Capítulo 374 – Você prometeu
Alexander
Estava brincando com Rachel em minha cama, enquanto Evie terminava nossas malas, quando ouvi o grito que vinha do quarto do meu irmão, que era ao lado do meu. Levantei e saí correndo. Antes de colocar a mão na porta, ouvi algo bater sobre ela.
Quando entrei, a cena me atingiu. Fazia meses que não via Brady daquele jeito. Seu corpo tremia, seus olhos por um instante pareciam vidrados, mas foi quando me aproximei que meu peito abriu.
Meu irmão me abraçou como se eu fosse a única coisa que ainda o mantinha de pé. Quantas vezes, quando crianças ele teve crises e não conseguia pegar no sono, me ligava e no meio da noite eu subia pela janela. Brandon ficava agarrado comigo no chão até dormir. E quando isso acontecia, eu, mesmo com dificuldade, o colocava na cama, descia pelas janelas e voltava para casa.
Ele se acalmou um pouco e o levei até meu quarto junto dos caras, e foi aí que ele disse:
— O impostor, Lorenzo Mancini, é nosso avô, Frederick Anderson.
— Isso é impossível — Jack disse, incrédulo.
— Será? — perguntou Ben.
— Depois de tudo que passamos com o senhor Anderson, e o que descobrimos do Lorenzo até agora, essa é a coisa que eu menos duvidaria — foi a vez de Tom.
Sentei ao lado de Brady.
— O que ele te disse? — perguntei.
— Ele quer a gente em casa, os netos de verdade. Disse que foi ele quem deu as pistas para a Sophia de propósito. Está bravo porque você matou nosso pai e disse — ele desviou os olhos. — Que sou igual a ele, que sou a imagem e semelhança dele.
— Brady — eu o chamei.
— Você sabe que ele tem razão, Alex, olha pra mim. Tudo isso começou por culpa minha.
— Claro que não, cara — Jack disse, sentando do seu outro lado. — Éramos todos meninos, todos nós erramos de alguma maneira.
— E você foi mais vítima do que vilão — Tom concluiu.
— Lorenzo só está querendo mexer com a sua cabeça, Brady, não permita que ele faça isso — Ben falou, agachando em frente ao meu irmão.
Segurei suas mãos, que tremiam. Eu sabia bem o que estava passando na cabeça dele nesse momento.
— Lembra quando voltei para casa depois que matei o Bily? Sua mãe fez um almoço para me receber. Eu não tinha ânimo para nada, o que eu tinha feito era errado, mesmo que tenha sido para defender minha irmã, eu tinha matado alguém. Mas bem aqui no fundo… — coloquei a mão no meu peito. — Eu gostei, eu curti enfiar a faca naquele cretino pelo que tinha feito a minha Rachel.
— Alex… — ele começou, mas o impedi.
— Eu errei, mesmo que na minha cabeça era o certo, eu errei. Mas aquilo não me definiu, assim como tudo o que você fez. Não foi bom, não foi legal, porra, nem foi o certo. Mas aquilo não te definiu. Porque o problema, Brandon, não é errar, e sim o que vamos fazer após o erro.
Voltei a segurar a mão dele.
— E o que você fez, meu irmão, foi dar o seu melhor em consertar o que deu. E você nunca vai ser como Robert ou como Lorenzo, Frederick, seja lá qual for o nome dele. Porque o que te motivou foi o amor, mesmo sendo errado, foi por amor. E eles, são dois cretinos egoístas e você, Brandon Anderson, não é um cretino.
Brandon, mais uma vez, voou no meu pescoço, e me abraçou. Jack acabou não resistindo e nos abraçou, e Tom e Ben nos seguiram. Ouvimos batidas na porta e era Chen.
— Chefe, tudo e todos estão prontos.
— Perfeito, estamos indo — respondi. Chen assentiu e saiu.
— O que faremos então, Alex? — Brady me perguntou.
— Vamos para o aeroporto, embarcar e ir para casa. E quando chegarmos lá, vamos decidir juntos o que fazer.
— Precisamos levar em consideração que Tommaseo está com Giovanni e deu dois dias ao Enzo — Tom nos lembrou.
— E temos que contar essa novidade para ele taambém. — Ben disse.
— Uma coisa de cada vez — falei. — Nesse momento, vamos pegar nossas mulheres e filhos e seguir viagem — Todos assentiram e seguimos para fora.
Os caras foram ao encontro de suas mulheres, menos Brandon.
— Obrigado e me desculpe. Às vezes eu… — Não o deixei terminar, coloquei a mão em seu ombro.
— Eu estou aqui para isso, e sempre vou estar — O abracei e ouvimos Alessa se aproximar.
— Estão nos esperando, e você não pretende viajar descalço, né? — ela perguntou ao Brandon.
— Não, Baby, pode ir descendo. Vou só colocar o tênis — ele a avisou, e desci junto dela.
— Alex — Enzo me chamou assim que entrei na sala. — Está tudo bem? — me perguntou.
— Brandon descobriu uma coisa importante, mas vamos conversar mais tarde na sala de reunião do Boeing. Vou pedir pro Ben e Chen organizarem tudo.
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