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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 232

Cap.47

— Foi culpa minha… eu não tinha pra onde ir. Tive uma briga feia com minha mãe. Gabriel só ajudou.

Donovan a encarou por alguns segundos, depois olhou para Gabriel, como se quisesse confirmar.

— Entendi… — murmurou, ainda desconfiado. — Brenda eu até entendo. Vocês já têm alguma coisa… — fez um gesto vago com a mão. — Praticamente namorados.

Brenda corou, mas não retrucou.

Então Donovan virou lentamente o rosto, encarando Talyta. Ela desviou o olhar de imediato, fixando os olhos no lençol como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

— Mas e você? — a voz dele soou baixa, quase um rosnado. — O que você tá fazendo aqui?

O silêncio dela o irritou ainda mais. Gabriel, antes que a tensão explodisse, interveio:

— Ela não tem pra onde ir, Donovan — disse firme. — Eu não ia deixar alguém na rua à noite. Além disso, ela é amiga da Brenda. Não há nada de errado em ficar aqui.

Donovan apertou a mandíbula, os olhos fixos em Talyta.

— É isso? — perguntou, como se não acreditasse.

Ela continuava sem encará-lo, e isso o incomodava. Ele deu um passo à frente, o suficiente para a sombra dele cobrir parte da cama.

— Você. — disse, a voz carregada de autoridade. — Lá fora. Agora.

Era uma ordem, não um pedido.

Talyta hesitou, sentiu o coração acelerar. Brenda olhou para ela, preocupada, mas Talyta respirou fundo e se levantou, mantendo os olhos baixos.

Donovan abriu caminho e saiu primeiro, sem olhar para trás. Ficou esperando na varanda, as mãos enfiadas nos bolsos da calça de pijama, o corpo tenso.

Quando ela finalmente saiu, a porta se fechando atrás dela, ele se virou de lado, encarando-a por cima do ombro.

— Então é isso? — ela perguntou, a voz grave, contida. — Você me evita o tempo inteiro… quando tento te ajudar me faz sentir culpada, e agora aparece aqui mandando em mim como se eu tivesse fazendo algo errado? — questionou, cética.

Donovan a analisou de cima a baixo e riu com desdém.

— Na cama de outro cara, usando a roupa dele? Qual é o seu problema? Além disso, você não tem mãe? O que aconteceu? Eles voltaram?

Talyta engoliu seco, os olhos finalmente se erguendo para encontrar os dele.

— Não aconteceu nada de mais.

— Não é? — ele deu um meio sorriso sarcástico, mas os olhos não tinham humor. — Porque do meu ponto de vista… é exatamente o contrário. E você ainda veio parar onde menos deveria.

— Eu não tinha pra onde ir. — rebateu firme, ainda que a voz tremesse um pouco. — Não planejei nada disso. Eu não vou trazer problemas pra eles só por estar aqui, se é isso que está pensando...

Donovan a analisou por longos segundos, como se quisesse atravessá-la com o olhar.

— E você achou que se esconder aqui resolveria alguma coisa? — ele se aproximou, diminuindo a distância. — Você tem noção do perigo em que tá? Por ser imprudente, pegando dinheiro emprestado de pessoas que você já sabia que eram perigosas? Sua vida, pra eles, vale menos que a de um rato.

Talyta primeiro ficou sem reação, mas logo depois riu, cética.

— Você acha mesmo que eu sou problema pra eles, não é? Que se dane! Eu não vou a lugar nenhum com você. Afinal, o único desconhecido aqui é você. Além de ser perigoso também, como aqueles homens. Acha que eu não vi o tipo de mercenários com quem você estava conversando? Eu conheço aquele lugar, senhor Markes. E os frequentadores lá, no andar de cima, não são menos do que pessoas que fazem coisas piores que aqueles homens que você viu.

Donovan ficou sem reação enquanto ela lhe dava as costas e entrava novamente.

Talyta cruzou a porta sem olhar para trás, o corpo vibrando de raiva e frustração. Donovan ficou parado na varanda, a observando desaparecer, o cenho franzido em uma carranca indecifrável. O silêncio da noite parecia carregar o peso das palavras não ditas e das acusações lançadas.

Brenda a esperava na sala, os olhos arregalados de preocupação.

— Talyta! O que aconteceu? Ele te machucou?

Talyta sacudiu a cabeça, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair.

— Não, ele só... ele só foi ele mesmo. — Não queria entrar em detalhes; a confusão e a mágoa ainda borbulhavam dentro dela. Sem dizer mais nada, seguiu direto para o quarto, deixando Brenda com um olhar interrogativo.

— Talyta, espera... você está bem mesmo? Precisa de alguma coisa?

— Estou cansada, Brenda. Só quero dormir — murmurou Talyta, virando-se de costas.

Brenda suspirou, hesitante, mas acabou se deitando ao lado da amiga. Logo, em poucos minutos, a respiração de Talyta se tornou mais lenta e profunda, indicando que havia adormecido, exausta pela turbulência emocional.

No entanto, o sono não viera para Brenda. Ela ficou deitada, observando a amiga adormecida, a mente agitada.

A aparição repentina de Donovan e a tensão entre ele e Talyta a deixaram intrigada e preocupada. Ela se levantou da cama, tentando não acordar Talyta, e saiu do quarto.

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