Christian Müller -
Ivy havia saído para encontrar Amanda sobre meu pedido.
Eu e Mark estávamos vigiando algumas empresas de longe. Ouvindo a ideia de Mark, decidi fazer um stand dos novos produtos da minha empresa, para termos uma aceitação melhor no mercado.
Como envolvia muita gente poderosa, cheia de esquemas e ambições, decidi deixar Ivy longe de problemas e ir sozinho a essa reunião.
E então, a tão esperada mensagem chegou ao meu celular.
“Encontre-nos no Sky Pub para acertarmos os detalhes”. Disse Jonathan me avisando.
O dia já havia sido longo, e agora, sentado naquela sala privada no bar, eu aceitava um copo de uísque enquanto escutava Jonathan e seu pai, Jack, falarem sobre o evento. O espaço que eu queria para o stand da nova coleção de móveis era estratégico, e Jonathan tinha a influência necessária para facilitar isso.
Mas, como eu já esperava, tudo tem um preço.
De repente, a porta foi aberta e mais uma pessoa entrou por ela. Era Richard, o Homem que até meses atrás queria ser meu sogro, agora queria fazer uma torta com os meus ingredientes secretos. Ou seja: Ele queria de todo jeito, se aproveitar da oportunidade de me ter em suas mãos.
Richard soltou uma gargalhada forçada e se sentou ao meu lado, se servindo da bebida mais cara daquele lugar, me encarando com um olhar arteiro.
— A nós. Eu espero que possamos deixar o pessoal de lado e trabalharmos juntos. Não deu certo para que eu fosse seu sogro, mas posso ser seu sócio, dando mais de setenta por cento do investimento. —Disse ele me estendendo o copo para brindarmos.
Soltei um riso baixo, girando o copo em minhas mãos antes de encará-lo.
— A troco de quê?
A pergunta fez todos ali rirem, mas eu não achei graça. Ninguém doa tanto sem nada em troca.
Richard, então, se inclinou levemente para frente, apoiando os cotovelos na mesa.
—Como você vu na pasta de informações, eu investirei setenta por cento no seu projeto. Você só precisa dar uma mesa na sua empresa para um funcionário meu cuidar desse projeto. Só isso.
Inclinei a cabeça para o lado, estudando-o.
— Quem é o funcionário? - Perguntei arqueando uma sobrancelha.
O sorriso de Richard se alargou.
— Você é esperto, Christian. — Ele tomou um gole do uísque antes de continuar. — E sabe muito bem quem é.
Meu maxilar ficou tenso. Claro que eu sabia.
E a questão agora era decidir se esse jogo valia a pena para mim.
Respirei fundo, levando o copo de uísque aos lábios, apenas para ganhar tempo. Minhas opções eram limitadas. O stand no evento era crucial, a licitação abriria portas para novos contratos e a filial consolidaria meu nome no mercado de luxo.
Mas permitir Andressa dentro da minha empresa?
Abaixei o copo, encarando-o com frieza e então, soltei um respiro profundo.
— Não sou um homem que aceita pouco, Richard. Se você quer que sua filha tenha um espaço na minha empresa, vai ter que entregar muito mais do que isso.
— Eu estou te oferecendo um investimento milionário.
— E eu estou dizendo que não é o bastante.
Jack e Jonathan ficaram em silêncio, apenas observando a jogada de poder entre nós dois.
—Como estou?
—Bem! Muito bem! - Respondeu Richard, fazendo os outros sorrirem. Eu então me levantei e estendi a mão para ele.
—Feito! Mande as documentações para a minha assistente. - Falei me retirando e seguida.
No caminho para casa, pensei em tirar a gravata, mas quis saber se eu estava mesmo certo. Assim que cheguei em casa e passei pelas portas, vi Ivy perto do sofá, prestes a subir.
Assim que ela me viu, seus olhos foram diretos para a gravata e então, seu semblante se fechou.
Ela subiu as escadas sem dizer uma palavra e eu fui atrás dela.
Assim que abri a porta do quarto dela, a vi me olhar com os olhos escurecidos me fazendo rir.
—Você sabe, não é? Sabe quem me deu isso? - Perguntei a vendo virar o rosto.
—Isso não é problema meu! - Disse ela com mau humor e então fui até ela e peguei as mãos dela fazendo ela tocar na gravata.
—Tire! - Ordenei.
—O quê? - Perguntou ela soltando um riso desacreditado.
—Tire e jogue no lixo. E entenda que esse tipo de coisa pode acontecer com frequência, mas você precisa estar ciente de que só há você na minha vida. Se quiser ficar ao meu lado, não deve cair nessas armações e deve confiar em mim.
—Só me responda uma coisa...Ela estava com você? - Perguntou ela tirando a gravata do meu corpo a jogando no chão.
—Não. E mesmo que ela estivesse lá, saiba que Andressa é insignificante para mim.

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