Cap. 46
— Do que está falando?
— De você e Donovan. Parece que aconteceu algo sério, e sem falar que ele apareceu ferido.
— Pois é… ele foi me levar em casa em segurança, mas foi ele que quase morreu… — ela sorriu desconcertada.
— Como assim? Aquele machucado foi por sua causa? — Talyta confirmou e contou toda a história em detalhes: o que havia acontecido naquele dia e também o que se passou quando chegou em casa, ainda hoje, e não conseguiu entrar.
Ela tinha acabado de chegar ao prédio, mas antes mesmo de sair da escadaria ouviu vozes. Os homens estavam em frente à sua porta, esperando por ela. Um deles segurava uma pistola. Naquele momento, ela sabia que não escaparia se caísse nas mãos deles.
Por isso, saiu o mais rápido que conseguiu, sem ser percebida, e foi parar em frente à casa de Brenda.
Brenda ficou sem reação com o relato.
— Céus… se Donovan não tivesse te levado naquele dia? O que poderia ter acontecido? — suspirou, atônita.
— Pois é… ele foi um anjo, na verdade. Mas… parece que está com raiva de mim porque levou uma facada e… ouvi comentários na vizinhança sobre um carro depredado, e de repente ele aparece com outro. Supostamente, até o carro dele ele perdeu por me ajudar. Me sinto culpada, mas nem mesmo tenho dinheiro para pagar o reparo, e ainda por cima era um carro bastante caro.
— Verdade. Mas tenho certeza de que ele não se importa com isso. Donovan é um homem importante, tem bastante dinheiro, e como não tem família, dinheiro não é o problema dele.
— Deve ser…
— Mas você não deveria estar incomodada. Você gosta dele, por acaso?
— Ah… não mesmo. Eu já tenho dois filhos para criar, uma vida bagunçada e agora nem casa mais. O que você acha? Que um homem daquele tipo se interessaria por mim? Nem tento.
— Não se menospreze tanto. Mesmo que o pai dos seus filhos tenha fugido e te deixado no pior momento, isso só te tornou ainda mais atraente. Porque é dona do próprio nariz e cria duas crianças sozinha.
— Queria que fosse assim… mas nesse momento eu não posso nem ver meus filhos. Infelizmente, acabei me metendo nos mesmos problemas que meu ex-marido tinha.
— Tudo vai se resolver. Por enquanto… vamos aproveitar. Gabriel pode ser nossa maré de sorte, afinal… ele nos deu um teto, comida e roupas quentinhas e cheirosas. — brincou, cheirando o braço da camisa.
Talyta apenas riu. Enquanto as duas sorriam e conversavam, um carro estacionou em frente à casa de tia Magda. Donovan tinha acabado de chegar. Nem se esforçou para trocar de roupa: ainda usava uma calça de pijama e camiseta fina, colada ao corpo. Caminhou até a porta de Magda, mãos no bolso, expressão dura de mau humor.
Magda atendeu assim que ouviu as palmas. Já o esperava.
— Boa noite, tia Magda. — cumprimentou, entrando e olhando ao redor da varanda.
— Então… a diversão já começou? Quem sabe eu também não participo. — comentou, com a ironia de quem debochava da preocupação de Andrews e de Magda.
— Você por acaso está louco? Que diversão?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.