Christian Müller –
Mark havia combinado uma reunião ente nós dois para acertarmos algumas coisas.
Eu estava saindo da sala com ele depois de acabarmos a nossa conversa e quando passei pela porta, meu peito congelou.
— Ivy! — Minha voz ecoou pelo andar, imponente, autoritária, carregada de fúria e desespero.
Corri até ela e me abaixei ao lado dela em um instante, pegando-a no colo.
Meu olhar percorreu cada centímetro do seu corpo, buscando qualquer sinal de dor, qualquer indício de que algo estivesse errado.
—Christian... - A forma como sua respiração saiu trêmula, a maneira como suas mãos foram direto para a barriga... Eu sabia que não estava.
Meus dentes rangeram, minha mandíbula ficou tensa.
Me virei ao redor e vi os olhares assustados, culpados, mas o olhar de Bianca já a entregava.
—Você tem noção do que acabou de fazer? – Perguntei tentando me segurar, mas primeiro Ivy.
—Senhor...foi sem... – Eu não dei espaço para que ela respondesse.
—Cale-se! Eu não te autorizei falar. – Falei tentando me conter, mas não consegui. Eu a encarei sentindo meu corpo arder como brasas quente. —Pegue as suas coisas e saia daqui antes que eu faça algo grave com você. Eu jamais vou aturar esse tipo de comportamento na minha empresa, ainda mais com a minha esposa!
Assim que me virei para sair, com Ivy em meus braços, os burburinhos começaram. As pessoas nos corredores pararam para olhar, mas eu não me importei.
Eu não me importo com ninguém. Apenas com ela.
Com passos firmes, entrei na minha sala, colocando-a cuidadosamente no sofá.
—Você está bem? – Perguntei a olhando. Ivy assentiu, mas seu semblante era de desconforto.
Peguei o telefone no mesmo instante, discando o número da recepção.
—Mandem o médico da equipe aqui e agora! – Ordenei ente dentes, soltando o ar dos meus pulmões com irritação, passando as mãos nos meus cabelos em seguida.
Ivy tentou se mover, mas meu olhar bastou para que ela desistisse.
— Não se mexe! — Ordenei, deixando minha voz soar fria, mas não foi minha intenção.
Ela tentou se mover apenas para se ajeitar e um resmungo foi ouvido. Na hora, me abaixei até ela, me mostrando preocupado.
—Ivy, aonde dói? O médico já está a caminho, aguente só mais um pouco. – Falei sentindo um desespero enorme. Se alguma coisa acontecesse com o meu filho ou com a minha mulher, eu não perdoaria.
Poucos segundos depois, o médico passou pela porta já encontrando o meu olhar sobre ele e então, ele começou a examiná-la.
O silêncio na sala era sufocante.
O som do monitor ecoou quando o aparelho tocou sua barriga. Eram os batimentos do bebê.
Forte.
Regulares.
Minha respiração voltou ao normal.
—Senhorita Hunter, sente alguma coisa? Alguma dor no abdômen, fisgada, dor nas costas ou que tem algo saindo?
—Senhora Müller! – Falei vendo o médio me olhar confuso.
—Perdão? – Perguntou ele, tirando o estetoscópio do ouvido.
— O filho que ela espera é o meu filho.
Parei por um segundo, absorvendo os olhares assustados ao meu redor.
— E vocês não fazem ideia do quanto ela aguentou calada. Os olhares. Os cochichos. As malditas provocações.
Me inclinei levemente para frente, minha voz caindo para um tom baixo, perigoso.
— Mas hoje, isso acabou.
Deixei o silêncio pesar antes de finalizar:
— Se eu souber que alguém ousou desrespeitar minha mulher mais uma vez, eu não serei tão complacente. Assim como Bianca, eu não hesitarei em mandar outro para o olho da rua. – Falei encarando Andressa do outro lado do corredor, que me olhava como se apreciasse o espetáculo.
Eu então, respirei fundo mantendo meus olhos nos dela e continuei a falar.
—Seja quem for!
Me virei, voltando para dentro da sala. O médico já havia juntado as coisas e estava prestes a sair, quando me viu e deu alguns t***s no meu ombro.
—Christian, parabéns pelo bebê.
—Obrigada doutor. – Respondi o vendo sair. Assim que a porta foi fechada, meus olhos foram até Ivy que me olhava com um semblante de preocupação.
—Christian e agora? Sua família, a empresa, meu trabalho...? – Perguntou ela, passando a mão no rosto, evitando me olhar.
Soltei um suspiro e fui até ela, encarando-a com seriedade.
—Do que está com medo, Ivy? Eu não me importo com os outros. E você? O que realmente está te afligindo? – Perguntei me aproximando dela, segurando-a no queixo a obrigando me olhar. —Senhora Müller, seu único trabalho é me amar. Você me ama e eu te dou o mundo. Consegue fazer isso?

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