Capítulo 191 – Não trouxe alívio
Alexander
No instante em que abri a mão, tudo aconteceu ao mesmo tempo.
O primeiro grito cortou o ar como uma lâmina.
Jackson disparou em direção aos carros, Jordan pressionada contra o peito dele, enquanto nós avançávamos.
Os homens do Robert não hesitaram.
Engatilharam as armas e atiraram.
Os tiros acertaram nossos coletes, empurrando nossos corpos para trás com força, mas nenhum disparo foi fatal.
Eu senti o impacto seco no peito, o ar saindo dos pulmões, mas segui.
Ao meu lado, Giuseppe se lançou sobre um dos desgraçados. Os dois caíram no chão, rolando, trocando socos enquanto ele tentava desarmar o Black..
Thomas investiu contra outro, atingindo o rosto do homem com o cotovelo antes de empurrá-lo contra a lateral de um contêiner. O estalo do crânio quebrando foi abafado pelo som dos tiros.
Benjamin e Elena vinham comigo, ela à frente para distrair, abrindo caminho para que Brandon conseguisse se aproximar dos cretinos.
Benjamin acertou um chute na arma do oponente, tirando-a da mão dele, antes de desferir dois socos rápidos na garganta e no maxilar.
O homem caiu de joelhos e Benjamin terminou com uma joelhada que o deixou inconsciente.
Brandon veio logo atrás de Elena, o corpo curvado. Quando o Blackwater ergueu a arma para atirar na garota, Elena girou sobre os calcanhares, dando a Brandon a chance de agir. Ele deu uma cotovelada no braço do homem, que disparou por instinto, mas Brandon foi rápido e letal, acabando com o cretino em segundos.
— Volta pra sua irmã! — Ele disse a Elena que correu de volta para Eloisa.
Um dos homens veio em minha direção, confiante porque eu estava desarmado. Eu avancei primeiro. Ele atirou, e eu sorri; esses homens não eram treinados, atiravam por instinto e não com precisão.
Sorte a nossa, azar o deles. Dei uma cotovelada no rosto que quebrou seu nariz.
Girei o corpo, agarrei a nuca dele e o arremessei contra a quina metálica do contêiner.
O som seco do impacto ecoou pelo cais.
Thomas e Benjamin que se moviam ao meu lado, eram precisos.
Thomas desferiu uma rasteira no último Black que apareceu e o derrubou, finalizando com um soco direto na garganta.
Benjamin pegou o dele pela gola do casaco e o arremessou de costas no asfalto.
Giuseppe que havia derrubado seu oponente e, ajoelhado sobre ele, o golpeou repetidas vezes até o homem parar de se mexer.
Os tiros haviam cessado.
Mas havia um último cretino, que surgiu das sombras e mirou em Enzo. Eu avancei no homem, Elena viu o mesmo que eu e se jogou na frente de Enzo caindo com ele no chão. Só que o disparo tinha sido feito.
— ELOISA! — A voz da Elena foi um grito partido.
Ela se levantou, o rosto em puro desespero. Consegui alcançar o cretino e finaliza-lo.
Dessa vez os tiros haviam cessado.
Os gritos, não.
Eloisa chorava, pressionando a perna ensanguentada.
Elena se ajoelhou ao lado dela, as mãos trêmulas tentando estancar o ferimento.
E então…
Eu o vi.
Robert tentava recuar, andando devagar entre os corpos caídos.
O olhar dele encontrou o meu, e naquele instante, algo em mim se rompeu.
— Thomas, Benjamin! — berrei, sem desviar o olhar. — Cuidem delas!
Eu e Brandon corremos ao mesmo tempo.
O velho virou-se, tropeçando em um dos seus homens mortos, e só então percebi que ele ainda segurava a arma.
Os olhos dele se arregalaram ao ver Brandon chegando primeiro.
E então, ele atirou.
O estrondo pareceu vir de dentro do meu peito.
Brandon cambaleou quando o primeiro tiro o acertou em cheio no peito, sem nenhuma proteção para amortecer o impacto.
O segundo disparo perfurou seu corpo alguns centímetros abaixo, arrancando dele um gemido surdo.
Mas ele não caiu.
O olhar dele era fixo, faminto, quase animal.
Ele se lançou sobre Robert.
Mas o maldito atirou mais uma vez, só que dessa vez em uma das pernas.
Brandon caiu de joelhos.
— NÃO! — gritei, correndo.
Mas antes que pudesse me mover, ouvi uma voz fraca atrás de mim:
— Alex…
Virei, e meu coração congelou.
Brandon ainda estava de joelhos no chão, uma mão pressionando o peito ensanguentado, e a outra apoiada no chão.
— Brady… — chamei, já correndo até ele.
Antes que eu me aproximasse ele caiu.
— Brady... — disse me ajoelhando ao seu lado, e o puxando para meu colo. — Ei irmão, fica comigo eu vou te tirar daqui. — Ele sorriu para mim, as lágrimas brilharam em seus olhos.
— Me desculpa, cara, por tudo... — Ele dizia. — Pede perdão pra Sophia, diz para ela que eu a amo.
— Cala a boca Brandon, você mesmo quem vai dizer. — Agora as lágrimas que escorriam eram pelo meu rosto. Ele levantou a mão e passou pelo meu rosto como se quisesse secar minhas lágrimas.
— Cara, já te disse que você ficou muito mole. — Eu ri entre as lágrimas e abracei meu irmão.
— Me perdoa irmão, por favor me perdoa. — falei entre os soluços.
— TOM, BEN, PORRA!! ALGUÉM ME AJUDA. — meus gritos eram de puro desespero.
Os caras se aproximaram e quando viram a cena, cairam de joelho ao meu lado. Ambos choravam e falavam para Brandon lutar. Um carro parou próximo a nós, e as meninas desceram.
— BRANDON!! — Alessa gritou e se jogou em cima dele.
— Ei baby... — Ele colocou a mão no rosto dela. — Obrigado por tudo, você foi a melhor coisa que me aconteceu. — Brandon começou a tossir.
— Não ouse morrer Anderson. — Ela dizia entre as lágrimas. — Por favor não me deixa seu cretino!! — Alessa chorava, beijava o rosto dele, colou suas testas. — Você disse que voltaria pra mim.
— Desculpa amor... — a voz dele agora era só um sussurro.
Ouvi alguém gritar, alguma coisa sobre Arthur pousar. Mas eu só conseguia olhar para meu irmão. Aline ajoelhou ao nosso lado.
— Precisamos pressionar os ferimentos. Nenhum foi fatal, Alexander. Ele ainda respira!
Eu não conseguia pensar en nada, só que meu irmão estava morrendo em meus braços. Desviei os olhos até o corpo de Robert.
E foi então que entendi.
Matar Robert Anderson…
Não trouxe alívio algum.
E nem paz... No final, Robert ainda me causou dor.

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