Ivy Hunter -
O dia amanheceu e com ele, a minha rotina de volta.
Acordei, me arrumei, tomei café, me despedi da tia Meire e fui par ao trabalho.
Assim que cheguei na empresa, respirei fundo antes de atravessar as portas de vidro. O dia mal havia começado e eu já sentia que precisaria de uma dose extra de paciência.
—Bom dia Ivy! – Disse Andressa com aquele maldito sorriso vencido.
Eu a olhei revirando os olhos e dei espaço para que ela entrasse no elevador.
—Bom dia! – Respondi mínima, e me sentindo obrigada, a final, havia mais pessoas entrando e eu não poderia ser rude com ela.
O cheiro do perfume forte e enjoativo dela invadiu o espaço e seu sorriso malicioso surgiu no instante em que nossos olhares se cruzaram. Ela apertou o botão do andar e se posicionou ao meu lado, ajeitando os cabelos como se quisesse chamar minha atenção.
— E aí, senhorita Hunter, já comprou seu vestido para o baile de máscaras? — perguntou ela, com uma expressão de pura provocação. — O meu será vermelho e como tradição, é o vestido da noiva.
As poucas pessoas dentro do elevador começaram a murmurar e eu soube exatamente o que Andressa queria fazer. Plantar a dúvida, fazer as pessoas falarem sobre Christian e ela.
Sobre um passado que já não existia mais, mas que ela insistia em tentar ressuscitar.
Me virei para ela com um sorriso sereno, sem demonstrar um traço de irritação.
— Que coincidência — murmurei. — O meu também, só não sei o modelo, mas confio no bom gosto do meu marido!
O silêncio foi imediato. Andressa piscou, claramente não esperando essa resposta. Quando as portas do elevador se abriram, saí sem olhar para trás, deixando-a sem reação.
Ao chegar na minha sala, vi Christian conversando com alguém pelo telefone. Ele gesticulava e parecia nervoso. Coloquei minhas coisas no lugar e fui até a cafeteria pegar um café para ele como de costume, voltando em seguida.
Assim que entrei na sala dele, nossos olhos se encontraram. Christian estava sentado à cabeceira da mesa, imponente e focado nos documentos à sua frente. Seus traços firmes e a postura dominante faziam com que ele se destacasse entre todos daquele prédio.
Me aproximei mantendo a postura e me inclinei, colocando a xícara sobre a mesa.
—Christian, eu trouxe um café!
Christian ergueu o olhar para mim e o canto de sua boca ameaçou um sorriso. Pegou a xícara, mas antes que eu me afastasse, sua mão segurou meu pulso, quente e firme, um toque que me fez prender a respiração.
— Como foi sua manhã, senhora Müller? — Seu tom era carregado de algo que apenas eu podia perceber. – Ele sabia disso.
Pisquei lentamente, sustentando seu olhar. É claro que ele sabia. Christian sempre sabia de tudo.
Inclinei a cabeça levemente e sorri.
— Bastante… interessante.
—Isso foi decidido de última hora, por isso não te avisei. Espero que nada disso nos afete mais. – Disse ele, mostrando segurança e então, um sorriso surgiu em seus lábios. —Ainda bem que escolhi seu vestido então… vai ser uma noite memorável.
Disse ele tocando o meu queixo e de repente, alguém bateu na porta.
—Senhor Müller, poderia vir aqui um instante? – Disse ele olhando a pessoa na porta, mas mantendo-se bem perto e com a mão no meu rosto.
Mas assim que cheguei à porta, meu corpo congelou.
Meus olhos foram direto para ele.
Christian estava dentro da sala e ver com quem ele estava fez meu estômago se revirar.
Ele e Andressa estavam tão próximos.
O corpo dela pressionava contra ele e suas mãos tocavam seu peito como se ele a pertencesse.
Então eu vi. Seus lábios se tocando.
O nó na minha garganta estava tão forte que mal conseguia respirar. Dei as costas e saí de lá, parando de andar somente depois de sair da empresa.
Meus olhos estavam marejados e quase eu não consegui enxergar. De repente esbarrei em alguém o ouvindo chamar meu nome.
— Ei, Ivy? — Mark segurou meus ombros, parecendo confuso. — O que…
Mas eu não parei.
Saí de lá sentindo a brisa da noite tocar o meu rosto e sai andando sem olhar para trás. Eu precisava esfriar a cabeça, ou eu acabaria fazendo uma loucura.
Mas não havia nada a ser feito. Estava lá. Eu vi com meus próprios olhos. Eu mal podia esperar pela desculpa que Christian daria dessa vez,

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