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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 618

~ NICOLÒ ~

Peguei duas bicicletas velhas do galpão na manhã seguinte. Christian tinha aceitado meu convite para conhecer os vinhedos de perto, e eu estava mais apreensivo do que gostaria de admitir.

Por mais que ele tivesse parecido um cara legal no jantar, ainda era o irmão mais velho e obviamente protetor de Bianca. E depois daquela confusão toda na noite anterior, com minha ex-esposa invadindo e criando aquele clima horrível, eu tinha medo da impressão que podia ter ficado.

Será que ele achava que minha vida era um caos? Que eu trazia problema demais para a irmã dele?

— Pronto? — perguntei, ajustando o guidão de uma delas.

Christian sorriu, pegando a outra bicicleta com facilidade.

— Sempre — comentou.

Descemos pela trilha de terra entre as fileiras de videiras, o sol da manhã ainda suave e agradável. O ar estava fresco, carregado com aquele cheiro característico de terra úmida e folhas verdes.

Christian pedalava ao meu lado, seus olhos percorrendo tudo com atenção genuína. Não era aquele olhar superficial de turista tirando foto.

— Sangiovese? — perguntou, mais como confirmação do que dúvida.

— Isso — respondi, impressionado que ele conseguisse identificar só olhando. — Praticamente tudo aqui é Sangiovese.

Ele parou a bicicleta, descendo para examinar mais de perto. Tocou as folhas, verificou os cachos ainda em formação, observou o espaçamento entre as plantas.

— O terroir aqui é interessante — comentou. — Solo calcário, boa drenagem… isso é ouro pra Sangiovese.

Fiquei surpreso com o nível de conhecimento técnico dele.

— Você realmente entende de vinhos — observei.

— Um pouco — disse modestamente.

Continuamos pedalando, descendo mais para as áreas mais antigas da propriedade. Christian fazia perguntas técnicas sobre poda, sobre irrigação, sobre manejo de pragas. Perguntas que demonstravam conhecimento profundo.

— Curioso — comentei eventualmente — a Bianca também entende bastante de vinhos. É algo de família ou algo assim?

Christian hesitou apenas uma fração de segundo antes de responder.

— É algo assim — disse de maneira simpática, mas claramente não querendo entrar mais em detalhes.

Achei que seria o fim daquele assunto. Mas depois de alguns minutos de silêncio confortável pedalando, ele resolveu acrescentar:

— Nosso avô tem uma propriedade na Toscana. Alguns vinhedos também. Nada muito fora do normal pra quem cresce no meio do campo por aqui.

Assenti, processando aquilo. Fazia sentido. Explicava o conhecimento, o interesse, a familiaridade com o tema.

Paramos em um ponto alto da propriedade, de onde dava para ver praticamente toda a extensão dos vinhedos. Christian desceu da bicicleta, olhando ao redor com aquela expressão pensativa.

— Você já pensou em certificação orgânica? — perguntou. — Com esse tamanho, seria viável. E o mercado paga bem melhor.

— Já — admiti. — Mas a conversão é cara. E se alguma coisa dá errado no meio do processo, eu fico sem safra e sem dinheiro.

Christian assentiu, sem parecer minimamente ofendido com minha sinceridade.

— Verdade. É um risco. Mas dá pra fazer por etapas — disse. — Começar com uma área pequena, testar, aprender. E ir documentando tudo, pra quando você quiser pedir a certificação oficial já ter meio caminho andado.

Passei a próxima meia hora ouvindo sugestões práticas e surpreendentemente úteis.

— Vocês fazem um bom trabalho aqui — comentou finalmente. — Ainda mais com recursos limitados. Pequenos ajustes de manejo e essa uva pode render bem mais.

Sorri, meio sem graça.

— Nossos vinhedos são simples — disse honestamente. — Mas carregam história. Minha mãe diz que essas terras são a alma da nossa família. Se a gente perde isso, perde tudo.

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