Laura Stevens -
O silêncio na sala de espera era quase insuportável.
Eu sentia cada centímetro da presença de Christian ao meu lado.
Ele não falava nada, mas também não precisava. O peso do olhar dele sobre mim já dizia tudo.
E o pior? Eu sentia.
Sentia o calor dele. A intensidade da forma como me observava. A maneira como seus olhos percorriam cada detalhe meu, como se absorvesse minha respiração, minhas expressões, meus pensamentos.
Engoli em seco, desviando o olhar e prendendo o cabelo no alto, tentando ocupar minhas mãos, tentando me controlar. Mas quando ergui o rosto de novo, ele ainda estava me olhando.
Firme. Sério.
Meus dedos apertaram minha calça, e minha respiração saiu mais pesada do que eu gostaria.
— Você pode parar de me olhar assim? — Murmurei, sem encará-lo.
— Assim como?
Fechei os olhos por um instante, sentindo a voz grave dele percorrer meu corpo.
— Como se… como se estivesse lendo cada coisa que passa na minha cabeça.
Pelo canto dos olhos, vi a sombra de um sorriso surgir nos lábios dele.
E então, sem aviso, ele se inclinou para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, a voz baixa e rouca ao falar:
— Talvez porque eu esteja.
Meu coração pulou no peito.
Desviei o olhar para frente, tentando encontrar um ponto de fuga, mas não havia nada.
Só ele.
Só aquela m*****a presença sufocante, quente, intensa…
A verdade era que Christian sempre soube me desmontar. Sempre soube me fazer ceder sem nem precisar tocar em mim.
— Você sempre fez isso. — Minha voz saiu mais baixa do que eu queria.
Ele não hesitou.
— Isso o quê?
Respirei fundo antes de responder:
— Me olhar assim. Como se pudesse me despir apenas com os olhos.
O silêncio se alongou.
E então, ele se recostou no assento, com sua postura ainda dominante, impenetrável.
— E isso te incomoda? – Perguntou ele com um timbre arrastado e baixo, fazendo meu corpo se alarmar.
Balancei a cabeça devagar, tentando recuperar o controle.
— Sim. – Respondi com rapidez o ouvindo sorrir nasalado.
— Mentira.
— O quê? – Perguntei o encarando com surpresa e de repente, o olhar dele prendeu o meu, e sua voz abaixou, cheia de um peso que fez minha pele arrepiar.
— Você sempre gostou disso.
O ar ficou pesado.
Minhas pernas cruzaram instintivamente, e eu me odiei por isso.
A respiração dele estava mais lenta, controlada, mas eu via no olhar que algo nele oscilava. Algo que eu conhecia bem.
—Você me confunde. – Respondi tentando manter minha seriedade, mas Christian se encostou na parede bem próximo ao meu ouvido, me deixando ainda mais sensível.
—Eu não faço isso. Eu sou direto no que eu quero.

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