Cap.48
Seu primeiro pensamento foi procurar Gabriel. Talvez ele pudesse explicar o que estava acontecendo. Ela olhou ao redor da sala, mas o sofá estava vazio. Lembrou-se então da cobertura, um espaço que Magda havia transformado em um pequeno refúgio natural no topo do prédio. Subiu as escadas em silêncio, seguindo o tênue brilho da lua que entrava pelas janelas.
Ao chegar à cobertura, encontrou o espaço que só ouviu falar, era aconchegante, com os varais balançando levemente na brisa noturna e o aroma suave das ervas de Magda pairando no ar.
No centro, sobre a espreguiçadeira, estava Gabriel. Seus braços estavam cruzados sobre o peito, os olhos fechados e a mandíbula tensa. Mesmo em repouso, havia uma rigidez em sua postura que denunciava seus pensamentos.
Brenda sorriu ternamente ao observá-lo. Aproximou-se em silêncio, movendo-se com a leveza de uma pluma.
Com um movimento suave e discreto, montou em seu colo, ficando de frente para ele. Seus joelhos se encaixaram de cada lado dos quadris de Gabriel, e ela se inclinou ligeiramente, observando o rosto sereno.
A leve pressão de um corpo quente e familiar despertou Gabriel. Ele abriu os olhos de repente, em um susto silencioso, e encontrou os de Brenda.
Por um instante, o choque de ser "capturado" se refletiu em seu rosto, mas o sorriso dela, terno e cúmplice, suavizou sua tensão.
— O que você está fazendo aqui? — ela sussurrou, a voz suave como a brisa noturna, apoiando os braços nos ombros dele.
Ele relaxou, a rigidez de seu corpo se desfazendo.
— Estava apenas… vendo as estrelas. — Sua voz era um murmúrio rouco. Ele a analisou de cima a baixo, os olhos percorrendo cada curva de seu corpo sobre o seu. Era uma visão inusitada, mas incrivelmente bem-vinda.
Percebendo o olhar intenso, ela se remexeu, a incerteza surgindo em seu rosto.
— É... é desconfortável? Eu ficar assim no seu colo?
Ele sorriu, um sorriso pequeno, genuíno, que não costumava mostrar.
— Não é desconfortável. Só... novo, eu gosto.
Brenda se aproximou mais, o coração batendo com uma mistura de ansiedade e desejo. Ela encostou os lábios nos dele em um selinho breve, quase um toque de asa de borboleta. Gabriel sorriu contra a boca dela, a pergunta pendurada no ar.
— Sem sono?
— Não... — ela confessou, com um suspiro suave. — Me senti mal por ter tomado sua cama, e... também queria estar com você.
— Eu também queria... mas é o espaço da minha tia. — ele respondeu, e o tom de sua voz fez a pele dela se arrepiar. As mãos de Gabriel deslizaram da cintura para as costas dela, puxando-a para mais perto.
— Não é crime te beijar na laje, certo? — ela perguntou antes do silencio pairar.
Seus lábios se encontraram de novo, dessa vez mais profundamente, com uma urgência contida.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.