Christian Müller –
Assim que ouvi o pedido de Nathan, encarei Laura, vendo-a desconcertada.
—Querido, não diga isso. Seu pai vai achar que está falando sério...- Disse ela com um tom de voz fraco e desesperado, indo até ele.
Naquele instante, nos encaramos e então, a voz de Nathan soou enfraquecida.
—Tá bom mamãe, desculpa! – Disse ele, voltando a dar atenção aos brinquedos.
Eu a olhei novamente, vendo-a prender a respiração, erguendo os ombros e então, Laura desviou o olhar ao ouvir seu telefone tocar.
Ela encarou a tela do eletrônico e olhou para Nathan intercalando o olhar entre mim.
—É importante? – Perguntei a vendo assentir e então, soltei um riso para Nathan, indo brincar com ele. —Ei campeão, parece que você gostou mesmo desse, hein?
—Sim papai, você também gosta de vermelho? – Perguntou ele me vendo soltar um suspiro e assentir.
Me aproximei dele lentamente, olhando para Laura, para que ela pudesse ir.
—O meu é preto, mas na minha garagem tem igual a esse.
—Sério? - Nathan perguntou, mostrando seus olhinhos completamente surpresos.
—Sim! – Sorri o respondendo com simplicidade. —Um dia te levarei para andar em todos eles.
—Oba! – Disse Nathan com animação, mas logo seu semblante se fechou. —Antes preciso perguntar para a mamãe se ela deixa. Sabe, não podemos ficar na rua por muito tempo ou corremos o risco de sermos pegos.
Assim que Nathan falou, meu coração se apertou. Minha mente me questionou, aonde eu havia errado para que algo tão grave os acontecesse sob meus olhos?
Respirei fundo e me sentei ao lado dele o olhando fixamente.
—Nathan, me conte uma cosa. O que você sabe sobre esses “Caras maus”? – Perguntei, vendo-o me olhar e encarar a porta, tendo a certeza de que sua mãe não entraria para nos interromper. E então, o pequeno começou a falar, quase que em um cochicho.
—Eu ouvia a mamãe conversar com os tios sobre isso muitas vezes. A mamãe não sabia quem ela era quando acordou. Ela só sabia que tinha uma criança e que deveria cuidar dele. Aos poucos ela foi se lembrando das coisas. Ela dizia que, o meu pai era a pessoa que ela mais amava, mas que obrigaram ela escolher entre você e eu.
Quando ele disse aquilo, senti meu corpo estremecer. Eu não sabia se era de raiva ou outra coisa, mas naquele momento, me senti tão culpado, que eu queria me castigar por isso.
Respirei fundo e o olhei.
—Ela falou o nome desses homens maus? – Nathan balançou a cabeça em negação e então, a porta se abriu atrás de nós.
Laura entrou no quarto e Seu olhar pousou em nós, carregado de desconfiança.
Nathan desviou rapidamente os olhos, voltando a mexer nos carrinhos, como se não quisesse que a mãe soubesse que havíamos conversado sobre isso.
— Sobre o que estavam conversando? — Ela perguntou, sorrindo pálido para Nathan. — Já chega de brincar, querido. Você tem alguns exames para fazer.
Assim que ela terminou de falar, duas enfermeiras entraram no quarto, sorrindo calorosamente para Nathan.
— Vamos fazer um ultrassom para ver como seu novo rim está, campeão — disse uma delas, com a voz suave.
Nathan assentiu com entusiasmo, animado com a atenção.
Aproveitei a distração e segurei o braço de Laura, puxando-a para um canto do quarto.
— Quando você ia me contar? — murmurei, meu tom mais baixo, mas carregado de tensão.
Ela arregalou os olhos por um breve momento, mas logo tentou disfarçar.
— Christian…
— Você foi forçada a escolher entre mim e nosso filho — soltei, ignorando qualquer tentativa dela de desviar do assunto.

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