Assim que ouvi as palavras de Christian, meu olhar se fixou no dele, tentando decifrar o que realmente queria me dizer.
Eu senti como se tivesse algo a mais por trás disso. Como se ele estivesse me polpando de alguma coisa. E foi então que me lembrei das palavras dele na noite do teatro.
“Eu estava mesmo disposta a aguentar aquilo para estar ao lado dele”?
Soltei um suspiro pesado, sentindo um aperto no peito. Dei um passo à frente, reduzindo a distância entre nós, meus olhos ainda presos aos dele.
Christian abriu um sorriso ladino, aquele que sempre me fazia perder o fôlego, e ergueu a mão para tocar meu rosto. Seu toque era quente, reconfortante, mas também me deixava vulnerável.
— Foi por isso que você ficou assim? — sua voz saiu baixa, como se apenas eu devesse escutar.
Fechei os olhos por um segundo antes de soltar o ar preso em meus pulmões.
— Eu a vi comprar essa gravata... — minha voz saiu mais suave do que eu esperava. — E ela me provocou.
Os dedos dele traçaram um caminho leve pela lateral do meu rosto, até a linha do meu maxilar, antes de descerem lentamente pelo meu pescoço. Um arrepio percorreu meu corpo, mesmo assim, continuei a falar.
— Eu tive medo de que tudo o que tivemos… — hesitei, minha garganta se fechando com a insegurança que tentava me dominar.
De repente, Christian diminuiu a distância que havia entre nós.
— Tudo o que tivemos? — Ele repetiu, estreitando os olhos. — Então você também concorda que temos algo agora?
Minha respiração ficou presa na garganta.
Os dedos dele ainda estavam no meu rosto, acariciando minha pele com aquele toque que me fazia perder o fôlego.
— Temos algo — murmurei, mantendo meu olhar no dele. — Mas vamos deixar as coisas irem com o tempo. Como você mesmo disse uma vez, oito meses agora ainda é muito tempo.
Christian franziu as sobrancelhas, soltando um riso curto e desacreditado. Então, tirou as mãos do meu rosto, guardando-as nos bolsos da calça.
— Senhora Müller… — Ele inclinou a cabeça, me analisando como se eu fosse um enigma que ele precisava decifrar. — Esquece um ano a partir de agora. Se esse relacionamento for verdadeiro para nós dois, não temos mais que limitar ele, certo?
Pisquei, surpresa. Meu coração acelerou.
Ele estava mesmo querendo dizer isso?
Eu o observava em silêncio, tentando entender se aquilo era um impulso momentâneo ou se ele realmente estava disposto a ir além.
Antes que eu pudesse processar completamente, Christian se aproximou de novo e, sem aviso, agarrou minha cintura.
Um pequeno suspiro escapou dos meus lábios quando ele me puxou contra ele, meus pés quase saindo do chão ao ficarem sobre os dele.
Ele me prendeu ali, suas mãos grandes e firmes segurando minha cintura, seu olhar cravado no meu.
— Não se preocupe. — Ele suspirou. — Vamos… namorar. Vamos nos conhecer mais e viver tudo no seu tempo. Eu estarei aqui para você.
Meus lábios se entreabriram, mas nenhuma palavra saiu.
Eu então o dei um selar e me afastei.
—Christian eu...estou cansada. Podemos nos falar amanhã? – Perguntei o vendo dar um passo para trás, tirando os sapatos com calma.

Verifique o captcha para ler o conteúdo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casamento Secreto com o meu Chefe