Laura Stevens -
Naquele isntante, eu fiquei completamente em choque.
— O quê? - Perguntei desacreditada.
Christian me encarou como se tivesse acabado de dar uma ordem inquestionável. E então, ele repetiu:
— Pegue suas coisas e venha comigo.
Minha mente congelou.
— Eu não posso! — A frase saiu sem que eu pensasse e os olhos dele se estreitaram.
— Não pode? — Christian repetiu, com a voz carregada de incredulidade. — Você pensava em simplesmente ir embora depois de eu te ajudar?
Eu engoli em seco, mantendo meus olhos nele.
— Primeiro, meu filho e o tratamento. Depois, eu sigo com a minha vida normalmente. O que tem de errado nisso? - Perguntei o vendo vincar as sobrancelhas.
O silêncio durou um segundo a mais do que deveria. Um segundo que me fez perceber o erro que cometi.
Então, do nada, um impacto seco.
Christian acertou um murro na mesa. O som ecoou pelo restaurante e meu corpo inteiro se encolheu com o susto.
Alguns olhares vieram sobre nós com curiosidade, mas a ver que nada mais aconteceu, se dispersaram.
Christian me encarou com algo sombrio nos olhos, algo que nunca tinha visto antes. Sua mandíbula estava travada e os punhos ainda fechados sobre a mesa.
— Você acha que eu sou otário? — A voz dele veio baixa, mas carregada de fúria contida.
Eu abri a boca, mas não consegui responder. Ele então, continuou a falar.
— Você me fez acreditar que eu tinha perdido tudo. Você me fez seguir em frente com um buraco dentro de mim. E agora, quando eu descubro a verdade, você quer simplesmente… ir embora?
Meu corpo congelou por completo.
—N-Não sei do que você está falando. – Falei o vendo sorrir, sem humor.
—Não sabe? – Perguntou ele entre dentes, forçando os punhos enquanto olhava para os lados para ter a certeza de que ninguém nos observava. —Eu vou refrescar a sua mente. A quase seis anos atrás, houve um acidente. Um carro, uma mulher grávida, um corpo carbonizado. Ao menos foi assim que decidiram, mas você está aqui na minha frente agora. Por que nunca mais voltou?
Quando ele perguntou aquilo, meu mundo desabou.
Senti a fúria dele, com aquelas palavras em um temperamento controlado, mas eu o conhecia bem. Eu sabia que, no fundo, ele estava queimando de ódio por mim.
Eu precisava dar um jeito.
—Senhor Müller, eu não sei do que... – Fui interrompida por ele. Christian prendeu o punho fortemente, forçando contra a mesa.
—Chega de mentir. Você veio até mim, não porque tenho conexões e sim porque você não sabe mais o que fazer. Você sabe que eu sou o único que pode te ajudar. Então, ao menos me diz a verdade. Por que você sumiu?
Naquele momento, minhas lágrimas começaram a cair, mas eu rapidamente as sequei.
— Não era para ser assim. Eu não tive escolha... — sussurrei.

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