Laura Stevens –
O hospital estava silencioso naquela manhã.
Entrei no quarto de Nathan carregando uma pequena sacola com roupas limpas e algumas coisas que ele gostava. A enfermeira já estava ali, terminando de dar banho nele no leito, com toda a delicadeza do mundo. Enquanto isso, aproveitei para arrumar sua cama e organizar as coisas ao redor.
— Você está quase pronto, mocinho — falei, lançando um sorriso para ele.
Nathan riu e assim que a enfermeira terminou, eu o ajudei a se vestir com calma, prendendo os botões de sua camisa hospitalar.
Nathan me olhava com atenção, como se estivesse prestes a perguntar algo importante e então, eu o olhei e arqueei as sobrancelhas esperando que ele perguntasse.
— Mamãe… como foi dormir na casa do meu pai?
Minhas mãos congelaram por um instante. Minha mente me traiu, voltando para a noite anterior. Para o toque quente de Christian em minha pele. Para a forma intensa com que ele me puxava para mais perto. Para os suspiros abafados no meio da noite, os lençóis revirados e a tensão ainda impregnada no ar quando a madrugada chegou ao fim.
Engoli em seco, tentando dissipar as imagens da minha mente.
— Foi… foi tudo bem, querido — respondi, tentando soar natural.
Nathan inclinou a cabeça para o lado e estreitou os olhos.
— Você se machucou? – Perguntou ele com seu tom curioso.
Soltei um riso nervoso e neguei com a cabeça.
— Claro que não, por que acha isso?
— Porque você tem um roxo no pescoço.
Minhas mãos instintivamente foram até a região e senti meu rosto esquentar. Meu Deus. Só podia ser uma marca dos beijos de Christian. Fechei os olhos por um segundo, torcendo para que a terra me engolisse.
— Nathan, termine de se vestir — murmurei, desviando o olhar.
Ele riu, mas obedeceu. Respirei fundo e tentei mudar de assunto o mais rápido possível.
— Você não está entediado? O que quer ganhar de presente? Seu aniversário está chegando.
Nathan sorriu largo, mas, mais uma vez, sua resposta me pegou de surpresa.
— Mamãe, podemos nos mudar para cá? Eu quero ficar mais perto do meu pai. A senhora não quer isso? Ele é bonito e te trata bem.
Senti meu estômago revirar.
— Isso não é assunto para você, mocinho — falei, tentando encerrar o assunto ali mesmo.
Foi então que a voz rouca e imponente de Christian soou da porta:
— Filho, já tentei convencer ela, mas sua mãe não quer morar perto do seu pai.
Virei-me na direção dele, o lançando um olhar de repreensão.
— Christian… — murmurei, exasperada.
Christian se aproximou com as sacolas e as colocou ao lado da cama de Nathan. Sua postura sempre tão firme e imponente parecia suavizar um pouco ao encarar o filho, e eu não pude deixar de notar o brilho de satisfação nos olhos dele ao ver Nathan tão animado.
— Trouxe algumas coisas para você — ele disse, tirando um tablet da sacola e entregando ao pequeno. — Você precisa ocupar sua cabeça enquanto descansa.
Nathan arregalou os olhos, pegando o presente com as duas mãos.

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