Capítulo 167 – Pela frente
Alexander
Cinco minutos.
Era o tempo que nos separava do reforço.
Descemos com precisão, um a um, pela roda dianteira do avião.
Abaixei a cabeça, sentindo o ar denso da noite tocar meu rosto enquanto me posicionava sob a roda. O metal frio contra minhas costas não era nada comparado à sensação de ter deixado Evie e minha irmã ali dentro. Cada fibra do meu corpo gritava para protegê-las. Mas, para isso, eu precisava agir.
Ao meu lado, estavam eles… meus irmãos.
Jack estava com os olhos fixos nos inimigos à frente. A expressão dele? Impassível. Como se fosse apenas mais um dia no campo de batalha. Mas eu conhecia cada linha daquele rosto.
Ele estava com medo. Não por si, mas por Jordan. Pela vida que crescia dentro dela.
Tom estava ao meu outro lado, já com o dedo encostado no gatilho.
Era como se um interruptor tivesse sido acionado dentro dele, desligando tudo que não fosse o alvo. E quando Tom entra nesse modo… ele vira uma máquina.
Uma quietude quase perturbadora envolvia Benjamin, corpo tenso, pronto, como uma mola armada. Um movimento rápido, preciso, sem desperdício de munição. Um tiro, uma morte. Ele é o mais veloz entre nós.
E Brandon…
Ele era o mais imprevisível. O mais instável. Mas naquele instante, olhando pra ele, eu não vi o homem que quase quebrou tudo. Eu vi o soldado que foi treinado no inferno.
Frio. Calculista. Pronto.
Observei os Blackwater. Eram pelo menos quarenta. Focados nas laterais do avião, nas portas de embarque e no bagageiro inferior. Alguns se espalhavam nas sombras da pista. Era noite, mas as luzes estratégicas deixavam as áreas ao redor bem iluminadas, o que dificultava nosso avanço. Só que o que eles não sabiam… é que viemos pela frente.
Eles esperavam o óbvio.
E eu sempre escolho o imprevisível.
Silenciadores posicionados…
— Não esqueçam… Um tiro, uma morte. Sem erro.
Jack sorriu de lado, animado como se aquilo fosse um jogo.
— Até parece que tem graça — resmungou Tom.
— Tem sim, quando você é melhor que eles — retrucou Jack. Típico dele. Mas eu sabia que por trás do sorriso, havia um assassino cirúrgico.
Brandon permaneceu em silêncio, mas seus olhos azuis estavam escurecidos pela raiva. Ainda sob o peso do colapso, mas focado como nunca.
— Brady, hoje você desconta um pouco do que ele te tirou — eu disse, e ele apenas assentiu. Pronto.
Levantei a mão, sinalizando a contagem regressiva com os dedos.
Cinco. Quatro. Três. Dois…
— Vai — sussurrei.
Benjamin foi o primeiro a sair. Preciso, letal, silencioso… um tiro. Cabeça. Corpo caindo sem alarde.
Tom saiu logo em seguida. Dois disparos. Dois corpos. Um deles nem teve tempo de sacar a arma.
Brandon deslizou como sombra pela lateral da roda e atingiu dois que tentavam contornar o avião. Ele usava uma pistola com silenciador, e mesmo assim, parecia fazer mais barulho o corpo dos inimigos caindo no chão do que os tiros.
Eu fui por último. Apontei para o mais alto do grupo e mirei entre os olhos.
Caiu sem um som.
— Se mantenham abaixo da linha do motor — avisei. — Eles ainda não perceberam.
— Tenho quatro alvos ao meu alcance — disse Tom, com a calma de quem está acostumado a matar. — Três com metralhadoras, um com granadas presas ao colete.
— Prioriza os das granadas — respondi.
Jack fez sinal com a mão. Já estava pronto. Dei o sinal. Silencioso, certeiro.
Cinco tiros.
Cinco corpos no chão.
Nenhum som.
Os outros nem perceberam. Foi só quando Ben avançou e pegou o próximo, com um tiro seco no crânio, que o caos começou. Os Blackwater viraram as armas para o lado errado. Eles pensaram que o ataque viria pelas portas traseiras.
Pensaram errado.
— Avançando! — gritei.
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