — Christian chamou, sua voz voltando ao tom sério. — Isso não muda nada entre nós. Você precisa do dinheiro, eu preciso da noiva, e agora… você espera um filho meu. Assim que a criança nascer...
—Certo, senh...- Hesitei em continuar a falar, corrigindo minha frase. —Pode deixar Christian. Obrigada por entender o meu lado.
Ele sorriu fraco e nós nos viramos para irmos até a porte. E antes de passarmos pelo arco, uma movimentação veio pelo corredor e Christian colocou o braço me impedindo de sair e ser acertada.
Quando olhei para a cena, estavam empurrando uma maca para o centro cirúrgico e de repente, uma sensação estranha percorreu a minha espinha. Minha atenção se voltou imediatamente para uma figura familiar no meio da confusão.
A médica da minha avó. Assim que ela me viu, ela gritou.
— Ivy! Não temos mais tempo! Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance!
Minha respiração falhou.
O pânico me atingiu com força total, como se uma marreta tivesse esmagado meu peito.
— Vó! — Gritei, empurrando o braço de Christian para ir atrás.
Os médicos entraram dentro do centro cirúrgico, conversando sobre termos que eu não fazia ideia do que significavam. Minhas vistas estavam turvas e as lágrimas começaram a cair sem permissão.
Ameacei entrar junto e então a médica me impediu.
—Desculpa Ivy, você não pode entrar! - Disse ela me olhando nos olhos. —Eu sinto muito querida. Aguarde aqui fora que já eu trago notícias.
Assim que ela falou, segurei as mãos dela com firmeza.
—Por favor, doutora. Salvem a minha avó!

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