Christian Müller
Ouvi o barulho da água do chuveiro cessando no andar de cima e um sorriso preguiçoso surgiu no canto dos meus lábios. Voltei para a cozinha em seguida para continuar a preparar o jantar.
Coloquei a ave no forno e comecei a lavar as saladas, enquanto eu bebia um gole do meu vinho tinto favorito. Aquela sensação...Impossível não me recordar de qual foi a última vez que essa casa teve vida.
Abri a camisa pelo calor que eu sentia por estar perto do fogão. Beberiquei novamente a bebida, olhando as luzes acesas em volta.
Ela voltou! – Pensei respirando fundo.
Passos leves ecoaram na escada e em poucos segundos, Laura surgiu no campo de visão. O pijama folgado não escondia a forma do seu corpo, pelo contrário, acentuava certos detalhes de um jeito que me fazia arquear uma sobrancelha.
Ela se aproximou e pegou uma folha de salada, mordendo-a distraidamente. Depois, ergueu os olhos para mim e meu sorriso se alargou.
— Vi que já voltou a se sentir à vontade, senhorita Stevens.
Ela mastigou devagar e arqueou a sobrancelha.
— Não é o que você queria? — Retrucou ela, me provocando.
Soltei um riso baixo, levando a taça de vinho até os lábios.
Quando ela se virou de costas para mim, não contive o olhar. Era involuntário, automático.
Desci os olhos pela curva da sua cintura até o ponto onde o tecido do pijama caía solto, e então murmurei, antes de tomar mais um gole:
— Eu disse… só não imaginava que ia desfilar com essa bunda na minha frente. – Falei deixando minha voz escapar um pouco arrastada.
Laura me olhou de canto e sem aviso, pegou uma folha de salada e enfiou na minha boca.
— Pare de falar bobagens! — Disse ela, estreitando os olhos.
Mastiguei a salada sem pressa, mantendo um meio sorriso enquanto a via revirar os olhos e se explicar:
— Ed só mandou esse pijama na sacola e ele é maior do que sua camisa.
Ela se virou para lavar os vegetais, ajudando no preparo, mas ao se virar para trás novamente, meus olhos ainda estavam presos nela.
Maldição!
— Christian, pare de olhar para a minha bunda e vem me ajudar com a comida! – Disse ela com irritação.
Ergui as mãos em um gesto de rendição e me aproximei.
Assim que alcancei a pia, deslizei para trás dela, deixando meu corpo perigosamente próximo ao seu. Passei os braços por seus lados, colocando as mãos sobre as dela e soltei um respiro forte junto ao seu pescoço.
— Estou ajudando...
Laura ficou imóvel, completamente paralisada. Nem seus dedos e nem seu corpo mexia. Dava para ver o quanto ela reagia a minha presença.
O cheiro dela começou a aguçar meus sentidos; o perfume dos fios de cabelo dela se uniu ao cheiro doce de sua pele, me deixando atiçado.
Laura prendeu a respiração e ao invés de se afastar, permaneceu ali, encostada em mim. Ela sabia que se movesse, poderia ser uma ação muito perigosa para ambos.
E então, a voz dela soou fraca, me atingindo.
— Você sempre foi péssimo em seguir regras.
Aproveitei a brecha, pegando a taça da sua mão e levando até minha boca, bebendo exatamente do mesmo ponto que os lábios dela haviam tocado.
Ela umedeceu os lábios e desviou o olhar, mas não respondeu de imediato. Me aproximei dela e dessa vez, sem deixar espaços entre nós.
— Você está confusa, não é?
Ela prendeu a respiração e um silêncio carregado caiu entre nós.
Desci o olhar para seu pescoço e sem pensar muito, deixei a ponta dos dedos roçarem de leve a lateral de sua cintura.
Laura estremeceu e fechou os olhos.
— Christian… — sua voz falhou levemente. — Isso é um erro…
— Então me manda parar. – Falei a vendo respirar fundo, mas nada saiu de seus lábios.
Laura arquejou, mas não recuou. Seus dedos, que antes seguravam a taça, agora se agarravam ao tecido da minha camisa aberta.
— Você deveria… — sua voz falhou quando meus dedos deslizaram para suas costas, pressionando-a contra mim. — Deveria parar…
— Não foi isso que eu perguntei. – Falei soltando um riso contra sua pele enquanto eu apertava firme a cintura dela, segurando-a com mais força.
— Christian...Você me odeia...- Disse ela, falha.
Desci o rosto até sua orelha, minha respiração quente deslizando por sua pele.
— E você me quer mesmo assim.

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