Quando voltei para a casa de Ham, precisei de todo um esforço para não mandá-lo seguir para um lugar não muito agradável, como um lugar quente e que as pessoas costumam dizer que pega fogo diariamente.
Ele havia ficado preocupado o suficiente para ter mandado o próprio restaurante para o inferno e ter ficado loucamente ligando para o meu celular e me esperando. E quando cheguei, em vez de dizer qualquer coisa, nem que fosse para perguntar onde eu estava, ele apenas assentiu e desceu para o restaurante dele, apenas murmurando:
― Quando o expediente acabar, se puder me esperar, gostaria de conversar contigo.
E agora ali estava eu já tendo roído todas as minhas unhas, esperando pelo traste que não chegava nunca e só me deixava ainda mais nervosa.
Grace que havia dormido o dia todo, parecia ter tomado o remédio dela para emendar com dormir a noite toda também. Eu não fazia ideia de como ela estava e também não estava com humor para conversar e perguntar como ela estaria. Apenas esperava que Hamzaf não viesse a me xingar novamente dessa vez que íamos conversar.
Quando ele voltou, estava usando uma dolman preta, o que era secretamente meu fraco, porque homens com dolman ficavam sempre muito lindos. Balancei a cabeça negativamente. Não podia pensar isso dele. Como ele havia me lembrado, a vida real não era a mesma da ficção e era melhor que eu imaginasse ele como um diabinho. Isso mesmo. Com malditos chifrinhos e tudo. Assim a imagem dele até que combinava com o humor dele de antes.
― Pâmela. ― Ele se sentou ao meu lado no sofá. Suspirou enquanto enxugava as mãos no avental.
― Hamzaf. ― Disse, já que ele havia dito o meu nome.
― Quero te pedir desculpas. ― O que!? Franzi o cenho. O que havia acontecido com Hamzaf? Não conseguia nem piscar de tão desacreditada do que eu ouvia. ― Estava furioso porque enquanto te esperava para tomar o elevador encontrei um cliente do restaurante que é solteiro e me pediu para que te apresentasse. Quando disse que era minha provável noiva ele disse que eu estava mesmo parecendo um bobo apaixonado. Gostaria de pedir desculpas porque no fim disse algo para você que valia mais para mim. Queria deixar claro para mim mesmo que isso só são negócios. Muito embora eu não queira te tolir, peço que lembre que meu nome e meu restaurante estão na mão de você e de Grace e que conversar com outros homens suja minha figura. ― Estava sem fala. O que responder numa situação dessas? Hamzaf continuou:
― Você parece entender bem o que nossa relação significa. Apenas negócios. Não tenho mais desculpas para dá-la. Não há nada que eu diga que melhore tudo o que acabei te dando para que você engolisse quando dizia respeito só a mim mesmo. Por isso a única coisa que peço é que me perdoe. ― Se tivesse como meu queixo cair mais, seria naquele momento. Eu não conseguia nem acreditar. Eu estava sonhando, era isso?
Ficamos alguns segundos mergulhados nos nossos próprios silêncios. Ainda pensei em dizer alguma coisa que fizesse sentido, mas nada vinha na minha mente. Hamzaf pareceu achar isso um incentivo para que ele continuasse falando:
― Para onde você sumiu? ― Sua voz estava mais baixa e também mais grave que o normal. Ele parecia realmente preocupado que eu tivesse sumido por Dubai e pudesse ter me machucado. Me remexi no sofá.
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