O Acordo Perfeito(Completo) romance Capítulo 24

Resumo de Capítulo 24: O Acordo Perfeito(Completo)

Resumo de Capítulo 24 – Uma virada em O Acordo Perfeito(Completo) de Diana

Capítulo 24 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Acordo Perfeito(Completo), escrito por Diana. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Hamzaf havia pedido para que aproveitássemos um pouco de uma janta digna no restaurante dele. Não que eu estivesse a fim de trocar meu costumeiro pijama por uma roupa decente, mas acabei aceitando trocar de roupa e parecer um pouco digna para os amigos dele, para os quais ele ia nos apresentar, esquecendo um pouco o fato de que Grace conseguiria alcançar mais atenção. Mas tudo bem, eu só havia descido para conseguir um pouco de comida de graça. Eu gostava de comer.

Coloquei calças jeans e uma blusa que mais parecia uma bata que ia até um pouco acima do joelho de cor azul royal com alguns arabescos desenhados nas bordas da camisa e na gola dela. Calcei uma alparcata azul e prendi meu cabelo num rabo de cavalo. Acho que estava bom, ou, pelo menos, foi a mentira que contei para mim mesma mesmo vendo Grace se arrumar com mais.

Eu não queria me comparar com ela, mas acaba fazendo todas as vezes que ela se arrumava parecendo mais ir para uma festa do que para um jantar. Por exemplo, naquele momento, ela estava com um vestido de manga cumprida preto brilhante combinando com um salto também preto. O cabelo preso num coque no alto da cabeça mais parecia uma chama acesa. Eu me comparava, mas sabia também que nunca conseguiria ficar okay com um salto como ela ficava. Por isso, no fim, acabei aceitando a minha roupa confortável que ao menos me seria vantajosa para comer bem.

Quando o elevador parou para descer, congelei no lugar junto de Grace por alguns segundos. Novamente, ali estávamos nós topando com o idiota do irmão de Hamzaf. Era incrível como Rashid conseguia estragar uma noite com o seu olhar. Me dava nojo a forma como ele olhava para nós com lascívia, como se pudesse nos comer pelo olhar.

― Boa noite meninas! ― Ele disse abrindo os braços. Agarrei o braço de Grace e me coloquei o mais distante que pude daquele abraço cheio de desejos profanos.

― Eu achei que você já estava no restaurante. Afinal, Hamzaf já está lá desde as seis. ― Pontuei. Devia ser quase oito, o que era estranho.

― E estava. Fui buscar meu avental, Hamzaf as vezes pode ser um babaca. ― Ele disse, o que fez Grace dar uma risadinha. Arqueei uma sobrancelha. Não se ri com o inimigo, Grace. Porque você estava rindo com Rashid?

― Mas você não ri nem de uma piada, Pam. Grace está rindo. Porque não ri também? ― Revirei os olhos, debochada.

― Nunca gostei de palhaços, obrigada.

― Uou! Mas temos realmente uma esquentadinha aqui. Achei que tinha sido só aquele dia. ― Ele gargalhou novamente achando graça da minha falta de tato em lidar com ele. Não era para menos. Eu estava me coçando para não chutar os países baixos dele.

― Achei que você tinha aprendido a lição. ― E para minha surpresa naquele dia bizarro, ouvi Grace dizer:

― Coitado, Pamy. Deixe-o como está. O nosso silêncio é o melhor que podemos oferecer. ― Concordei balançando a cabeça e o elevador abriu as portas dando-nos a cara para um grande salão. Um belo salão.

Havia uma parede só de vidro para apreciar a noite em Dubai, com um parque mais a frente, as pessoas caminhando com bebês ou cachorros, a calmaria de uma noite como aquela. Havia também muitas famílias aproveitando a noite para jantar. Famílias grandes e pequenas comendo algo que cheirava muito bem e se divertindo comedidamente enquanto o faziam. Sorri enquanto caminhava a torpe pelo salão e acabei só parando de o fazer quando um garçom se aproximou de nós.

― Por aqui. ― Ele nos dirigiu até uma mesa com quatro cadeiras na qual uma senhora com um homem já estavam ali devidamente alocados. Pareciam bem íntimos, porque a senhora estava grávida e o homem estava fazendo carinho na barriga dela enquanto falava no ouvido dela.

Por um momento de choque da cena que mais parecia ter sido retirada de um filme ou de um livro de romance, analisei com cuidado o amor deles esperando que eu não tivesse subitamente adentrado o universo dos livros românticos. No entanto, os dois rapidamente nos viram e se levantaram rapidamente. Demorei a perceber que as mesas ao redor das nossas mesas eram só de guardas daquele inusitado casal que parecia ser beeeem importante. Por um momento, quis trocar de roupa e parecer um pouco mais da estirpe deles. Naquele meio segundo caminhando em direção a mesa, me arrependi amargamente de estar tão mal vestida de frente a um casal tão lindo.

― Oh! Vo-Vocês Sã-São…? ― Grace parecia embasbacada, o que dizia que ela conhecia aquelas pessoas famosas. Mais um ponto para Grace, bem arrumada. Menos um para mim.

― Sim. Mas não precisamos disso aqui, Senhorita. Hamzaf é um grande amigo meu. Fora que os honoríficos serviriam melhor se estivéssemos na minha pátria Omã e não aqui. ― Disse o homem de voz grave. Aproveitei para analisar as feições daquele digníssimo casal.

A jovem usava um hijab lindo rosa choque que estava adornado de pedrarias e que muito combinavam com o vestido vinho que ela usava. Os olhos estavam bem marcados, mas, por alguma razão, seus olhos traziam tanta simpatia e tanta paz que em vez de ela parecer uma daquelas riquinhas que nos deixavam no chinelo, ela mais parecia alguém com quem valeria trocar mais do que meia dúzia de palavras. Gostei dela no mesmo segundo.

