O dia havia amanhecido e como eu precisava de mais alguns dias em casa, Christian pediu para que eu obedecesse às regras médicas.
Como a governanta havia ido embora e graças aos céus por isso, Amanda resolveu passar o dia comigo me fazendo companhia, enquanto a nova governanta estava sendo treinada, junto a algumas outras funcionárias da casa.
Eu estava no quarto enrolada nas cobertas, olhando o brilho do sol transpassar pelas cortinas do quarto iluminando todo o lugar.
O dia estava lindo, mas dentro de mim, tudo parecia um grande turbilhão.
Eu estava tão melancólica, quando de repente, Amanda entrou no quarto com um copo de suco e sentou-se na beira da cama, me observando com atenção.
— Você mal saiu da cama hoje — comentou, passando a mão nos meus cabelos em um gesto carinhoso.
Suspirei pesadamente e sentei-me devagar, abraçando meus próprios joelhos.
— Só estou cansada — murmurei.
— Cansada ou perdida? — Ela arqueou uma sobrancelha, me analisando com aquele olhar afiado que parecia enxergar através de mim.
Não respondi de imediato. Olhei para minhas mãos, sentindo o peso das perguntas que rondavam minha mente há dias. E então, finalmente, soltei tudo o que estava preso dentro de mim:
— Por que eu?
Amanda franziu o cenho.
— O quê?
Encarei os olhos dela e me sentei na cama, sentindo meu peito apertar.
— Por que ele me escolheu? Por que nos encontramos naquela noite? Por que o destino o colocou no meu caminho?
Amanda soltou um riso baixo e descrente, balançando a cabeça.
— Ivy... você realmente acha que essas respostas importam?
— Importam para mim! — exclamei, me inclinando para frente. — Eu só... eu não sei o que fazer. Algo dentro de mim não me deixa simplesmente ir embora. É como se eu precisasse dele... da mesma forma que sei que ele precisa de mim.
As palavras saíram antes que eu pudesse sequer processá-las direito.
Amanda me observou em silêncio por alguns segundos, depois desviou o olhar para a escrivaninha, onde estava o convite para o concerto.
— E com certeza isso não é culpa do bebê, não é? — completei em um sussurro, vendo Amanda respirar fundo e sorrir.
— Você quer um conselho de amiga, Ivy?
Assenti devagar. Ela então se ajeitou na cama e tocou minha mão.
— Feche os olhos.
Hesitei por um instante, mas obedeci.
— Agora respire fundo.

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