Casamento Secreto com o meu Chefe romance Capítulo 46

O ar dentro da sala de reuniões estava carregado. Eu sentia os olhares sobre mim, analisando cada passo que eu dava enquanto levava a jarra de água até a mesa. Mas nada me incomodava mais do que o sorriso venenoso de Andressa.

Ela se inclinou ligeiramente na cadeira, cruzando as pernas com ares de superioridade, e então abriu a boca:

— Querida, poderia me trazer um café sem açúcar, por gentileza? – Disse ela com aquela voz que me causava ânsia.

Minha respiração travou.

Por um instante, pensei ter ouvido errado. E ao encará-la, percebi que seu pedido era intencional. Ela queria me reduzir a uma simples serviçal, bem ali, diante de todos.

Engoli a raiva que queimava dentro de mim, sentindo meu sangue ferver.

Meu trabalho ali não era servir café. Eu não era copeira, era assistente de Christian. E ela sabia disso.

Minha mandíbula travou, mas antes que eu respondesse, a voz firme e gelada de Christian cortou o ambiente:

— Se quer café, vá e pegue. Ivy não é sua empregada. – Disse ele a olhando com frieza.

Assim que cheguei à copa, soltei um longo suspiro, tentando conter a irritação que fervia em meu peito. Peguei a cafeteira e comecei a preparar as xícaras, mas minha mente não parava.

Andressa queria me provocar, queria me desestabilizar. E, pior, ela queria marcar território.

Não demorou muito para que eu estivesse de volta à sala, equilibrando a bandeja com as xícaras. Mantive minha postura impecável, meu rosto sereno e fui colocando o café à frente de cada um.

Comecei por Richard, depois os outros dois empresários e por fim, Andressa.

Ao entregar a xícara dela, seus olhos brilharam com um tom vitorioso.

— Que querida você é, Ivy. Sempre tão prestativa.

Antes que eu pudesse responder, a voz fria e cortante de Christian ecoou pelo ambiente.

— Ela não está aqui para servi-los. E, a propósito, sugiro que passemos logo ao que interessa. Meu tempo é valioso.

A postura de Andressa endureceu.

— Mas que mau humor, Christian, você costumava ser mais educado. – Disse Andressa, ironizando.

Ele não piscou. Apenas a encarou, impassível.

— Eu costumava ter mais paciência — rebateu Christian, sem nenhuma emoção.

O clima na sala esfriou de imediato. Os outros dois empresários fingiram estar ocupados mexendo nos papéis, enquanto Richard apenas soltou um riso seco, como se soubesse que aquilo era um embate antigo entre os dois.

Andressa cruzou as pernas e apoiou o queixo na mão, me olhando de soslaio antes de se virar para Christian.

— Bom, então vamos direto ao ponto, já que você quer tanto economizar tempo. Quero saber onde será minha mesa.

O olhar de Christian endureceu ainda mais. Ele reclinou-se na cadeira, observando-a com um desprezo contido.

— Não terá uma mesa — disse, simples e direto.

O rosto de Andressa se contraiu por um segundo, mas ela rapidamente recuperou a pose.

— Como assim? Meu pai investiu pesado. Eu sou sócia agora.

— Sócios de verdade trazem algo de valor para a empresa. Até agora, tudo o que vi foi um nome no contrato.

Richard pigarreou, tentando evitar um confronto maior.

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