O homem parecia um Rei vestido com um vermelho forte com intrincados arabescos na manga que pareciam fios de ouro. A barba estava bem cortada a navalha e ele até usava um Keffiyer quadriculado vermelho e branco. Os olhos dele eram verdes e gentis e ele rapidamente estendeu as mãos como que indicando para que nos sentássemos próximos deles.

― São o rei e a rainha de Omã. ― Sussurrou Grace para mim, o que rapidamente me explicou a gagueira dela e também rapidamente me fez sentir as bochechas corando enquanto eu ensaiava uma vênia muito mal colocada.

― Mil desculpas por não reconhecer vocês antes… Eu… Meu país… Eu mesma, na verdade, não tenho muito contato com árabes. Digamos que… É a primeira vez fora do meu país nessa jornada. ― A jovem voltou sua atenção para mim. Parecia um pouco curiosa.

― De onde você vem? Seu sotaque parece com o de uma amiga… ― Ela disse e eu acabei quebrando todas as etiquetas e rindo.

― Ah… Deve ser engano, senhora. Acho meio difícil que sua amiga tenha vindo do mesmo lugar que eu. Acho muito difícil mesmo que ela tenha vindo do…

― Brasil.

― Brasil. ― Falamos ao mesmo tempo, o que me fez arregalar os olhos. Uau. Mas isso sim era coincidência demais e eu não conseguia nem imaginar maior coincidência do que essa.

Claro que, em alguns momentos da história, eu quis matar ambos, depois só o Seth e no fim só a Agnes. E por último, mas não menos importante, o babaca do Matheus. Mas Karen me assegurou que todo mundo tinha sentido o mesmo e, na verdade, para qualquer um que ouvia aquela história, o sentimento era idêntico. Mas outras coisas aconteceram. Enquanto comíamos agradavelmente, Karen e Karim se abriram para também contar a história de vida deles.

Era outra história que parecia ter saído de um livro de romances. Tão inusitado, ao menos, quanto. Fiquei de boca aberta enquanto tentava não pensar o quanto tudo parecia de outro mundo. A ilha. A saída. O atentado. O bebê! Tudo. Embora quase tenha chorado, quem chorou mesmo foi Grace, ao meu lado, dando vivas ao amor, vivas ao sentimento nobre e lindo e conclamando aos ventos que queria uma história assim também.

Não sei por quanto tempo ficamos comendo e conversando amenidades, mas a bem verdade, a janta passou mais rápido do que eu imaginei que passaria. Karim e Karen eram fáceis de conversar e transmitiam uma intimidade entre eles que parecia calculada. Me peguei pensando se era assim entre todos os casais, ou quem sabe entre os casais que a despeito de todos os problemas que o mundo trazia, conseguiam sobreviver a qualquer intempérie. Na certa, seria uma dúvida para mim pelo resto da vida.

Suspirei enquanto ouvia Karen agora contar sobre a mansão que eles mantinham em Omã que cuidava de crianças carentes e que agora auxiliava também aquelas mães solteiras que muita das vezes matavam seus bebês para não deixá-los morrer de fome, quando elas próprias acabam morrendo também. Ouvi sobre o trabalho de caridade e suspirei enquanto torcia por um mundo melhor, ao menos mais parecido com esse que eles contavam.

― Acho que devemos ir. ― Disse Karim suspirando. ― Amanhã vou ter que me encontrar no gabinete do Rei com ele e alguns ministros e preciso de algumas horas de sono para encarar mais uma reunião. ― Ele suspirou aparentemente cansado. Concordei me levantando junto de Grace.

― Foi muito bom passar o dia de hoje com vocês. Muito obrigada pela honra, vossas altezas. ― Disse de verdade fazendo uma reverencia. Karen corou no mesmo segundo e Karim sorriu comedidamente.

― Nós que agradecemos pela maravilhosa presença de vocês. Seja uma ou as duas escolhidas por Hamzaf, teremos a honra de estar presente no casamento de vocês. Foi agradável conversar com as senhoritas também. ― Disse Karim cortês, seguido de Karen:

― E se por acaso um dia quiserem aparecer em Omã, sintam-se bem vindas. Adoramos a presença de vocês e gostaríamos mesmo de conversar mais e manter contato. ― Assenti.

― Mande um beijo para a sua amiga brasileira por mim então. E quem sabe traga um conselho dela para mim. ― Brinquei fazendo Karen sorrir misteriosamente.

― Pode deixar que sim. ― Ela disse piscando. ― E se serve de consolo, vou deixar um conselho que ela me deixou… ― Karen suspirou abrindo um pequeno sorriso. ― Nunca se rebaixe. Seja você mesma. Ou ele a aceite só você e mais ninguém, ou não deve mesmo ter o seu coração. ― E depois de palavras tão enigmáticas, ela deu o braço ao seu marido partindo com ele seguida daquela quantidade absurda de guardas ao redor deles.

Ali, parada, absorvi cada palavra que ela me disse com um sorriso pequeno nos lábios. Pode deixar, Karen, eu seria eu mesma sim. Sempre. Olhei para Grace e dei de ombros. Talvez aprendesse a dividir com Grace, mas certamente assim, Hamzaf não teria o meu coração.

E ali eu admitia para mim mesma que poderia até que entregar o meu coração para ele, algo que aos poucos ele próprio de boa vontade estava fazendo, mas não seria fácil. Não mesmo. E eu resistiria conquanto os termos não fossem propriamente adequados.

Essa era minha promessa final.

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