Christian Müller –
Laura pegou a pasta, hesitou por um momento e por fim, assinou.
Quando ela a devolveu para Mark, ele apenas assentiu e se afastou, mas eu continuei ali, observando cada pequeno movimento dela.
Ela não ousava me encarar.
Seu olhar estava fixo na UTI, onde Nathan estava cercado por médicos e máquinas que piscavam e apitavam em um ritmo constante. Eu podia ver a tensão em seus ombros, o jeito como suas mãos tremiam levemente ao lado do corpo.
Ela estava quebrada.
Mas não tanto quanto eu.
— Finalmente parou de fugir. — Minha voz cortou o silêncio.
Laura fechou os olhos por um instante antes de se virar para mim.
— Eu nunca fugi.
Soltei uma risada baixa e sem humor, cruzando os braços.
— Não? Seis anos, Laura. — Minha voz estava fria, controlada. — Você desapareceu, levou o meu filho com você… E tem a coragem de dizer que não fugiu?
Ela abriu a boca, mas nada saiu.
— Eu… — engoliu em seco. — Eu fiz o que achei que era certo.
— O que era certo? — Repeti, deixando a incredulidade escorrer das palavras. — Me tirar da vida dele era o que era certo?
Ela desviou o olhar, incapaz de responder.
Ótimo.
Passei a mão pelos cabelos, respirando fundo antes de me aproximar mais um passo.
— Escuta bem, Laura. — Minha voz saiu baixa, mas firme. — Você perdeu o direito de decidir qualquer coisa. Nathan é meu filho. E eu não vou permitir que você o afaste de mim novamente.
Ela apertou os lábios, tensa.
— Eu nunca quis afastar vocês dois…
— Mas afastou. — Cortei sem piedade. — E agora é tarde demais para tentar justificar.
Ela não disse nada. Não havia nada que ela pudesse dizer.
O som da porta se abrindo interrompeu a tensão entre nós. Os médicos entraram e, sem mais uma palavra, desvie o olhar dela.
— Senhor Müller, fizemos os primeiros exames. O quadro dele é estável, mas precisamos transportá-lo para a UTI pediátrica.
— Vocês têm tudo o que precisam? — Perguntei.
— Sim. Ele ficará sob os melhores cuidados.
Assenti e me virei para Laura.
— Vamos.
Ela hesitou.
— Eu quero ficar com ele.
— E vai. — Respondi sem paciência. — Mas vai fazer isso sob as minhas condições.
Ela me encarou por um longo segundo. Eu vi a luta interna nela, o impulso de discutir, de me desafiar.
Mas, no final, ela apenas baixou os olhos e suspirou.
Uma enfermeira veio até nós e informou que nas primeiras vinte e quatro horas, Nathan ficaria sozinho. Descemos para a recepção do hospital e Laura pegou o celular para ligar para Edward.
— Preciso de um hotel e das minhas malas, Ed, por favor. — Disse ela, com a voz carregada de cansaço.
Fiquei observando em silêncio enquanto ela ouvia a resposta do outro lado da linha. Então, seus ombros caíram levemente.
— Como assim não tem nenhum disponível? Eu preciso de um lugar para ficar, Edward.
Revirei os olhos, tirando o celular de sua mão e levei até o meu ouvido.

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