Ivy Hunter –
Meus olhos estavam nele.
O homem que tantas vezes me tirou do eixo, que me fez sentir tanto em tão pouco tempo.
Agora estava aqui, bem na minha frente se declarando.
Cansei de fugir. Não vou mais esperar.
Meu peito subiu e desceu em um suspiro contido antes que eu tomasse a única decisão que fazia sentido para mim.
Me joguei nos braços dele, encostando minha cabeça em seu peito enquanto seus braços me apertavam com força. Como se fosse impossível me deixar ir.
Fechei os olhos, sentindo seu cheiro, sua presença, sua segurança.
Christian era rude, implacável, impiedoso com o mundo. Mas comigo… comigo, ele era meu lar.
Senti a mão dele afanar meus cabelos e então, levantei meu olhar, encontrando o dele.
— Posso mesmo te amar? — Minha voz saiu como um sussurro, carregada de tudo o que eu sentia.
Os lábios dele se curvaram em um riso baixo e rouco e sua mão veio até minha bochecha, acariciando meu rosto com uma ternura que só ele sabia esconder tão bem.
Meu coração saltou, e antes que eu pudesse responder, ele me puxou para um beijo.
Firme. Profundo. Denso como tudo o que sentíamos.
Eu retribuí sem hesitar, minhas mãos se agarrando ao seu paletó como se eu pudesse ancorar tudo o que estava sentindo naquele instante.
Mas então, ele se afastou abruptamente.
Suas sobrancelhas franziram quando senti algo sendo puxado do bolso do meu blazer.
Um papel.
O papel.
O ultrassom.
Meus olhos se arregalaram enquanto eu via Christian desdobrá-lo lentamente. Seus olhos percorreram as palavras atentamente enquanto em seu semblante, mostrava a seriedade.
E então, ele parou.
O silêncio foi quebrado pelo som sutil de sua respiração prendendo no peito.
Os olhos dele vieram para mim, marejados.
— Um menino, Ivy? — Sua voz veio baixa, como se ele estivesse processando. Como se ainda não acreditasse.
Minha boca abriu para responder, mas antes que eu pudesse, ele já me envolvia em seus braços novamente.
—Eu ia contar de forma mais especial...- Murmurei levando os olhos para ele o vendo ainda sem reação.
Ele se aproximou novamente e me abraçou, mantendo o queixo em cima da minha cabeça.
— Você realmente acha que algo pode ser mais especial do que isso? — A voz dele saiu baixa, profunda, carregada de uma emoção contida.
Me afastei o suficiente para ver seu rosto.
E então, eu vi.
Aquele homem que sempre foi feito de pedra, de frieza e controle absoluto… ele estava vulnerável.
E então, apertou minha mão contra os lábios, mantendo seus olhos fixos nos meus enquanto se levantava.
— Você já é minha. Só estou tornando isso oficial para nós dois e todo o universo. Ivy, quero você como a senhora Müller no baile amanhã. Que todos a vejam e te respeitem como a minha mulher.
Um arrepio percorreu minha espinha.
Não era um pedido. Era uma afirmação.
Respirei fundo, intercalando o olhar entre meu dedo e os olhos dele, vendo-o me olhar como se esperasse que eu dissesse algo.
Eu sorri. Não foi nada extravagante, foi genuíno.
—Christian... – Falei levando a mão até o rosto dele o tocando. No instante em que o acariciei, os olhos dele se fecharam e ele maneou a cabeça para o lado, se aprofundando na minha carícia.
Eu então respirei fundo e sorri quase inaudível.
—Desculpa me precipitar, eu não sei o quanto isso vai soar cafona ou desesperador para você. Talvez você tenha ouvido de outra mulher e não acreditasse nisso, mas... – Ele abriu os olhos, notando o meu nervosismo e então, soltou um riso.
—Fale como quiser. Tem outras palavras caso esteja com vergonha de falar. Tipo, a lua está bonita, você me completa, se cuida, não saia do meu lado, não fuja de mim...- Eu então o interrompi.
—Eu te amo! – Falei o vendo congelar. —Eu queria que esse momento ficasse gravado para sempre em mim. Assim como seus beijos, seus toques, seu cheiro. Eu definitivamente sou louca por você por completo Christian. E ter você, esse bebê, depois de tudo o que passei é como se a felicidade tivesse me abraçado de volta.
Assim que falei, tomando coragem de expor meus verdadeiros sentimentos, Christian se aproximou e me beijou.
Um beijo calmo, suave, mas ao mesmo tempo, me fazendo entender suas entrelinhas.
Havia sentimentos, havia emoção e a resposta que eu queria ouvir. A reciprocidade em tudo.
Christian nos separou e colou nossas testas, mantendo os olhos fixos em mim.
—Confie em mim Ivy. Eu prometo que nada e nem ninguém atrapalhará a gente.

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