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Casamento Secreto com o meu Chefe romance Capítulo 83

Christian Müller –

Laura pegou a pasta, hesitou por um momento e por fim, assinou.

Quando ela a devolveu para Mark, ele apenas assentiu e se afastou, mas eu continuei ali, observando cada pequeno movimento dela.

Ela não ousava me encarar.

Seu olhar estava fixo na UTI, onde Nathan estava cercado por médicos e máquinas que piscavam e apitavam em um ritmo constante. Eu podia ver a tensão em seus ombros, o jeito como suas mãos tremiam levemente ao lado do corpo.

Ela estava quebrada.

Mas não tanto quanto eu.

— Finalmente parou de fugir. — Minha voz cortou o silêncio.

Laura fechou os olhos por um instante antes de se virar para mim.

— Eu nunca fugi.

Soltei uma risada baixa e sem humor, cruzando os braços.

— Não? Seis anos, Laura. — Minha voz estava fria, controlada. — Você desapareceu, levou o meu filho com você… E tem a coragem de dizer que não fugiu?

Ela abriu a boca, mas nada saiu.

— Eu… — engoliu em seco. — Eu fiz o que achei que era certo.

— O que era certo? — Repeti, deixando a incredulidade escorrer das palavras. — Me tirar da vida dele era o que era certo?

Ela desviou o olhar, incapaz de responder.

Ótimo.

Passei a mão pelos cabelos, respirando fundo antes de me aproximar mais um passo.

— Escuta bem, Laura. — Minha voz saiu baixa, mas firme. — Você perdeu o direito de decidir qualquer coisa. Nathan é meu filho. E eu não vou permitir que você o afaste de mim novamente.

Ela apertou os lábios, tensa.

— Eu nunca quis afastar vocês dois…

— Mas afastou. — Cortei sem piedade. — E agora é tarde demais para tentar justificar.

Ela não disse nada. Não havia nada que ela pudesse dizer.

O som da porta se abrindo interrompeu a tensão entre nós. Os médicos entraram e, sem mais uma palavra, desvie o olhar dela.

— Senhor Müller, fizemos os primeiros exames. O quadro dele é estável, mas precisamos transportá-lo para a UTI pediátrica.

— Vocês têm tudo o que precisam? — Perguntei.

— Sim. Ele ficará sob os melhores cuidados.

Assenti e me virei para Laura.

— Vamos.

Ela hesitou.

— Eu quero ficar com ele.

— E vai. — Respondi sem paciência. — Mas vai fazer isso sob as minhas condições.

Ela me encarou por um longo segundo. Eu vi a luta interna nela, o impulso de discutir, de me desafiar.

Mas, no final, ela apenas baixou os olhos e suspirou.

Uma enfermeira veio até nós e informou que nas primeiras vinte e quatro horas, Nathan ficaria sozinho. Descemos para a recepção do hospital e Laura pegou o celular para ligar para Edward.

— Preciso de um hotel e das minhas malas, Ed, por favor. — Disse ela, com a voz carregada de cansaço.

Fiquei observando em silêncio enquanto ela ouvia a resposta do outro lado da linha. Então, seus ombros caíram levemente.

— Como assim não tem nenhum disponível? Eu preciso de um lugar para ficar, Edward.

Revirei os olhos, tirando o celular de sua mão e levei até o meu ouvido.

Ela piscou algumas vezes, a respiração descompassada.

— Eu… não posso… - Eu a interrompi.

— Pode. E vai.

Subi as escadas sem olhar para trás. Eu sabia que Laura estava parada lá embaixo, atordoada, tentando absorver tudo.

Ela voltara. Não por vontade própria, mas voltara. E agora, não havia mais como escapar.

Fui até o meu quarto e abri o closet, pegando uma camiseta para ela se trocar. Assim que me virei, Laura veio até mim me encarando com um semblante exausto.

— Christian... Não tem outro quarto? — Ela perguntou, a voz um pouco trêmula.

Fechei os olhos por um instante antes de me virar e a encarar.

— Você sabe a resposta.

Ela apertou os lábios, visivelmente desconfortável.

— Christian…

— Laura ...

— Isso não é justo. - Disse ela.

Soltei um riso baixo, mas sem humor.

— Justo? Quer falar sobre ser justa agora?- perguntei a vendo respirar fundo.

— Por que você está fazendo isso?

— Porque eu quero que você sinta na pele o que me fez passar. - Falei a vendo se aproximar mais de mim, ficando a poucos centimetros de distância.

—Até quando vai fazer isso?

—Até eu decidir.

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